A Bolívia e a Organização dos Estados Americanos (OEA) chegaram a um acordo ontem (30), para a realização de uma auditoria da polêmica eleição presidencial que garantiu a vitória do presidente Evo Morales. Segundo o ministro da Comunicação, Manuel Canelas, a medida determinará se houve ou não fraude durante a apuração dos votos. As análises devem ser iniciadas hoje (31). A decisão foi tomada depois que o candidato de oposição, Carlos Mesa, questionou o governo sobre a transparência no pleito.
Segundo a entidade eleitoral, Morales obteve 47,08% dos votos, enquanto Mesa garantiu 36,51%. O resultado define o vencedor no primeiro turno, já que há uma vantagem de 10 pontos. “O presidente [Morales] disse que, se a suposta fraude for comprovada e determinar ir para o segundo turno, iremos para o segundo turno, é claro”, afirmou.
Em comunicado à imprensa, o ministro das Relações Exteriores, Diego Pary, explicou que a auditoria será “vinculante”.
Logo depois da eleição, no último dia 20, a coalizão que apoia Mesa recorreu à OEA, alegando suspeitas de irregularidades no pleito e na contagem. As denúncias provocaram um clima de tensão e protestos pelo país. Desta forma, a OEA propôs a revisão da contagem de votos e indicou que, se a margem de vitória de Morales fosse muito estreita, seria melhor convocar um segundo turno no próximo dia 15 de dezembro (ANSA).