Daniela Brocca (*)
O termo lifelong learning é aprendizagem ao longo da vida.
Se refere à busca contínua, voluntária e automotivada pelo conhecimento, seja em âmbito profissional, acadêmico ou pessoal, nas mais diversas dimensões da vida. Ou seja, se trata de um aprendizado flexível, diverso e disponível em diferentes tempos e lugares.
A expressão surgiu em 1970 e foi idealizada pela Unesco, Conselho Europeu e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD). Segundo a Lifelong Learning Council Queensland (LLCQ), Instituição Australiana que dissemina o conceito ao redor do mundo: “o lifelong learning cruza setores, promovendo aprendizado além da escola tradicional e ao longo da vida adulta”.
Outra reflexão promovida pelo lifelong learning é que nunca é cedo ou tarde para começar a aprender. Além de contribuir para o desenvolvimento de hard e soft skills, auxilia no processo de autoconhecimento. Desta forma, os estudos fazem parte da nossa trajetória ao longo da vida e não apenas de uma etapa que termina após certa idade ou nível de escolaridade.
Essa abordagem é baseada em quatro pilares: aprender a conhecer (adquirir conhecimentos e sentir prazer pelo hábito de estudar); aprender a fazer (colocar em prática o novo conhecimento adquirido); aprender a conviver (troca mútua de conhecimento que é benéfica para ambas as partes); aprender a ser (praticar o autoconhecimento, ser independente e ter autonomia para estudar sozinho, sem esperar por alguém).
Todos os dias temos novos desafios e oportunidades. É preciso estarmos em constante aprendizagem, nos mantermos atualizados e preparados. Um bom exemplo é o que temos vivenciado nos últimos meses com a pandemia coronavírus (Covid-19). Pessoas e organizações tiveram que se reinventar e buscar novas formas de trabalhar, estudar e lidar com as demandas do cotidiano.
Quem está mais preparado para vivenciar este novo cenário são aquelas pessoas que se mantiveram estudando e se aperfeiçoando, desenvolvendo habilidades nas mais diversas dimensões da vida.
Neste sentido, os lifelong learners, aqueles que estão em constante aprendizado, possuem vantagens para se adaptar e lidar com as novas tendências.
Os lifelong learners são pessoas mais criativas, protagonistas, dispostas a aprender e a ensinar, bem como a contribuir com as organizações, características importantes para a convivência em sociedade e no mercado de trabalho. O lifelong learning contribui para manter o profissional qualificado durante toda a sua carreira, pois abre sua mente para novas possibilidades, fortalecendo conexões e redes de contato.
Nós não sabemos de tudo e sempre temos algo novo a aprender e a agregar tanto na vida pessoal quanto profissional. Nas palavras de Sócrates: “Só sei que nada sei” ou “sei uma coisa: que eu nada sei” por vezes chamado de paradoxo socrático, é uma afirmação muito conhecida derivada da narrativa de Platão sobre o filósofo Sócrates.
A frase indica que é sábio conhecer a dimensão da própria ignorância, querendo dizer também que quanto mais aprendemos, mais temos para descobrir.
(*) – É mestranda em Educação e coordenadora do Ensino Fundamental Anos Iniciais do Colégio Marista São Luís (www.colegiosmaristas.com.br).