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Tecnologia 18/11/2016

em Tecnologia
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
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Gestão inteligente dos dados corporativos é chave para Transformação Digital

Empresas cada vez mais inteligentes, esse é o resultado da Transformação Digital, processo que aplica novas tecnologias como Mobilidade, Cloud Computing, eSocial e Big Data, à gestão de negócios das empresas

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Daniele Benatti (*)

Das pranchetas e anotações em papel aos aplicativos em smartphones que registram e sincronizam dados em tempo real. Essa revolução tecnológica, juntamente com seus desafios, elevou o nível da agilidade nos resultados e a assertividade nas tomadas das decisões corporativas.

Mas, o uso crescente das ferramentas e dispositivos tecnológicos em todas as fases dos negócios, como smartphones e tablets, redes sociais e a entrega de serviços por meio da nuvem, assim como ambientes virtualizados, não são suficientes para que as empresas entrem na Era da Transformação Digital. É preciso entender que, repensar os antigos processos, inovar, bem como criar modelos de negócios mais competitivos, são parte de “se transformar digitalmente”.

Estar apto para viver essa Transformação Digital exige antes mudar o ‘mindset’ das corporações para que os executivos enxerguem os dados como ativos da empresa e como ponto de partida para analisar e definir estratégias. Assim, para iniciar o que chamamos de Big Data Analytics, ou seja, o trabalho analítico de grandes volumes de dados, estruturados ou não-estruturados, que são coletados, armazenados e interpretados por softwares de altíssimo desempenho, algumas perguntas devem ser feitas, tais como: “Como coletar cada vez mais dados e tratá-los de forma a mantê-los consistentes e protegidos?”; “Quais análises estatísticas retornarão os resultados mais precisos?”; “Como integrar dados oriundos de diversas fontes?”, entre outras tantas.

Em 2012, o Centro de Negócios Digitais do Massachusetts Institute of Technology (MIT) realizou uma pesquisa com funcionários de diversas companhias para avaliar em uma escala de 0 a 5 pontos a maturidade destas com relação ao uso dos dados na tomada de decisões. Como resultado, 32% dos entrevistados classificaram suas empresas igual ou inferior a 3 nesta escala, o que mostra que ainda há resistência por parte dos executivos em utilizar e confiar nos dados.

O que é mais motivador, ou assustador, é a quantidade de dados digitais disponíveis que vem crescendo anualmente. De 2005 para 2010, houve um aumento de 150 para 1.200 exabytes de dados (que corresponde a 1 bilhão de gigabytes) e para os próximos anos estima-se um aumento de 40% ao ano, o que significa que o estoque de dados digitais deve aumentar 44 vezes entre 2007 e 2020, segundo informações da Data-Pop Alliance, coligação mundial de Big Data.

Tudo isso porque as origens de dados tradicionais, como os sistemas transacionais ERPs – Planejamento de Recurso Corporativo (Enterprise Resource Planning, em inglês), e os canais de gerenciamento de atendimento aos consumidores CRM (Customer Relationship Management), não são mais as únicas plataformas para dimensionar e definir estratégias. Hoje somos consumidores recorrentes de ambientes móveis, das redes sociais e do acesso irrestrito às redes na nuvem, pois a Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) nos circunda. Mas de que adianta se toda essa chuva de informação não virar conhecimento?

Mais do que possuir infraestrutura dedicada para armazenar e processar grandes quantidades de dados, trabalhar com Big Data requer capacidade para tratá-los e torná-los confiáveis mesmo perante as diversas formas de se burlar a segurança da informação. Um exemplo e algo que se tornará tendência nas próximas eleições são as análises de sentimentos da população a partir de redes sociais em relação aos candidatos, porém como podemos diferenciar os milhares de tweets provenientes do eleitorado e de robôs que simulam esse público? Esse e outros casos nos apontam que inteligência é indispensável para lidar com processos de análise de grande volume de dados.

E mais do que inteligência artificial, é preciso inteligência humana, pois profissionais com habilidades que trafegam entre a ciência de dados e a linguagem de negócios estão mais aptos a influenciar lideranças para que estratégias efetivas de gestão sejam adotadas.

Quando adicionamos a localização para entender melhor um problema de negócio, passamos a ser capazes de identificar espacialmente padrões de ocorrência por meio de análises históricas e de monitoramentos, bem como conseguimos prever cenários. Estamos então aplicando a Inteligência Geográfica.

Diversas organizações têm mudado estratégias, adotado novas companhas de Marketing e tomado decisões inovadoras com o uso da Geografia. Um exemplo é a Nike que desenvolveu um aplicativo com o objetivo de monitorar o desempenho de atletas através de alguns indicadores, como por exemplo, frequência cardíaca, velocidade da corrida, quantidade de passos e etc. utilizando a geolocalização dos mesmos. E o impacto disso é tamanho, pois além dos atletas poderem compartilhar os próprios desempenhos por meio das redes sociais, o que contribui para a motivação na competição e no ganho de performance, a empresa atinge novos públicos e passa a ser mais assertiva na indicação de novos produtos para um público específico. É uma nova forma de fazer gestão!

O conceito de Cidades Inteligentes, do inglês Smart Cities, que tem aparecido com bastante frequência na mídia, também tem inovado a forma de fazer gestão, pois é preciso profissionais com perfis que compreendam o mundo de possibilidades que os dados tridimensionais oferecem e, para isso estar munido de conhecimento e de softwares com alta capacidade de processamento é essencial.

Já pensou os avanços que os governos teriam com a melhor alocação da defesa civil e na retenção de custos se fossem capazes de prever os danos frente a fenômenos naturais? Isso já existe! O governo francês juntamente com o Institut D’Aménagement Et D’Urbanisme simulou como seria a inundação na cidade de Paris na confluência dos Rio Sena e Marne e os resultados foram surpreendentes! Mediante essas análises, foi possível identificar quanto tempo levaria para a água atingir certos intervalos de alturas, o que otimiza tempo, custos e recursos para a gestão das operações de resgate.

E não para por aí, os avanços que as organizações podem alcançar com o engajamento da sociedade são diversos. E em meio a todo esse contexto, estar orientado a uma gestão moderna significa não se engessar a sistemas, enxergar os problemas de negócio como ponto focal e manter a satisfação de clientes, isto é, um salto na linha do tempo. A palavra da vez é antecipar. Estar na era do ‘just-in-time’ e de frente para mercado não é mais o suficiente, é preciso antecipar tendências de consumo, influenciar e ditar movimentos corporativos e mercadológicos.

Assim, entender como a Internet das Coisas é parte fundamental no processo de obtenção de retornos significativos de investimento (ROI) e de educação corporativa nos prepara para as empresas garantirem seus espaços no mundo dos negócios.

(*) É engenheira florestal e especialista em dados
geográficos na empresa Imagem.

Mercado de tecnologia em biometria deverá chegar a US$ 15 bi até 2024

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A segunda edição do Biometrics HITech – único evento do País no segmento de biometria e identificação humana – apresentou as últimas novidades disponíveis no mercado nacional.
Durante o evento, a Thales, por exemplo, apresentou um documento de identificação com os dados biométricos criptografados (com leitura de digitais, íris e face) que não permite falsificação. O documento pode ser utilizado pelo varejo e em empresas de saúde, pois evitam fraudes na compra de produtos e/ou serviços.
A Gemalto expôs um RG com um chip com leitura biométrica (já em uso no Uruguai) que garante a veracidade de um documento único (RG e CPF) que é a proposta do Tribunal Superior Eleitoral.
De baixo custo, a solução proposta pela Formalizar e-Signature garante a cultura da assinatura a punho no mundo digital. Com validade jurídica, a solução confere alto nível de segurança de documentos eletrônicos (mesmo remoto), uma vez que consegue identificar a autenticidade da mesma, por meio de armazenamento de dados comportamentais do assinante, tais como: pressão, velocidade, aceleração e inclinação da caneta.
Na área da Saúde, há o Projeto Neo Natal, da Akiyama, empresa brasileira sediada em Curitiba (PR). A importância desse projeto torna-se mais relevante diante do número expressivo de crianças desaparecidas por ano, cerca de 50 mil. Em parceria com médicos e especialistas, a empresa desenvolveu uma solução que cria uma base de dados para o arquivamento de identificadores biométricos individuais, permitindo cadastrar o recém-nascido vinculando à biometria da mãe, ainda na maternidade. O projeto já está em teste em maternidades dos estados de Pernambuco e Rio de Janeiro.
O controle de fronteiras através da autenticação biométrica automática da face projetado pela Vision-Box em aeroportos também já pode ser conferido pelos passageiros brasileiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, Viracopos (Campinas) e Galeão (Rio de Janeiro). Basta que a pessoa possua um passaporte eletrônico brasileiro e seja maior de 18 anos para controlar o seu próprio processo de imigração e emigração de forma autónoma, e sem necessidade de interagir diretamente com a Polícia Federal.
Alternativa ao controle tradicional e manual dos passaportes, o passageiro poderá se dirigir a um dos portões automáticos (e-Gates) e através do reconhecimento biométrico facial, consegue sua liberação em minutos. Para emissão de RG, a empresa já oferece cadastramento biométrico no Faça Fácil, no Espírito Santo.

Voando alto – Indústria de drones decola no Brasil

Luis Prata (*)

Há vinte e sete anos, Marty McFly, personagem imortalizado por Michael J. Fox na franquia “De volta para o Futuro”, viajava ao ano de 2015, se surpreendendo com o admirável mundo novo ao seu redor

Durante o segundo filme da série, uma tecnologia inexistente em 1989, quando a obra foi lançada, faz uma rápida aparição. Em uma das cenas, um drone, representado por um pequeno robô voador pertencente ao jornal USA Today, grava Doc (Cristopher Lloyd). De fato, atualmente, grandes organizações de mídia, como a BBC, por exemplo, fazem uso desse recurso na obtenção de novas perspectivas de imagens. Hoje, os VANTs (Veículos aéreos não tripulados) representam o mercado de crescimento mais dinâmico da indústria aeroespacial em todo o mundo e auxiliam uma série de áreas, como agricultura, varejo e segurança.
Segundo a consultoria americana Teal Group, o segmento de drones vai movimentar US$91 bilhões até 2024 em todo o mundo. A maioria desses veículos são utilizados para fins militares (89%), mas a expectativa é que a produção e comercialização desses robôs aqueça ainda mais a economia global, gerando mais empregos e criando novas perspectivas de negócios, principalmente visando empresas. Inclusive por aqui, já que o Brasil é um País tão receptivo a novas tecnologias. De acordo com um estudo realizado por uma parceria entre a Intel e a Penn Schoen Berland, empresa de pesquisas de mercado, oito em cada dez brasileiros veem essa tecnologia auxiliando no funcionamento da sociedade. Já a Associação Brasileira de Drones projeta que o setor deve fechar 2016 com um faturamento de R$200 milhões na indústria local. Um número de respeito, considerando que estamos falando de um recurso relativamente recente.
A DJI, maior fabricante do segmento, representando 70% do marketplace global, lançará no final do ano três equipamentos que representam o dinamismo da aeronave: DJI Mavic, um drone dobrável, Osmo mobile, estabilizador de câmeras para smartphone, e o DJI Agras MG1, que pulveriza inseticidas, voltado ao mercado agrícola. Esses produtos serão expostos pela primeira vez na FITIC, maior Feira de Tecnologia e Informática da América do Sul, que acontece entre os dias 15 e 18 de dezembro. Não restam dúvidas que tais tecnologias atraem os mais variados negócios. A loja virtual americana Amazon testou entrega com drones no Canadá, enquanto uma pizzaria de Santo André (SP) utilizou o veículo em seu delivery por aqui.
Mas, além da agricultura e varejo, outras áreas também têm exibido interessantes desdobramentos referentes aos drones. A Paiva Advocacia Digital, por exemplo, se especializou em aspectos jurídicos a respeito do espaço aéreo, coleta de dados e privacidade, além de treinar e capacitar advogados na utilização dos sistemas de Processo Judicial Eletrônico. Já a Futuriste, empresa pioneira no uso da tecnologia para serviços e treinamentos no Brasil, também se focou na capacitação referente aos VANTs, desenvolvendo um workshop de montagem, manutenção e configuração do equipamento, destinado aqueles que querem atuar nesse novo segmento de trabalho. As possibilidades são inúmeras, mas ainda há muito para desenvolver.
Atualmente, o principal desafio do setor diz respeito a sua regulamentação. No nosso País, três entidades estabelecem regras para o uso de drones: Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que controla as radiofrequências, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), responsável por aparelhos e pilotos, e o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), que regula o uso do espaço aéreo. A ANAC, por sua vez, está trabalhando no manual de regras para que os equipamentos possam ser utilizados e atender a demanda do mercado, sem prejudicar as empresas e formalizar o setor
Esse processo é imprescindível para resolver a questão de segurança, principalmente em área urbana. Um exemplo dramático aconteceu em 2014 e foi avidamente noticiado por agência internacionais, em que um avião da American Airlines quase colidiu com um drone no estado da Flórida. Dessa forma, te convido a entrar nessa discussão. Qual sua opinião sobre essa tecnologia?
Em linhas gerais, acredito que o mercado de VANTs está fazendo bonito, mesmo sem o devido apoio das autoridades. Nos resta aguardar os próximos movimentos do Governo e torcer para ver esses robôs voadores cada vez mais presentes em nossas vidas.

(*) É CEO da FITIC – Feira de Tecnologia e Inovação.