Meteorologistas dos US National Centers for Environmental Prediction informaram que no dia 3 de julho as temperaturas médias globais chegaram a 17 ºC pela primeira vez desde que essas temperaturas passaram a ser monitoradas em 1979, com o uso de satélites.
Vivaldo José Breternitz (*)
Mas, nos dias seguintes, 4 e 5 de julho, o recorde foi quebrado: os números chegaram a 17,1°C e 17,2 ºC respectivamente – os cientistas acreditam que foram os dias mais quentes já registrados desde que, no final do século XIX, os humanos começaram a usar instrumentos para medir temperaturas diariamente. O recorde anterior fora estabelecido em agosto de 2016, com a marca de 16,2 °C.
Temperaturas excepcionalmente altas foram registradas em regiões como o sul da Europa e a América do Norte, com marcas superiores a 44 ºC; até mesmo a base de pesquisas ucraniana de Vernadsky, na Antártida, registrou temperatura de 8,7 °C em julho, em pleno inverno no hemisfério sul. Vale registrar que nesse local as máximas oscilam entre 0 °C e 2 °C no verão e -2 °C e -25 °C no inverno.
Cientistas atribuem o calor recente a uma combinação do El Niño e das emissões de gases de efeito estufa causadas pelo homem. Estudos mostram que as mudanças climáticas estão contribuindo para ondas de calor cada vez mais frequentes, duradouras e fortes.
Segundo disse o pesquisador do clima Leon Simons à BBC, a temperatura média global ultrapassar 17 ºC é um marco significativo do aquecimento global, e que agora, com fase mais quente do El Niño começando, pode-se esperar novos recordes nos próximos 18 meses.
Números como esses mostram, cada vez mais claramente, a necessidade de contermos o aquecimento global, sob pena de catástrofes de proporções imprevisíveis nos atingirem.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.