A viabilidade econômica da reativação da hidrovia do São Francisco foi confirmada por especialistas ouvidos pela Comissão de Transportes da Câmara. Dados apresentados mostram que uma barcaça, por exemplo, poderia levar 900 toneladas de carga; quantidade que se transportada por terra, exigiria 35 carretas. A viabilidade ambiental também foi confirmada pelos debatedores: a emissão de poluentes é quatro vezes maior nas rodovias do que nas hidrovias.
Representante do DNIT, Karoline Lemos listou as intervenções necessárias para a reativação: a retirada de material do fundo do rio; a implantação de sinalização, de guias-correntes e de diques de pedra que diminuem a necessidade de dragagem. “Pra que a gente chegue a dizer que temos uma hidrovia, a gente precisa ter uma via confiável pra navegação. Ela tem de ser segura, nós temos que prover serviços de manutenção, de operação das nossas eclusas, nós precisamos ter cartas náuticas atualizadas e precisamos executar os serviços de dragagem”, destacou.
Para o deputado Paulo Guedes (PT-MG), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco, o problema também passa pela organização dos diversos setores do governo. “Faltam recursos financeiros e falta entrosamento, porque os próprios órgãos às vezes batem cabeça”, lamentou.
Raul Reis, prefeito de Lagoa dos Patos, no norte de Minas, enumerou as vantagens da reativação da hidrovia. “Levaria turismo para a nossa região, em especial aos municípios que são ribeirinhos; levaria a um aquecimento na economia, onde a mercadoria chegaria naquela região num preço mais em conta; isso sem contar que ela poderia escoar a produção da nossa região” (Ag.Câmara).