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A comunicação a serviço da empresa

em Artigos
segunda-feira, 09 de novembro de 2020

Beti Sefrin (*)

Aparentemente toda empresa tem comunicação. Mas será que realmente toda comunicação funciona? Quantas empresas fazem uma comunicação pensada, estratégica?

Muitas ainda são aquelas que a fazem apenas para cumprir os protocolos básicos, para vender seus produtos formalmente. Poucas se comunicam de fato com suas equipes e seus públicos. É preciso perceber como é possível otimizar processos e oportunidades, encurtar caminhos e aplacar crises utilizando o potencial da comunicação. O mais comum, no entanto, é minimizar a comunicação.

É claro que regras têm exceção e há organizações que têm essa visão de melhor performance da comunicação em seus resultados, não só nos ligados diretamente às relações, mas também na conta final de produtividade e de seu balanço financeiro. Quem tem no seu mindset a comunicação, tem atitudes e caminhos estratégicos para atingir seus objetivos na organização.

E, por consequência, desenvolve as ferramentas para encurtar tais caminhos, como a linguagem adequada a cada canal. Mas tem de ter originalidade! Não adianta repetir estratégias bem-sucedidas, pois cada caso é um caso e cada pessoa é única, em situações únicas. Tudo deve ser vivido e sentido, o momento é único, a situação é única e para tanto o pensamento também é único.

Temos de pensar que quando nos deparamos com um caso a ser resolvido, o olhar deve ser abrangente e sem preconceitos. O conteúdo das abordagens deve ser criteriosamente pensado, sentindo e praticado com empatia, a fim de perceber os resultados da ação, mesmo antes de realizá-la. Isso porque os universos são diferentes, as visões são plurais e os sentimentos, então, cheios de nuances.

Tudo vem carregado de experiências únicas, desde a constituição familiar, até o vivido individualmente. Envolve crenças, conhecimento, discernimento e entendimentos variados. A comunicação empresarial tem alma. E cada uma está inserida em um contexto a ser considerado. Naturalmente. Mas será que realmente esse universo é considerado?

Do ponto de vista prático, primeiro temos que entender o contexto e a situação especificamente no caso de uma crise ou necessidade pontual; depois pensar em caminhos e sensibilização. Aí, então, a estratégia já deve estar presente nas ações escolhidas, como caminho para resolver a questão. Comunicação estratégica é para todos e em todas as situações, seja para mostrar sucesso ou para dirimir uma dificuldade.

Uma empresa em situação de risco pode e deve lançar mão de comunicação estratégica, pois pode sensibilizar os públicos de várias formas e não necessariamente diretamente.

Pode ainda mostrar outros aspectos de seus produtos, pode mostrar a trajetória da empresa conferindo-lhe credibilidade, mostrar seu valor social, e suas possibilidades mercadológicas. Internamente provocar o orgulho dos colaboradores por estar na empresa, conscientizá-los de momentos vividos e sobre os valores da empresa e dos produtos/serviços elaborados.

A comunicação de fato é a alma dos negócios!

(*) – É conselheira da Orchestra Comunicação Empresarial e Head estratégica na Insider2.