As grandes economias do mundo pediram a retirada das tarifas ao aço e ao alumínio impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que rejeitam pelo grave impacto que terá no comércio internacional. Embora na sexta-feira (9) a União Europeia (UE) mantivesse cautela e evitasse se chocar de frente, a comissária de Comércio, Cecilia Malmström, advertiu que “a primeira opção da UE é sempre o diálogo mas, chegados a uma situação limite, responderemos”. E que “a UE não tomará nenhuma decisão até que nos confirmem não estarmos excluídos das novas tarifas”.
O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, lamentou a decisão ao mesmo tempo que advertiu que o bloco comunitário “responderá” para proteger sua indústria. A China pediu aos Estados Unidos que retire “o mais rápido possível” essas novas tarifas, pois alertou que terão um “grave impacto” sobre o comércio internacional. Para o diretor do departamento de pesquisa comercial do Ministério chinês de Comércio, Wang Hejun, a decisão atenta contra a ordem comercial da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em Tóquio, o ministro de Assuntos Exteriores do Japão, Taro Kono, qualificou hoje de “lamentáveis” essas medidas tarifárias e advertiu que “podem afetar a cooperação econômica entre Japão e EUA”. Também o Governo sul-coreano se uniu às queixas e lamentou a decisão de Trump. “Lamentamos a decisão de impor tarifas sobre as importações de aço apesar do nosso Governo apontar através de diferentes canais os problemas que acarretam esta ação”, disse o Ministro de Comércio sul-coreano, Paik Um-gyu, em reunião com o setor local do aço.
A ministra alemã de Economia, Brigitte Zypries, assegurou que Berlim combinará com a Comissão Europeia uma resposta “sensata, mas clara” às tarifas ao aço e ao alumínio americanas e advertiu que Donald Trump está isolando seu país. “É um protecionismo que ofende estreitos aliados, como a UE e a Alemanha, e que limita o livre-comércio”, denunciou a titular de Economia. Também o Governo francês protestou ontem à noite sobre a decisão.
“A França lamenta os anúncios de @realDonaldTrump sobre as tarifas ao alumínio e ao aço”, disse no Twitter o ministro francês de Economia, Bruno Le Maire, que considerou que “uma guerra comercial só terá perdedores”. Somente o Governo canadense aplaudiu hoje a decisão dos Estados Unidos, depois que o país foi excluído, mas acredita que “há mais trabalho para fazer”. O parceiro comercial México reiterou que a negociação do Tratado de Livre Comércio para a América Norte (Nafta) não deve estar fixa a condicionamentos (ABr/EFE).
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