As pandemias, revoluções e guerras são os principais motores para mudanças radicais na sociedade. No entanto, o empresário-gestor deve ter a consciência de que esta crise passará e que é necessário maturidade e visão de futuro. Apesar da dureza do momento, há muita aprendizagem por ser assimilada e aprimoramentos de gestão por serem feitos.
Para ajudar a enfrentar essa crise e sair dela com saúde (financeira e mental), Edson Barbero, que é professor, coordenador do Centro de Empreendedorismo e membro do Conselho Curador da FECAP, separou as dicas a seguir:
- – Não perca contato com o seu cliente – É importante não perder o contato com seu cliente e adotar modificações em termos de gestão. Fazer-se presente através de meios eletrônicos é uma estratégia eficiente que pode garantir a lembrança e a preferência de seu cliente após a pandemia.
- – Identifique novas possibilidades – De um lado, é bastante difícil reverter ou recuperar receitas em curto prazo. De outro, abre-se uma oportunidade para que os empresários repensem seu modelo de gestão.
Geralmente os empresários não têm tempo para fazer certas melhorias: aprimorar processos de atendimento, revisar bases de informação de clientes, adotar o uso de novas tecnologias, aprimorar o seu processo de comunicação com o mercado, etc.
Recomendamos que este momento possa ser aquele de intensa melhoria nos processos organizacionais, mesmo que, no curto prazo, tal empresa apresente queda em seu faturamento.
- – Reduza valores ou parcele – No curto prazo, para se manter algum nível de receita, algumas estratégias comerciais podem ser adotadas. Valores de honorários podem ser reduzidos ou parcelados tal como uma oferta de “apoio” a uma eventual dificuldade financeira que seu cliente possa estar enfrentando. Além de exercer seu papel social, o pequeno empresário pode, deste modo, manter receitas.
Tais estratégias podem também assegurar uma maior retenção de clientes no futuro próximo. As pessoas tendem a estabelecer vínculos positivos com aqueles que, na crise, foram colaborativos e solidários.
- – Renegocie dívidas e busque incentivos do Governo – No que tange à questão financeira, recomendamos que as empresas busquem formas de renegociação de possíveis dívidas, como aluguéis de espaço físico, por exemplo. Seus fornecedores também estão com as receitas estranguladas. Esta pode ser uma forma significativa de a empresa conseguir fôlego para manter a saúde financeira em curto prazo.
Outro ponto importante é buscar informações confiáveis sobre medidas governamentais que possam lhes oferecer benefícios fiscais durante este momento de crise. Estamos passando por um momento totalmente atípico, pelo qual todos os setores estão sendo afetados de alguma maneira. Portanto, há abertura para possíveis negociações comerciais.
Tenha total atenção e cuidado com o possível ingresso em linhas de crédito, até mesmo as governamentais. Isto porque a economia brasileira possui altos juros, ainda que, em um momento como o atual, os créditos ofertados por órgãos estatais estejam com taxas menores do que as habituais. Menores, mas ainda assim caras.
Portanto, a recomendação é para que se busque, inicialmente, a renegociação de dívidas, para então aliviar a gestão do caixa. Em casos de ainda maior pressão financeira, recomenda-se detalhado estudo e forte negociação para uma busca por linha de crédito com juros menores e fluxo de pagamento o mais alongado possível.
- – Relacione-se de forma ética com seus stakeholders – Não é recomendado, por exemplo, a demissão de colaboradores. Também não recomendamos o não pagamento de dívidas sem negociações ou diálogos. Em um momento de crise difícil como este que vivemos, as empresas que se portarem de maneira ética e responsável certamente serão aquelas que futuramente serão consideradas melhores e mais confiáveis para se manter relações. Uma organização de saúde deve ser gerenciada de maneira próxima, direta e justa com seus stakeholders.
- – Encare as mudanças com otimismo – Sabe-se que não é fácil. No entanto, é necessário um misto de realismo com otimismo. Após esta crise, é esperado que a sociedade se torne mais consciente em diversos aspectos. Como dito, as pandemias trazem mudança. É esperado que, após a pandemia, o consumidor, de um modo geral, mude alguns comportamentos de compra. O empresário precisa estar preparado para oferecer seu produto ou suporte ao cliente de maneira eficiente e eficaz.
- – Invista em tecnologia – É necessário que o empresário tenha ainda mais pensamento estratégico e não se prenda apenas ao momento de hoje. Os gestores devem intensificar sua atenção às questões tecnológicas que envolvem o negócio. A oferta de serviços através da tecnologia, que traz à tona uma nova modalidade de atendimento aos clientes, pode conferir ganho de produtividade e melhoria nos atendimentos e, consequentemente, fidelização de sua base de clientes.
Após esta crise, as empresas que estiverem mais preparadas e aprimoradas com tecnologias, novos processos e legítimo relacionamento com seus clientes serão aquelas que prosperarão. Não é fácil e não há como prever o futuro de maneira exata, mas os sinais apontam para o fato de que, como sempre, as crises são superadas por grandes líderes.
Fonte e mais informações: (http://www.fecap.br/conexoesempresariais).