A SuperVia, empresa que opera as linhas de trens urbanos do Rio de Janeiro, ajuizou pedido de recuperação judicial na sgeunda-feira(7) no Tribunal de Justiça do Rio, com base na Lei de Recuperação Judicial e Extrajudicial e de Falências.
Segundo a concessionária, o pedido visa “preservar a prestação de serviço aos milhares de passageiros de trens da Região Metropolitana do Rio e iniciar um novo ciclo de negociação junto aos credores e ao Poder Concedente” para superar a crise financeira que atinge a empresa.
Em comunicado aos funcionários, o presidente da SuperVia, Antonio Carlos Sanches, disse que as empresas de transporte foram especialmente afetadas pela pandemia da covid-19. “Nós tivemos que redobrar os cuidados com a nossa própria saúde e, ao mesmo tempo, manter o sistema ferroviário em funcionamento. No nosso caso, a pandemia provocou uma crise financeira sem precedentes, uma vez que, atualmente, transportamos a metade do número de passageiros de antes da crise”, explicou.
De acordo com a empresa, a perda financeira acumulada desde março de 2020 é de R$ 474 milhões, por conta da redução de 102 milhões de passageiros, contabilizados até quarta-feira da semana passada (2). “Antes da pandemia, a concessionária transportava 600 mil passageiros/dia; atualmente, o fluxo diário se estabilizou em 300 mil passageiros/dia. Com o agravamento da pandemia e da crise econômica e social do Rio de Janeiro, a recuperação total do fluxo de passageiros está prevista apenas para 2023”, informou a empresa.
O sistema de transporte de passageiros do Rio de Janeiro não conta com subsídio do governo e se mantém com a venda das passagens. Com isso, a SuperVia diz que as dívidas somam R$ 1,2 bilhão, devido ao custo acumulado da operação deficitária durante a pandemia. Acrescentou que a Agência Reguladora dos Transportes do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp) determinou que o governo do estado repasse R$ 216 milhões para a empresa.