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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Lucia Camargo Nunes (*)

Com o H6, GWM firma planos ambiciosos no Brasil

Haval H6 GT. Foto: GWM.

A GWM, nova marca chinesa de veículos eletrificados que chega ao Brasil, apresentou seu segundo SUV que será vendido por aqui, o Haval H6 GT.

A fabricante comprou as instalações da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) e está adaptando a planta para produzir híbridos e elétricos. Com investimento de R$ 10 bilhões, a GWM vai produzir e importar 10 novos modelos com as marcas Haval (SUVs), Tank (SUVs 4×4) e Poer (picapes) até 2025.

A primeira linha a chegar é a H6 híbrida, em três versões. A marca ainda não divulgou os preços, mas os modelos estão em pré-venda. A reserva pode ser feita pela parceria da GWM e Mercado Livre, com sinal de R$ 9 mil. As entregas começam em abril.

Em um rápido contato que tivemos com o H6 GT, o SUV deixa boas impressões pelo design, desempenho e acabamento.

Design atraente e tecnologias

O SUV cupê vem equipado com dois motores elétricos (um em cada eixo) que atuam a maior parte do tempo e alimentado por uma bateria de 34 kWh, o que lhe dá autonomia de 170 km apenas no sistema elétrico. O consumo na cidade é de 27,4 km/l e na estrada, 25,2 km/l.

Para completar, um motor 1.5 turbo entra em ação quando exigido, elevando o alcance, segundo a GWM, em um total de 1.052 km. Combinados, os motores geram 393 cv de potência e 77,7 kgfm de torque.

A recarga de até 80% da bateria em DC (corrente contínua) leva 29 minutos, enquanto em AC (corrente alternada) é possível carregar 100% em 6 horas.

Por dentro, o Haval H6 GT apresenta acabamento sofisticado, como revestimentos de couro com suede e fibra de carbono, painel de instrumentos digital de 10” e multimídia de 12” e até reconhecimento facial (para identificar motoristas distraídos e com fadiga). Por fora, faróis full LED e rodas de 19”. O porta-malas acomoda 560 litros.

Distribuição em novo modelo

O modelo de distribuição dos veículos será um de seus diferenciais. A GWM garante ter 100% de cobertura nacional, por meio de parcerias com grandes grupos de concessionários do país, sem lojas tradicionais.

Além de promover sistemas de assinaturas, esses parceiros terão seus próprios centros de distribuição de veículos e peças e assistência técnica. Tudo com leva e traz da casa do cliente.

A aposta é alta. Com fábrica, um grupo parrudo de profissionais vindos de outras montadoras e grandes multinacionais, parcerias com distribuição e bons produtos, a GWM quer demonstrar seu comprometimento com o Brasil e garantir que carros chineses estão prontos para ganhar a confiança dos consumidores.

Polo Track é expectativa de renovação

Polo Track 2. Foto: Volkswagen.

A Volkswagen foi corajosa em tirar o Gol de linha, seu sucesso carro best seller por mais de 40 anos, e nem sequer colocar um sucessor com o mesmo nome, como faz há tantas décadas a Toyota com o Corolla ou a Honda com o Civic.

A marca tomou a decisão de encerrar a trajetória e começar outra. O Polo Track chega ao mercado com uma proposta de plataforma e mecânica mais modernas, sem cobrar dos clientes tão a mais do que custava seu antigo modelo de entrada.

O Polo Track, com preço de R$ 79.090, faz um necessário upgrade com uma construção mais apurada e tecnologias. Produzido em Taubaté (SP), tem como diferenciais em relação ao restante da linha Polo novo para-choque e grade no estilo colmeia. Os demais são fabricados na planta de São Bernardo do Campo (SP).

De série, o Polo Track vem equipado com ar-condicionado, 4 airbags, direção elétrica, vidros dianteiros e travas elétricos, rodas de 15”, controle de estabilidade e assistente de partida em rampas. Para se ter rádio, é preciso pagar R$ 900 por um pacote opcional, que ainda inclui entradas USB, volante multifuncional e computador de bordo.

O motor é o 1.0 de 3 cilindros que rende até 84 cv acoplado ao câmbio manual de 5 marchas.

Se vai repetir o sucesso do Gol e conquistar um mercado já repleto de bons concorrentes, só o futuro mostrará. Certamente a Volkswagen vai ser agressiva nas vendas diretas, já que o antigo hatch tinha 80% de suas vendas destinadas a frotistas e locadoras.

(*) É economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br e do canal @viadigitalmotors no YouTube. E-mail: [email protected]