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Quais as principais tendências globais pós-pandemia?

em Manchete Principal
segunda-feira, 10 de agosto de 2020

A pandemia do novo coronavírus transformou o mundo e para identificar quais mudanças ainda ocorrerão na próxima década, a EY lançou o Megatrends 2020, um estudo que reúne análises sobre as principais tendências de negócios e inovação. O objetivo é mostrar às organizações os desafios que serão enfrentados no futuro e como vencê-los com a melhor estratégia e planejamento. Conheça as oito megatendências:

  1. Descarbonização: – Novas soluções para zerar as emissões de carbono estão surgindo e impulsionando a criação de valor em longo prazo por meio da liderança climática. Mais de três mil pedidos de patentes relacionados a inovações em redução de carbono foram feitos entre 2009 e 2018.

Plantar um trilhão de árvores é uma tarefa monumental, porém empresas como a Land Life estão lidando com esta oportunidade, que pode parecer antiquada, mas utiliza as mais modernas ferramentas digitais: drones, robôs e satélites – tudo para otimizar e acelerar o plantio. Novas tecnologias verificadoras também podem servir para dar veracidade aos compromissos de créditos de carbono garantidos por meio da preservação do solo e silvicultura.

Imagem: Freepik
  1. Guerra fria tecnológica: – Hoje, as empresas precisam se proteger não apenas contra ataques de malware e phishing, mas também com a desinformação armada. Além disso, há o desafio da falta de transparência. O resultado líquido dessas tendências pode ser uma economia cada vez mais fragmentada.

As empresas multinacionais operam hoje em um cenário verdadeiramente global, com cadeias de suprimentos sofisticadas, equipamentos de P&D e redes de vendas e marketing que ultrapassam fronteiras nacionais. A guerra fria tecnológica e econômica ameaça os mecanismos que tornam possíveis as operações globais. Ou seja, no futuro, empresas podem ser restringidas para operar nas esferas de influência de seus estados de origem.

  1. Economia comportamental: O comportamento humano está se tornando uma mercadoria – quantificada, padronizada, empacotada e comercializada, como os dados do consumidor atualmente. Essa comoditização, combinada com o amadurecimento de disciplinas como computação afetiva, dará às empresas e aos governos a capacidade de influenciar e moldar nosso comportamento.
Imagem: Freepik

Investimentos no setor cresceram 146% nos últimos cinco anos e nos colocaram em um mundo cada vez mais preciso, com sofisticados instrumentos de persuasão. Imagine um avatar de vendedor que possa manter simultaneamente o contato visual com centenas clientes enquanto modifica seu sotaque, escolhe palavras e tom de voz com base nos dados de cada preferências do cliente?

  1. Mídia sintética: A mídia sintética está emergindo como um novo cyber risco para as empresas. Garantir autenticidade será crítico para manter a confiança de stakeholders, preservar a reputação da marca e impulsionar o desempenho dos negócios. Um caso de três ataques bem-sucedidos de áudio deepfake, que representavam a voz de um CEO, iniciaram transferências de bancárias, resultando no roubo de milhões de dólares. Embora ainda não tenhamos visto uma série de deepfakes de alto perfil ou falsificações direcionadas ao setor privado, as empresas precisam estar preparadas.
  2. Futuro do pensamento: Enquanto todos experimentamos o efeito dramático que as mídias sociais e os smartphones têm sobre comportamento e cognição, pode haver consequências ainda mais amplas da próxima onda de tecnologias de aperfeiçoamento humano, como Inteligência Artificial, robôs e veículos autônomos.

Novos aplicativos e recursos do smartphone permitem que os usuários meçam e limitem a quantidade de tempo gasto nos dispositivos. Nas redes sociais, há movimentos positivos, como ocultar “curtidas” nos feeds dos usuários e banir deepfakes. Todos esses são passos encorajadores, mas ainda estão ofuscados pela escala do problema. É preciso fazer mais.

  1. Trabalho e vida sem fronteiras: Estamos nos movendo para um futuro em que os indivíduos buscarão um mix de trabalho, lazer e aprendizado de acordo com as suas circunstâncias de vida. É um cenário acelerado na pandemia e que ficará para além dela. Com o desaparecimento dos deslocamentos, os trabalhadores ganharam em momentos de lazer e rotinas diárias.
Imagem: Freepik

Mas esse ganho inesperado foi acompanhado por outras complicações – o desafio de demarcar espaços pessoais e profissionais, perda de motivação, além dos sentimentos de isolamento – o que destacou questões que precisam ser abordadas no futuro do trabalho virtual.

  1. Microbiomas: Micróbios já são utilizados em inúmeros processos, desde antibióticos e insulina até a transformação de biomassa em biocombustíveis. Mas o surgimento de um poderoso conjunto de ferramentas está nos permitindo não apenas entender e mobilizar melhor o microbioma, mas aproveitar todas as suas potencialidades.

Em 2019, foram investidos 621 milhões de dólares em startups que buscam soluções de microbiomas relacionadas ao clima e agricultura. As doenças influenciadas por microbiomas incluem diabetes tipo II, câncer, alergias alimentares, uma variedade de doenças inflamatórias (como artrite reumatoide), Parkinson, obesidade, autismo, depressão e ansiedade.

  1. Biologia Sintética: A biologia sintética padroniza sistemas biológicos para copiar, alterar e dimensionar inovações genéticas mais rapidamente. Para termos uma noção da velocidade da mudança, o primeiro sequenciamento do genoma humano exigiu 13 anos e 3 bilhões de dólares; hoje, leva uma semana e 600 dólares. As ferramentas de biologia sintética estão sendo implementadas rapidamente na resposta ao Covid-19.

Quando a pandemia ocorreu, várias empresas do setor interromperam pesquisas em curso para focar no novo coronavírus. Seus recursos já permitiram chegar a resultados positivos e com maior potencial funcionalidade do que abordagens clássicas, que utilizam formas enfraquecidas ou neutralizadas do vírus.

Fonte e mais informações (https://www.ey.com/pt_br).