Segundo estudo ‘Tendências Globais de capital humano 2021’, realizado pela Deloitte, reimaginar a forma de trabalho está nos planos de 72% dos brasileiros. E, dentre as possíveis reformulações, está a implementação de mudanças que possibilitem a integração entre vida pessoal e profissional. E, especificamente tratando de RH, os participantes disseram que os pontos críticos para que as organizações consigam alcançar um bom nível de prontidão são o comportamento da liderança (60%), a cultura organizacional (51%) e um redesenho da forma de trabalho (39%).
É necessário trazer à tona discussões em torno da liderança e da formação dos gestores. Segundo Gustavo Luis Marcolino, coordenador de vendas do atendimento corporativo do Senac-SP, há uma dificuldade de se desenvolver líderes no segmento corporativo. “Nos últimos anos, entrou na pauta a discussão sobre a importância do desenvolvimento de uma liderança com direcionamento à formação comportamental e humanizada. No entanto, muitas empresas nomearam líderes colaboradores que possuíam larga experiência e competências técnicas, de inclinação para os negócios, porém, sem formação ou desenvolvimento para o tema”.
O problema que surgiu nesse contexto é que normalmente as pessoas com bastante domínio sobre suas tarefas, conhecem muito os clientes e o mercado, mas não dominam fundamentos importantes da liderança, tais como a identificação, motivação de pessoas com perfis comportamentais diferentes; adaptações do estilo de liderança ao contexto organizacional; enfrentamento de situações adversas e feedbacks; comunicação assertiva e inteligência emocional; conceitos, competências e histórias de liderança; reconhecimento de diversidades existentes nos grupos, entre outros.
Para as empresas, o principal desafio para formar líderes é criar condições e cultura de desenvolvimento de lideranças, de acordo com os valores e resultados esperados por cada corporação. Afinal, nem todo gestor é “líder nato” e vice-versa e ambos precisam de alguma formação ou desenvolvimento. Na pandemia, líderes preparados tem se saído melhor por conhecer técnicas adequadas. Uma delas, por exemplo, são as estratégias de coping ou de enfrentamento que se baseiam em esforços cognitivos e comportamentais para lidar com situações de dano, de ameaça ou de desafio quando não está disponível uma rotina ou uma resposta automática.
É preciso, portanto, investimento contínuo na formação e desenvolvimento de líderes em todos os níveis da instituição, inclusive pensando na formação dos primeiros líderes da organização, isto é, formar líderes que nunca foram líderes. Em paralelo, a formação contínua da liderança sempre deverá ser priorizada”, acrescenta o coordenador.
. O líder do amanhã – O momento é de pós-apagão de lideranças, algo que fica evidente a partir de situações em que os líderes tomam decisões precipitadas, deixando de exercer a tomada de decisão esperada, ou ainda, se eximindo da responsabilidade de decisões tomadas, prejudicando resultados de negócios, impactando a vida e a saúde das pessoas diretamente.
“O líder do amanhã precisa de outras características e necessita de desenvolvimento ou a formação iniciada hoje. Se minha empresa precisará de líderes, mesmo que seja para os próximos anos, é preciso pensar agora em questões como plano de sucessão de carreira, treinamento & desenvolvimento, cultura e valores da liderança, entre outros”, finaliza Gustavo Luis Marcolino.
Fonte e outras informações: (https://www2.deloitte.com/br/pt/pages/human-capital/articles/tendencias-capital-humano.html).