Marcella Carvalhal (*)
As sucessivas quedas na taxa básica de juros, a Selic, em 2019, fizeram com que os bancos iniciassem uma clara disputa pelo cliente.
Com isso, gerou um cenário de ofertas cada vez mais atrativas em crédito imobiliário. Sensível às instabilidades econômicas e ao crescente desemprego, o setor foi bastante afetado pela crise dos últimos anos e, agora, volta a respirar. Mas o que vem pela frente? Teremos uma nova ascensão na compra e venda de imóveis, como em meados dos anos 2000, ou ainda são necessários muito mais esforços na economia?
Costuma-se dizer que o mercado imobiliário é cíclico. Ele é o primeiro a sentir o impacto de recessões econômicas e, também, o último a se recuperar. Isso porque a compra de um imóvel costuma ser o maior investimento de grande parte das pessoas. E, naturalmente, se a população não sente segurança e confiança nas ações econômicas, ela tende a ser mais conservadora nos gastos.
Em 2016, houve grande oscilação nos preços e condições comerciais dos imóveis. O mercado entende que depois de bater no fundo do poço, os valores iniciam um novo ciclo de retomada. Já é possível observar um crescimento do setor, com lançamentos tendo uma velocidade de venda maior, construtoras comprando terrenos e os próprios consumidores retomando as compras. Novamente percebemos o movimento da gangorra: juros baixos, mercado imobiliário em alta.
Segundo o Secovi-SP, sindicato que representa o setor de habitação, a quantidade de imóveis comercializados em junho de 2019 ficou 176% acima do resultado do mesmo mês de 2018. Tudo isso é bastante animador para investidores, empresários e, principalmente, para quem sonha em conquistar o imóvel próprio.
Além disso, comprar um imóvel é um ótimo investimento para o comprador final.
Com oferta de crédito maior a juros menores, o mercado imobiliário se torna mais atrativo que o financeiro, por exemplo, com riscos mais calculados e retornos maiores. No mundo dos investimentos, geralmente, os maiores ganhos estão atrelados aos maiores riscos. Entretanto, a aplicação em imóveis está associada a uma maior segurança e solidez. São diversas as oportunidades de ganhos. Como exemplo, podemos citar a crescente oportunidade de investimentos em studios com o objetivo de locação short stay.
Outra vantagem do cenário atual e das perspectivas positivas para o mercado é que essa é a oportunidade que muitos esperavam para sair do aluguel. Com juros equilibrados, o financiamento de um imóvel pode ter parcelas com valores parecidos com o aluguel.
A mais recente redução da taxa Selic, para 4,5% ao ano, anunciada pelo Copom em dezembro do ano passado, pode representar um ótimo impulso para a economia em 2020.
Com juros baixos e inflação controlada, os bancos continuarão a criar condições baratas e competitivas para atrair o comprador. Porém, é válido lembrar que o comprador não precisa esperar novos cortes nos juros, uma vez que é possível fazer a portabilidade da dívida entre bancos para financiamentos já contratados. Além de outras alternativas mais sofisticadas como o consórcio já contemplado de imóveis, como opção para troca de dívida, sem juros e com prazo reduzido.
Em suma, 2020 parece bastante promissor.
(*) – Graduada em Comunicação Social com especialização em Marketing pela ESPM, Executiva de Marketing com grande experiência no mercado imobiliário, é co-fundadora e COO no Grupo YMK Negócios Imobiliários (www.ymk.com.br).