Lucia Camargo Nunes (*)
30% do mercado desconhece as assinaturas…
A assinatura de carro ainda é desconhecida por 30% dos entrevistados de uma pesquisa feita pela SAE Brasil sobre mobilidade, enquanto 17% não se interessam. Mesmo assim, os 53% restantes que responderam que podem aderir a essa modalidade são o foco das montadoras, que cada vez mais investem nisso.
… Mas muitas empresas acreditam
A Volkswagen, por exemplo, ampliou para todo o país seu programa Sign&Drive de assinaturas com o modelos T-Cross e Taos. São 470 autorizadas credenciadas a entregar os dois SUVs em planos de 12, 18 ou 24 meses com franquias de até 2.500 km. Os preços partem de R$ 2.439 para o T‑Cross e R$ 3.399 para o Taos (valores de setembro). Conforme a demanda, o serviço pode ser estendido a outros modelos.
Com todo o processo feito de forma digital, o cliente leva o carro novo para casa e a Volkswagen, por meio de suas concessionárias, cuida da documentação, impostos, taxas, seguro e revisões.
A Volks vê grande potencial nesse mercado e sua expectativa é que esta modalidade absorva em breve 100 mil unidades por ano. Além dela, Audi, Jeep, Fiat, Toyota, Lexus, Renault, Ford e Mitsubishi possuem programas similares.
Fotos: Volkswagen
A volta dos ônibus elétricos
Enquanto a mobilidade 100% elétrica não deslancha nos carros de passeio, a tecnologia avança no segmento comercial. A Mercedes-Benz, com fábrica em São Bernardo do Campo (SP), acaba de anunciar seu primeiro chassi de ônibus elétrico saindo desta planta, o eO500U, para chegar ao mercado em 2022. Um primeiro lote deve circular em São Paulo, para depois alcançar Curitiba, Vitória e Salvador.
A capital paulista tem uma meta de eletrificar 50% de sua frota urbana de transporte público até 2027 e 100% até 2037. Em volume total, representa 14 mil ônibus. O elétrico, contudo, tem preço três a quatro vezes maior que seu similar a diesel. A contrapartida, além do benefício ambiental, é a redução de custos em 50% sobre a manutenção e até 40% com combustível.
Projetado pela engenharia brasileira e testado na Alemanha, o Mercedes eO500U tem autonomia de 250 a 300 km, conforme o pacote de baterias, que levam 2 horas e meia para recarregar. No Brasil, só a Mercedes, a BYD (ônibus) e a VWCO (caminhão) fabricam comerciais 100% elétricos.
Saindo do forno
A Citroën, que passou a fazer parte do Grupo Stellantis e reduziu seu portfólio no Brasil a um veículo de passeio, o C4 Cactus, prepara um importante lançamento. A marca revela nesta quinta (16) seu novo modelo que será comercializado em vários mercados.
Trata-se da evolução do C3, agora em carroceria de SUV compacto e construído sobre a plataforma mais moderna da marca, a SMP. Produzido em Porto Real (RJ), a expectativa é que chegue às lojas no início de 2022.
Pro, a divisão de comerciais Ford
Depois de fechar suas fábricas no Brasil, a Ford, agora como importadora, criou uma nova divisão para veículos comerciais. Batizada de Ford Pro, terá como primeiro modelo à venda a van Transit, produzida no Uruguai em parceria com a Nordex, empresa do Grupo Antelo.
A Transit, de passageiro e furgão, é esperada para chegar ainda este ano em um segmento concorrido, mas com forte potencial. Nos últimos 5 anos, o crescimento das vendas foi de quase 50%, graças à expansão do e-commerce e entregas online. Mercedes-Benz Sprinter (feita na Argentina), Renault Master e Iveco Daily também brigam por essa faixa de mercado.
Compre o Kicks e leve criptoarte
O novo Nissan Kicks ganha sua primeira série especial que tem alguns diferenciais e um presente inovador. O Kicks XPlay em edição limitada de 1 mil unidades custa R$ 122.990, é baseado na versão Advance e se destaca pela cor perolizada e teto em vermelho, estilo esportivo e acabamento mais requintado.
Quem levar um exemplar numerado recebe um token não fungível (NFT), obra digital feita pelo artista brasileiro Fesq, com base nos desenhos de esboços do Kicks. A peça de criptografia é como uma obra de arte única e utiliza tecnologia blockchain, a mesma das criptomoedas, para conferir a sua autenticidade. Este NFT poderá ser vendido depois, separadamente do carro.
(*) – É economista e jornalista especializada no setor automotivo. E-mail: [email protected]