A imposição de cotas de importação de aço pelos Estados Unidos pode reduzir as vendas brasileiras em até 60%, dependendo do produto, disse ontem (2) o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.
Na última quinta-feira (26), o governo dos Estados Unidos surpreendeu ao informar que as condições políticas para a manutenção das negociações tinham mudado e que o Brasil teria que decidir se aceitaria a proposta americana de imposição de cotas.
A conta é calculada pelo volume médio das exportações feitas de 2015 a 2017 para produtos semiacabados e acabados. No caso de produtos acabados, há ainda a aplicação de redutor de 30% sobre o volume médio nesse período. Para evitar a alternativa dos Estados Unidos da sobretaxa de 25%, o Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil decidiu aceitar a imposição de cotas. Segundo Lopes, a proposta, colocada na mesa de negociações, era “pegar ou largar”. Ele acrescentou que a decisão de aceitar foi tomada devido à relevância das exportações brasileiras de aço para os Estados Unidos, que correspondem a um terço do total.
Lopes acrescentou que, para tomar a decisão, também foi considerada a necessidade de se manter o uso da capacidade instalada do setor, atualmente em 68%. Com as cotas, serão exportadas aos Estados Unidos 3,5 milhões de toneladas de aço semiacabado e 496 mil toneladas de acabado (ABr).