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Uma nova corrida do ouro está em andamento

em Tecnologia
segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Essa nova corrida não tem semelhança com a que aconteceu no Velho Oeste no século XIX.

Vivaldo José Breternitz (*)

Agora, trata-se de uma operação de mineração urbana, a extração de ouro de componentes eletrônicos descartados, que vem sendo conduzida pela Royal Mint, a Casa da Moeda do Reino Unido. Fundada em 886 d.C., ela é uma das instituições financeiras mais antigas do mundo, responsável por cunhar todas as moedas britânicas, além de medalhas e joias.

A Royal Mint acaba de inaugurar instalações no País de Gales com área de quase 4 mil metros quadrados, utilizando ali um processo químico desenvolvido pela empresa canadense Excir. Essa tecnologia extrai ouro praticamente puro a partir de placas de circuito impresso encontrados em eletrônicos de consumo como TVs, computadores, celulares e outros.

Especialistas dizem que esse processo é mais eficiente em termos de energia e custos do que os métodos tradicionais de mineração de ouro. As novas instalações são capazes de processar até 4.400 toneladas de placas por ano, gerando até meia tonelada de ouro, que aos preços atuais vale cerca de R$ 220 milhões.

Não faltam placas para serem recicladas: de acordo com as Nações Unidas, o mundo produziu 68 milhões de toneladas de lixo eletrônico em 2022. A Royal Mint não recupera apenas ouro, mas também material menos nobre, como alumínio, cobre, estanho e aço, como tem feito algumas grandes empresas de tecnologia, como Apple e Dell.

Reciclagem é sempre muito bom, poupando recursos naturais e reduzindo as agressões ao meio ambiente.

(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].