A bolha das empresas pontocom, também conhecida como bolha da internet ou bolha das empresas dot-com, foi um fenômeno econômico que marcou o final da década de 1990 e o início dos anos 2000.
Vivaldo José Breternitz (*)
Caracterizada por um período de euforia especulativa, essa bolha esteve diretamente relacionada ao surgimento e rápido crescimento da internet, levando as ações de empresas de tecnologia a níveis irreais.
A bolha atingiu seu ápice em março de 2000, quando o índice Nasdaq Composite, que reúne as principais empresas de tecnologia dos Estados Unidos, alcançou seu valor máximo histórico. Nesse momento, a bolha estourou, e o valor das ações dessas empresas começou a cair rapidamente, com muitas delas acabando por quebrar.
A principal razão para o estouro da bolha foi a percepção de que muitas das empresas de tecnologia não eram sustentáveis e não conseguiam gerar os lucros prometidos. A euforia, a falta de modelos de negócio sólidos e a dependência excessiva de financiamentos externos contribuíram para o colapso dessas empresas – é o que o mercado está começando a temer em relação às empresas que desenvolvem inteligência artificial.
O estouro da bolha teve um impacto significativo nos mercados financeiros e na economia global. Milhares de empresas quebraram, e milhões de pessoas perderam grandes somas de dinheiro; a confiança dos investidores foi abalada, e o crescimento econômico foi prejudicado.
No entanto, apesar das consequências negativas, o estouro da bolha também trouxe valiosas lições para investidores, empreendedores e governos, deixando claro que é fundamental ter cautela ao investir em empresas de alta tecnologia, realizar uma análise cuidadosa dos fundamentos de cada negócio e não se deixar levar pela euforia do mercado. Além disso, a importância de uma regulamentação adequada para os mercados financeiros e de tecnologia se tornou ainda mais evidente.
Embora o estouro da bolha tenha ocorrido há mais de duas décadas, seus ecos ainda ressoam nos debates sobre a economia digital. A rápida ascensão da inteligência artificial, das criptomoedas e das empresas que se propõem a desenvolver tecnologias disruptivas tem levado muitos a questionarem se estamos à beira de uma nova bolha especulativa.
O avanço tecnológico é inexorável, mas o velho dito latino segue válido: “festina lente”, em português, “apressa-te devagar” …
(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].