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quarta-feira, 13 de julho de 2022

Lucia Camargo Nunes (*)

Vendas de autoveículos caem no semestre

O primeiro semestre contou com o licenciamento de 851.444 automóveis e comerciais leves (autoveículos) no mercado brasileiro, resultado que representa queda de -15,4% sobre o volume licenciado no janeiro-junho de 2021.

Ainda assim, Andreta Jr, presidente da Fenabrave, entidade que reúne as concessionárias, percebe evolução gradativa. Ele aponta problemas de abastecimento de componentes e piora nos indicadores econômicos, como alta nas taxas de juros, aumento do custo do crédito e constantes reajustes nos preços dos combustíveis.

Motos e caminhões impulsionam mercado

Honda CG 160 moto mais vendida do país – foto Honda.

Quando analisamos o mercado geral –autoveículos, caminhões, ônibus e motos – a perspectiva é um pouco melhor: o cenário que se desenha agora é que o ano encerrará com aumento de 5,5%. O otimismo vem da boa performance de caminhões e motocicletas.

O setor de duas rodas empurrou uma alta de 23% de janeiro a junho. Para Andreta Jr., há um claro efeito de substituição do carro pela moto em função dos preços dos combustíveis, da queda na renda pela inflação e priorização do transporte individual. O segmento já vinha crescendo em função do aumento dos serviços de entrega.

Produção em queda

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea – foto Anfavea

A produção no semestre acumula 1,092 milhão de autoveículos, queda de -5% em relação aos primeiros seis meses do ano passado. “A crise global dos semicondutores vem se prolongando, em função de novos fatores como a guerra na Ucrânia e os lockdowns na China, que afetam o fornecimento de insumos e a logística global”, afirma Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Em suas projeções para 2022, a nova expectativa da produção é de fechar o ano com 2,340 milhões de unidades, alta de 4,1% sobre 2021. Para vendas internas, espera-se chegar a 2,140 milhões de autoveículos licenciados, crescimento de 1%.

Importados também recuam

A situação da Abeifa, que representa 11 marcas de veículos importados, não é diferente. No acumulado do semestre, a entidade anota baixa de -37,3% (8.265 unidades este ano x 13.181 veículos em 2021).

“A demanda de mercado continua aquecida. Mas a oferta de importados esbarra na falta de componentes, o que provoca desabastecimento. Também observamos diversas atualizações de portfólio e aceleração no crescimento da eletrificação veicular, demandando algum tempo de adaptação do mercado”, opina João Henrique de Oliveira, presidente da Abeifa.

Com novos design e conteúdos, será que o HB20 continuará líder?

O Hyundai HB20 chega à linha 2023 com a mesma alma, mas renovado. Mesma alma porque o atual líder de vendas nacional manteve os bons motores, ganhou uma reestilização após uma 2ª geração que não agradou tanto e aproveita a mudança de linha para receber um upgrade de tecnologias e segurança.

O design da 3ª geração tem tudo para agradar: mais agressivo e esportivo, o compacto exibe frente imponente e traseira com destaque às novas lanternas interligadas por uma faixa.

Mantendo os bons motores 1.0 aspirado de 80 cv e 1.0 turbo de até 120 cv, o novo HB20 terá seis versões entre R$ 79.290 e R$ 118.390 (preços no estado de São Paulo).

Todas são equipadas com 6 airbags, freios ABS com EBD, limitador de velocidade, piloto automático, controles eletrônicos de estabilidade e tração, sinalização de frenagem de emergência e assistente de partida em rampa.

A topo de linha conta ainda com assistências ao motorista só vistas em carros maiores: de permanência e centralização na faixa de rodagem, frenagem autônoma de emergência que detecta ciclistas e pedestres e alerta de tráfego na traseira com frenagem autônoma.

Entre os itens de conforto, conforme a versão, a possibilidade de ligar o carro a distância, conexão e carregamento sem fio e sistema Bluelink com wi-fi gratuito por 3 anos.

Não há dúvidas que o novo HB20 reúne credenciais para se manter no topo: design mais harmonioso e uma oferta atraente de features. Ao volante, o HB20 turbo é arisco e divertido. E para finalizar, é um carro com excelente aceitação no mercado de usados. A concorrência é que vai ter de se mexer para alcançá-lo.

(*) É economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br. E-mail: [email protected]