O percentual de brasileiros endividados no País segue alcançando recordes históricos, aponta a pesquisa realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Em maio de 2021, esse número chegou a 68% do total de famílias, alta de 0,5 ponto percentual em relação a abril e de 1,5 ponto em comparação com maio do ano passado.
O sexto aumento seguido no endividamento, desta vez, acompanhou também a primeira alta, em 8 meses, na inadimplência. Desde agosto, é a primeira vez que o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso aumenta na passagem mensal, alcançando 24,3% em maio, mas ainda 0,8 ponto percentual abaixo do apurado no mesmo período de 2020.
A parcela dos brasileiros que declararam que não terão condições de pagar contas ou dívidas e que permanecerão inadimplentes também aumentou para 10,5%, mas teve queda de 0,1 ponto em relação ao mesmo mês de 2020.
Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o orçamento das famílias vinha sendo minimamente preservado até aqui pela força do mercado de trabalho, porém essa realidade não tem se mantido ao longo da crise desencadeada pela pandemia, diante da percepção de uma menor estabilidade de emprego e de outros fatores econômicos, como a inflação elevada.
“Houve uma piora no orçamento das famílias em maio, com a alta da inadimplência, mas esse era um movimento esperado. A renda se mantém baixa, com fragilidades no mercado de trabalho, incluindo um menor impacto de benefícios assistenciais, caso do auxílio emergencial reduzido” (Gecom/CNC).