Laissa Capssa (*)
A tecnologia tornou-se imprescindível para as empresas que buscam crescer e inovar.
Com isso, muitas oportunidades surgem na área de TI, mas os profissionais atuais, muitas vezes, não são suficientes para suprir toda a demanda de trabalho existente.
Uma das alternativas para solucionar essa defasagem nos mercados de tecnologia é aumentar a participação feminina no setor. As mulheres representam apenas 20% na área de TI. O principal fator para esse índice tão baixo ainda é cultural. As profissões relacionadas a tecnologia ainda são vistas como majoritariamente masculinas.
A desigualdade salarial e os preconceitos existentes também afastam as mulheres da área da tecnologia. Ao ingressar em um mercado dominado por homens, provar o valor do seu trabalho é um dos maiores desafios das mulheres até os dias de hoje.
Elas, apesar de apresentarem um grau de instrução mais elevado, ganham 34% a menos do que os homens. Se você questionar uma mulher que trabalha com tecnologia acerca das condições de trabalho, é provável que ela aponte uma realidade bastante conhecida: a de discriminação e constante reafirmação.
De acordo com Maria Klawe, presidente do Harvey Mudd College, são três os principais motivos para que as mulheres não queiram ingressar no mercado de tecnologia: a falta de interesse, não acreditar ser boas em tecnologia e não achar que vão se sentir confortáveis trabalhando nessa área.
Desde pequenas, as meninas são incentivadas a brincar “de casinha”, enquanto os meninos brincam com computadores e videogames. Apesar de muitos acreditarem que essa divisão seja natural, isso apenas reforça os estereótipos de gênero ao delegar às garotas atividades e interesses relacionados ao cuidado, que, mais tarde, será dirigido à casa, à família e aos filhos.
Em um momento em que a sociedade e as empresas estão cada vez mais dependentes da tecnologia, incentivar a qualificação profissional de mulheres para as áreas de TI, e inseri-las no mercado de trabalho, é uma forma de combater as desigualdades de gênero. Além disso, apostar na diversidade das equipes é apostar em soluções cada vez mais completas.
Diferentes visões contribuem para que a tomada de decisões e a resolução de problemas sejam mais assertivas – e, dessa forma, a melhoria nas empresas será contínua. Mesmo diante de toda a resistência do mercado, muitas mulheres estão mais dispostas a ter uma carreira em TI.
As discussões acerca da diversidade, representatividade e empoderamento feminino, por exemplo, têm incentivado essa busca. As organizações que estão atentas a esse cenário devem criar um ambiente favorável para o desenvolvimento da igualdade de gênero.
(*) – É diretora regional da Service IT, integradora de soluções e serviços de TI especializada em outsourcing e consultoria.