Somente no primeiro semestre do ano passado, o número de cibercrimes chegou a 1,9 milhão, aumentando o alerta de práticas de segurança digital
Marcelo Longo (*)
O número de ataques fraudulentos cresce assustadoramente ano após ano. Com o advento da tecnologia, os cibercriminosos desenvolvem métodos cada vez mais elaborados de fraudes, deixando milhares de pessoas e empresas vulneráveis.
Em 2020, o avanço da pandemia da Covid-19 modificou toda a estrutura social e corporativa – intensificando os serviços online a fim de aumentar o distanciamento social e, por conseguinte, reduzir a circulação do vírus. Com isso, no Brasil, o número de operações suspeitas teve um crescimento alarmante. De acordo com o Mapa da Fraude de 2020, os segmentos de e-commerce, vendas diretas, telecomunicações e mercado financeiro sofreram 403 tentativas de fraude por hora, o que representa sete tentativas por minuto.
Em reais, foram R$ 3,6 bilhões em golpes no ano de 2020. Totalizando 371.216 tentativas de fraudes, houve um salto de 276,08%, se comparado a 2019, quando foram identificadas 98.516 operações suspeitas. Além disso, o Mapa apontou que os homens (38,55%) foram mais vítimas do que mulheres (26,84%) em 2020, e que a faixa etária de pessoas de até 25 anos foi a que mais sofreu com os golpes.
Números e resultados de 2021
Segundo o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, no primeiro semestre do ano passado, o número de ataques fraudulentos contra brasileiros chegou a marca de 1,9 milhão, correspondendo a um aumento de 15,6% em relação ao mesmo período de 2020. O levantamento apontou, ainda, que o setor que teve maior crescimento no comparativo entre semestres deste ano e 2020 foi o varejo, com alta de 89,5%.
Diferente de 2020, mais mulheres foram vítimas, 51% contra 49% de homens. A idade é outro fator diferente, visto que a faixa etária é de 39 anos, sendo que mais da metade das vítimas (53,6%) tem ao menos o ensino médio completo.
Na área financeira, o ranking das fraudes mais populares, de acordo com a Confederação Nacional de Lojistas (CNDL), junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), apresenta:
- Não recebimento de um produto comprado – 41%;
- Produto/serviço diferente das informações especificadas – 41%;
- Clonagem de cartão – 24%;
- Fornecimento de dados pessoais e de dinheiro por meio de ligações, SMS e mensagens via WhatsApp – 17%;
- Pagamento de boletos falsificados ou adulterados – 15%.
No ranking, há, ainda, esquemas de pirâmide financeira, terceiros utilizando dados pessoais para realizar compras, pagamento de serviços que não foram realizados, transações financeiras sem a autorização do titular, e assim por diante.
Para finalizar, é importante entender que lidar com esse cenário desafiador exige dos departamentos antifraude novas técnicas e tecnologias que possam combater as fraudes que se tornam cada vez mais sofisticadas. Deste modo, o primeiro passo para que as empresas evitem prejuízos financeiros e de imagem a partir de 2022 é contar com um sistema antifraude robusto e eficaz.
Afinal, esse tipo de investimento é uma medida crucial de se precaver, não um custo adicional ou algo secundário. Além disso, uma vez que a companhia tarda no desenvolvimento de um setor antifraude, ela está cada vez mais vulnerável a possíveis ataques.
(*) É Head de Marketing na Nextcode.