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Os desafios em liderar equipes multigeracionais

em Mais
quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Marco Ornellas (*)

Pela primeira vez, quatro gerações extremamente diferentes estão atuando simultaneamente no mercado profissional: Baby boomers, X, Y e Z. Esse cenário desafiador demanda uma maleabilidade muito grande dos RHs e dos designers organizacionais. Lembre-se que os indivíduos de cada geração compartilham características em comum devido às circunstâncias de seu tempo, mas obviamente nenhuma delas é totalmente uniforme.

Porém, mesmo que complexa, essa “mistura” traz ótimos resultados. Assim, é importante que o RH e a gestão tenham em mente que todos os profissionais, independente da geração, são igualmente importantes. E é aqui que o designer organizacional faz a diferença, pois ele é treinado para olhar e entender os contextos e, com base nisso, construir um futuro. O fundamental é saber as características de cada geração para enfrentar os desafios diários.

. Baby boomers (1946-1964) – Nascidos no período pós-guerra, essa geração cresceu com um forte desejo de se destacar profissionalmente. Assim, tornaram-se a geração “workaholic”. O baby boomer se tornou jovem e adulto em um período em que sucesso era sinônimo de desenvolver uma carreira inteira dentro da mesma organização. Por conta disso, são altamente leais ao empregador. Ainda, esse grupo se adaptou relativamente fácil às tecnologias de hoje e vê nelas um suporte à produtividade.

. Geração X (1965-1980) – Por serem filhos de baby boomers workaholics, a geração X busca uma vida profissional saudável e equilibrada. Portanto, são menos ambiciosos que qualquer outra geração, mas 70% das organizações acredita que esse grupo faz um trabalho de destaque. Além disso, eles lutam por direitos humanos, buscam dignidade e liberdade e têm grande preocupação em combater a corrupção. Essa é a geração menos volumosa nos dias de hoje (65 milhões, contra 72 milhões de baby boomers e 73 milhões de millennials).

. Geração Y ou millennials (1981-1996) – Esta é a geração que corresponde à maior parcela de força de trabalho atual. Os millennials são altamente motivados pelo desenvolvimento pessoal e profissional, portanto demandam feedbacks constantes de seus gestores. Quando sentem que suas necessidades não estão sendo saciadas, não temem em procurar novas oportunidades.

Dessa forma, para gerenciar os millennials é importante que o líder entenda que eles buscam um propósito no trabalho. Para eles, essa é uma prioridade ainda maior do que o salário. Assim, organizações que oferecem a oportunidade de contribuir com o mundo são mais atrativas para os funcionários desse grupo.

. Geração Z (1997-2010) – Este grupo, de nativos digitais, ainda está chegando ao mercado de trabalho. Devido ao contexto tecnológico em que nasceram e se desenvolveram, essa é uma geração hipercognitiva, que não tem dificuldade em integrar experiências online e offline e sabe lidar com o excesso de informações e fontes. Mas lembre-se que seus comportamentos se baseiam em uma premissa. Eles estão sempre em busca da verdade.

Assim, valorizam a expressão individual, evitam rótulos, mobilizam-se a favor de grandes causas e acreditam que o diálogo é a forma mais eficaz de se resolver conflitos e melhorar o mundo. No Brasil, já são 20% da população.

(*) – É coach, membro da ICF (International Coaching Federation) e Mestre em Biologia-Cultural, fundador da Ornellas Consultoria e da 157Next.Academy.