2020 promete ser o ano em que as relações entre estados, municípios e União podem mudar substancialmente. Para isso, o Congresso analisa o Plano Mais Brasil, tentativa do governo de descentralizar o controle do dinheiro e de racionalizar gastos, uma das prioridades do governo no ano legislativo. O plano é composto por três propostas que devem ser votadas no primeiro semestre e, se aprovadas, enviadas para a Câmara.
A intenção do líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), é levar a proosta da Revisão dos Fundos, que propõe a extinção de todos os fundos infraconstitucionais para “desamarrar” o dinheiro destinado a eles, para votação no Plenário ainda em fevereiro. Em seguida, o governo espera que em março seja votada a PEC que traz um ajuste fiscal gradual, com contenção do crescimento das despesas obrigatórias para todos os níveis de governo. Por fim, a do Pacto Federativo pode ser aprovada no Senado já em abril.
Relator da PEC do Pacto Federativo, o senador Marcio Bittar (MDB-AC) já se mostra favorável à proposta. “Ela promove uma verdadeira transformação das relações institucionais e financeiras entre os entes nacionais porque consolida uma cultura fiscal com elementos fortes como austeridade, responsabilidade e sustentabilidade fiscal”. Desde 2018 parlamentares se debruçaram sobre novas regras de distribuição dos recursos arrecadados com o leilão de campos do pré-sal, ocorrido em novembro.
No penúltimo dia de dezembro, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que prorroga por mais 13 anos, ou seja, até 2033, o início da permissão para as empresas usarem créditos do ICMS sobre insumos (energia elétrica, telecomunicações e mercadorias) não utilizados diretamente na produção de bens que serão exportados. Não fosse a prorrogação, os estados sentiriam o dinheiro minguar já neste ano (Ag.Senado).