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Concentração de CO2 é a maior em 2 milhões de anos

em Mercado
segunda-feira, 09 de agosto de 2021

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da ONU responsável por monitorar a crise ambiental no planeta, divulgou ontem (9) um alarmante relatório que aponta o impacto das atividades humanas no aumento da frequência de fenômenos meteorológicos extremos. Em 2019, último ano antes da pandemia, a concentração de dióxido de carbono (CO2), gás resultante sobretudo da queima de combustíveis fósseis e causador do efeito estufa, atingiu o maior valor em 2 milhões de anos.

Já os índices de metano (CH4) e dióxido de nitrogênio (NO2), também relacionados ao aquecimento do planeta, chegaram aos patamares mais elevados em 800 mil anos. Além disso, a temperatura da Terra cresceu nos últimos 50 anos em velocidade sem igual em um período de dois milênios. Enquanto isso, o contínuo aumento do nível do mar é um fenômeno “irreversível em centenas ou até milhares de anos”.

Segundo o IPCC, o crescimento da frequência de desastres naturais “não tem precedentes” e é “inequivocamente” causado pela atividade humana, situação que pode se tornar ainda pior se o mundo não reduzir suas emissões de poluentes. Todos os cenários considerados pelo painel preveem que a temperatura média global continuará subindo ao menos até a metade do século, mas, se não houver ações para mitigar as emissões, o mundo chegará a um aquecimento de 2ºC acima dos níveis pré-industriais até 2100.

O IPCC ainda aponta que as atividades humanas são responsáveis por um aumento de 1,1ºC na temperatura global em relação ao período 1850-1900. “O relatório é um alerta vermelho para a humanidade. Os sinais de alarme são ensurdecedores, e as provas são irrefutáveis. As emissões de gases do efeito estufa devido à queima de combustíveis fósseis e ao desmatamento estão sufocando nosso planeta e colocando em risco imediato bilhões de pessoas”, alertou o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Segundo o português, o limite de 1,5ºC no aumento da temperatura média do planeta, principal meta do Acordo de Paris, está “perigosamente próximo”. “A única maneira de não superar esse patamar é intensificar com urgência os nossos esforços”, acrescentou.