171 views 5 mins

Por onde começar e qual o papel da liderança

em Opinião
sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Maíra Pimentel (*)

Todo CNPJ é composto por CPFs. O que isso quer dizer?

Significa que toda empresa é composta por pessoas e que, por isso, é fundamental desenvolver estratégias para engajar e garantir a identificação dos colaboradores com a empresa.

Esse é o principal ponto para o negócio crescer, se reinventar e até para reter os melhores funcionários. Isso já faz parte dos investimentos de várias companhias brasileiras, que em 2017 registraram um aumento de 21% no valor destinado a treinamento e desenvolvimento, segundo a Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD). As novas tecnologias mudaram o mundo – e o mercado de trabalho também.

As pessoas se relacionam e vivem de uma forma diferente do que era antigamente e essa nova realidade traz impactos reais para indústria e o mercado. As empresas precisam saber o que está sendo discutido. Profissões que existem desde o século 18 são revisitadas e reinventadas, enquanto que outras ainda nem surgiram – vale lembrar do dado amplamente divulgado no relatório Futuro do Trabalho, do Fórum Econômico Mundial, mostra que 65% das crianças que estão no primário irão trabalhar em empregos que ainda não existem. Diante desse cenário, como desenvolver habilidades em seu time de forma assertiva?

Primeiros passos – Antigamente, as organizações consideravam e valorizavam apenas as capacitações e especializações técnicas como parte da estratégia de desenvolvimento de habilidades. Isso explica, portanto, a popularização dos cursos técnicos entre os jovens nas últimas décadas. Entretanto, uma vez inserida no mercado de trabalho, a pessoa enfrentava dificuldades relacionadas justamente às soft skills, competências humanas como comunicação, criatividade, entre outras.

Hoje, elas são essenciais para quem deseja ter uma carreira de sucesso em um mundo cada vez mais tecnológico e robotizado. Uma forma de começar isso é promover e valorizar um perfil curioso, que busque informações além de sua área de expertise. É fundamental estimular profissionais a terem autonomia na construção de seu repertório e valorizarem o aprendizado contínuo.

Estabelecer dentro da companhia um período e espaço para que os colaboradores dividam experiências e informações – sejam eles por meio de livros, palestras e encontros, shows, exposições e passeios culturais – é de extrema importância. Além disso, deve-se atento a quais eventos, feiras e cursos o time deseja conhecer e facilite e incentive sua participação, seja com ajuda de custo ou uma liberação mais cedo.

E o líder? – Embora o perfil do profissional à frente do time dependa da natureza dos negócios ou do projeto, quando falamos de liderança algumas características se destacam. Comunicação, clareza e empatia são algumas delas. Colocar-se no lugar do outro sem perder o foco na entrega é imprescindível. O gestor de um grupo plural tem que ser até mais inquieto do que sua equipe. Ele precisa ler muito sobre coisas diferentes, experimentar novas dinâmicas e, ao lado de seus colaboradores, buscar novos métodos e criar novos processos.

Contudo, o desenvolvimento não precisa começar com o líder. A aprendizagem é contínua, em rede, e serve aos mais diferentes profissionais, seja ele o chefe, o funcionário, o servidor público, etc. Esse movimento deve ser transparente, orgânico e fazer parte da cultura e dos valores de qualquer empresa. Assim, o negócio estará pronto para crescer junto a seus colaboradores.

Afinal, todo CNPJ é composto – e precisa ser – de CPF’s.

(*) – É cofundadora e diretora da Tamboro, startup de educação que oferece soluções on-line de desenvolvimento das habilidades do século 21 (www.tamboro.com.br).