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Tecnologia 18 a 20/08/2018

em Tecnologia
sexta-feira, 17 de agosto de 2018
consultoria temproario

Outsourcing consultivo: a nova tendência do mercado

Porque o perfil de BPO Consultivo está sendo cada vez mais procurado por empresas de diferentes campos de atuação

Foto: Reprodução

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Régis Lima (*)

Os processos de terceirização realizados pelas BPO companies, há tempos, já não são mais uma novidade no mercado.

Cada vez mais, empresas têm buscado estas empresas para dar conta de uma série de processos em seus negócios enquanto direcionam suas equipes para cuidar do core business das empresas.

Para termos uma noção do potencial deste mercado, basta pensarmos que, somente no último trimestre de 2017, segundo um levantamento da consultoria ISG, este segmento – especialmente quando pensamos em processos de TI – cresceu 45% a mais em relação ao mesmo período do ano anterior.

Dentro deste contexto, é importante notar a busca por empresas que ofereçam não só mão de obra e tecnologia, mas inteligência, unindo profissionais qualificados, especialistas, ao que há de mais inovador no mercado para dar conta de processos indispensáveis para a realidade de qualquer negócio. Processos estes que, na maioria das vezes, não faz parte do hall de competências de uma empresa.

Podemos chamar esse perfil de terceirização de outsourcing consultivo. É dele que falaremos ao longo deste artigo.

KPO: um desdobramento necessário a um mercado em crescimento
Hoje vivemos em um cenário no qual a tecnologia é aplicada para dar agilidade e eficiência para toda uma série de processos empresariais. Tudo isso, naturalmente, gera ganhos de produtividade e redução de custos para as companhias.

Todavia, em muitos casos, para usufruir destes benefícios da inovação, precisamos de especialistas aptos a prestar consultoria sobre o potencial de uma ferramenta, treinar equipes sobre seu uso, indicar as melhores práticas; ou mesmo, conduzir, em ambientes externos, o uso da tecnologia nos processos de um negócio.

É neste contexto em que o Knowledge Process Outsourcing (KPO) surge, trazendo consigo o know-how necessário para o manuseio de todo o aparato técnico e suas respectivas possibilidades para a empresa contratante

Mas qual é a necessidade de uma atuação consultiva por parte das BPOs?
Esta prestação de serviços que oferece, além de eficiência em processos, inteligência para uma entrega qualitativa, só tende a crescer no mercado. Uma metodologia KPO pode se estender para as mais diversas áreas: TI, passando pelo departamento dos Recursos Humanos, Financeiro, Compras, Faturamento, chegando até mesmo no campo jurídico e da gestão de contratos, por exemplo.

Uma assessoria deste nível nos processos de outsourcing pode contribuir, inclusive, para o processo de tomada de decisões da empresa contratante, na sua gestão de riscos, no planejamento de etapas que visem a conquista de novos nichos de mercado e até no fornecimento de uma previsibilidade financeira e econômica que deem base para o crescimento de um negócio.

O KPO na prática
Comumente, empresas de outsourcing consultivo investem em atividades interativas com toda a equipe de seus clientes, como palestras, programas de treinamento e contratação de coachs profissionais, os quais abordam diversos aspectos relacionados à dinâmica empresarial e às tendências de mercado, sempre buscando atualizar tanto um time quanto seus líderes.

(*) É diretor executivo na Lumen IT, sendo responsável pelas áreas comercial, financeira e de marketing da empresa.

O papel das empresas na construção de uma sociedade mais justa

Foto: Reprodução

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O que você faz ou deixa de fazer impacta diretamente na forma como a sociedade se comporta e na sua imagem como modificador de opinião.
“Se quiser prosperar ao longo do tempo, toda companhia deve entregar não apenas resultado financeiro, mas também mostrar seu impacto positivo para a sociedade” — já dizia Larry Fink, fundador da BlackRock. A instituição corporativa tem um grande papel na sociedade, pois é exemplo de ética e de cidadania em nossa comunidade; ou pelo menos é isso que gostaríamos. Porém, frequentemente vemos, na mídia, organizações envolvidas em escândalos de corrupção e lavagem de dinheiro.
Muitas dessas empresas têm a mentalidade de apenas obter lucro e manter-se no mercado, sem pensar em seu impacto social e no que ela deixará como legado. Isso é um erro. Logo, elas não serão mais lembradas pelo consumidor, já que não têm comprometimento com a entrega social.
Quando falamos de corrupção, temos a impressão de que é algo impregnado em nossa cultura, não é mesmo? Muitas pessoas já carregam isso como se fosse uma característica de seu DNA: pedindo para alguém assumir as suas multas de trânsito, tentar “pagar um cafezinho” para um guarda e se livrar de uma blitz, ou ainda sonegando impostos. Quando agimos dessa forma (querendo tirar vantagem com o “jeitinho brasileiro”), perdemos nosso direito de reivindicar melhores atitudes de nossos representantes, pois estamos fazendo a mesma coisa que abominamos neles — em escala menor, mas não deixa de ser a mesma coisa. Esse é um padrão de pensamento que precisa ser extinto!
Vemos diariamente exemplos do que não queremos em nossas vidas, pois julgamos como ruim ou errado. Policiar-se para que esse tipo de atitude não seja praticada em nosso dia a dia e considerada “normal” já é um começo; afinal, queremos mudar essa realidade, certo? A mudança começa dentro de cada um. Entendendo o que é necessário para o progresso comum de todos, fica mais fácil assumir uma postura equilibrada e justa. O olhar para dentro se permitindo enxergar coisas que esperamos de nossos líderes, como ética, moral, justiça e imparcialidade, mas que nós mesmos não conseguimos praticar, ajuda a criar empatia e ver o outro como humano também.
O accountability nos traz justamente isso: assumir a responsabilidade de nossos atos de forma ética e transparente com foco no propósito coletivo. Especialmente no ambiente profissional, onde precisamos servir de exemplo, uma postura integra é essencial.
Atualmente as corporações têm buscado cada vez mais um propósito para ser o guia de sua jornada, e esse tem que estar muito bem alinhado com o seu método de se relacionar com a sociedade. Ele precisa estar na essência de tudo e ser colocado em prática de forma inclusiva, onde contribua e traga bons resultados para a comunidade em geral — não são apenas palavras bonitas, é um “lifestyle”. Há diversas formas de contribuir socialmente, e não me refiro apenas a ajudar ONGs ou instituições carentes, estou falando de desenvolvimento humano. Igualdade salarial, apoiar a diversidade, incentivar a busca pelo autoconhecimento, dar oportunidades, valorizar as pessoas, são pilares que devem ser construídos para alavancar o crescimento da empresa; e não precisa de muito esforço — apenas mudar o mindset e pensar em pessoas, humano para humano. Esse é o futuro: investir em pessoas!
Buscamos um propósito em nossa vida e, quando o encontramos, nos sentimos realizados, os caminhos se tornam mais claros e vivemos com mais certeza do que somos e queremos. No âmbito empresarial acontece a mesma coisa, só que mais além. Quando o propósito é bem-definido, transmitindo isso a seus colaboradores, há mais sintonia e objetividade de aonde se quer chegar, os ruídos de comunicação diminuem e fica mais fácil criar uma conexão com as pessoas, pois ou se identificam e assumem como verdade aquele propósito, ou se sentem pouco confortável e logo se desligam do grupo. Ao se conectar com os ideais da empresa, o colaborador encontra realização no que faz e, sem dúvidas, essa satisfação encontrada reverbera a todos a sua volta, colegas de trabalho e família. Uma onda boa que se propaga trazendo à tona os valores certos que queremos — e devemos — cultivar em nosso meio social.

(Fonte: Robson Costa, CEO do Grupo Encanto Telecom).

As vantagens e desvantagens da gestão compartilhada

Denis Luna (*)

Gerir uma empresa é uma tarefa complexa, cheia de variáveis mutáveis e de opções de modelos de gestão

Justamente por isso, há tantas chances e maneiras de errar. Como empresários, quando nos deparamos com um modelo de gestão, ainda novo ou pouco comentado no mercado, muitas dúvidas surgem. As mais recentes são sobre o modelo de gestão compartilhada.
A gestão compartilhada nada mais é do que uma administração realizada em conjunto por vários indivíduos dentro de uma mesma empresa. O que une essas pessoas é um projeto ou processo em comum, um objetivo claro e consistente que precisa ser alcançado por todo o grupo, em um curto período de tempo.
O modelo permite unir expertises de diversos especialistas em cada setor envolvido, garantindo uma troca de ideias, experiências e domínios. A equipe responsável pela solução desse projeto ganha uma sub equipe que cuidará da administração do processo, dividindo responsabilidades, descentralizando a gerência de pessoas e, com isso, garantindo melhores resultados.
É importante lembrar que a gestão compartilhada, se bem aplicada, pode ser uma ferramenta poderosa para a solução de problemas ou desenvolvimento e execução de projetos na empresa. Porém, independente do modelo escolhido para gerir, as equipes sempre serão compostas por pessoas. Nesse sentido, nada vai para frente se não houver um alinhamento muito claro quanto aos objetivos e resultados que se pretende atingir no projeto.
Assim, é necessário lembrar que uma das principais causas de atrasos, desentendimentos e fracassos de projetos dentro de uma empresa que mantenha uma gestão tradicional, centralizada, é justamente a falta de definição clara dos objetivos do projeto, ou a ausência de uma comunicação adequada entre os membros da equipe com relação aos objetivos, metas e propósito do projeto.
Observando esse cenário, imagine o que pode acontecer com um projeto em gestão compartilhada se essas questões não forem muito bem tratadas. É preciso pensar em como colocar a casa em ordem antes de aderir a um novo modelo. Com certeza, existem vantagens em conduzir projetos assim, mas elas só serão reais se esse primeiro ponto organizacional for resolvido.
Feito isso, é possível entender que com uma gestão compartilhada pessoas de diferentes áreas da empresa podem contribuir para um mesmo projeto com perspectivas diferentes e relacionadas ao seu setor, fazendo com que o projeto seja desenvolvido em harmonia, sem prejudicar uma ou outra área. Além disso, um problema de uma área específica pode ser solucionado com uma sugestão vinda de outro departamento. Quem está de fora tem uma perspectiva diferenciada.
Outra grande vantagem é que há um aproveitamento dos talentos de outros setores. A aptidão de outros especialistas pode acabar sendo de grande utilidade. A questão vai além do ponto de vista e se estende às habilidades que normalmente não são utilizadas em um determinado setor da empresa.
Dito isso, é importante ressaltarmos alguns pontos de atenção ao se trabalhar com uma gestão compartilhada. É preciso ter um domínio profundo do funcionamento da equipe e dos comportamentos dos colaboradores, já que as pessoas tendem a buscar soluções apenas para suas parcelas do problema. Isso, por vezes, faz com que, ao invés de haver uma concentração em prol da resolução do problema, haja uma fragmentação de pensamentos.
É preciso manter a equipe centrada naquele objetivo em comum. Ele é um problema de todos os colaboradores, não de um único setor. Outro ponto de atenção é a dificuldade em encontrar uma solução. Exatamente pela diversidade de pessoas e divergências de ideias e pensamentos, fica bem difícil se chegar a um consenso. Para evitar esse entrave, é extremamente importante haver uma sinergia entre os líderes que compartilham a gestão.
Acredito que, apesar de a gestão compartilhada ser uma ótima ferramenta, talvez ela não funcione para todas as empresas. Os líderes devem conhecer muito bem suas equipes e o perfil de cada um para propor uma ação dessas, visando ter resultados expressivos e em menor tempo. É preciso conhecer bem o objetivo de cada equipe para tomar a melhor decisão.

(*) É empresário, treinador de empresários e sócio da ActionCOACH São Paulo.