Tendências tecnológicas para ficar de olho em 2018Ninguém duvida que as tecnologias estão evoluindo e sendo adotadas com uma velocidade cada vez maior Vicente Goetten (*) Várias delas surgiram nos últimos anos e já ganharam diferentes aplicações e representatividade em inúmeros segmentos da indústria. Por isso, não podemos deixar de olhar para a evolução e os impactos que cada uma delas causará nos nossos negócios e setores. Para facilitar essa análise, trago abaixo cinco tendências que se difundirão mais fortemente em 2018 e que todas as empresas devem estar atentas. Inteligência Artificial A tecnologia vai continuar sendo um dos principais tópicos do próximo ano. Ela está evoluindo a passos largos para diversas aplicações e estará em praticamente todos os tipos de sistemas e soluções. Mais do que isso, a IA também deixará as coisas mais inteligentes. Robôs, drones, máquinas agrícolas. Todos eles responderão perguntas e oferecerão insights para tomada de decisões em diferentes indústrias. A evolução dessa tendência também passa muito pelas experiências conversacionais, como Alexa, da Amazon, e Siri, da Apple. Esses exemplos da vida pessoal ingressarão fortemente no universo corporativo, como no atendimento ao cliente, por exemplo, que poderá pedir orientações ou fazer perguntas por comando de voz ou texto e ser direcionado a um manual ou à localização específica da resposta na página de FAQ (perguntas e respostas frequentes, da sigla FAQ em inglês). Além disso, há estudos sobre a operação de máquinas e sistemas com o uso de comandos de voz. Desta forma, por meio de uma interação com linguagem natural, será possível interagir com um software e pedir para que ele emita uma nota fiscal para empresa X, por exemplo, e ele o fará sozinho. Realidade virtual e aumentada Outras tecnologias que vão crescer muito no próximo ano são as realidades virtual e aumentada. Até então bastante usadas na indústria de games, em 2018 se tornarão mainstream impulsionadas pelos setores de lazer, como museus e estádios, hotelaria e turismo. Mas também serão bastante usadas nos segmentos de varejo, saúde e educação – incluindo treinamentos. Esses conceitos ganharam popularidade no mercado de games, como Pokémon, mas, assim como a inteligência artificial, estão sendo inseridas em aplicações de negócios. Em uma loja física, com uma aplicação assim, será possível obter informações adicionais de um produto ou verificar se uma carteira que você está comprando combina com um sapato que já está em casa. No segmento de saúde, será possível ”escanear” o tornozelo após uma contusão e obter indicações do que aconteceu e recomendações do que fazer. Tudo isso com a câmera do celular. Os benefícios não param por aí. Essas tecnologias permitirão uma experiência imersiva, como, por exemplo, no aeroporto de Singapura que já treina seus novos engenheiros mecânicos 100% com óculos de realidade virtual. Na educação à distância, estudar o corpo humano como se ele estivesse na sua frente será um grande avanço para estudantes e professores. E imagine se, antes de comprar uma passagem para o Japão, você pudesse vivenciar uma caminhada pelas ruas da cidade ou saber como será a visão do assento do ingresso que deseja comprar para um show ou um jogo no estádio, antes mesmo de adquiri-lo. Até mesmo um passeio no museu ou em uma exposição torna-se mais rico e interessante com informações adicionais sobre uma obra usando apenas o celular. Blockchain Até o momento tivemos muitos casos teóricos de blockchain, mas em 2018 o veremos, de fato, em produção. Haverá um crescimento forte não só da tecnologia em si, mas, principalmente, de soluções desenvolvidas em cima dela. Será possível, por exemplo, fazer tracking e auditoria do transporte de medicamentos utilizando um sensor de internet das coisas (IoT) que rastreia o trajeto e a temperatura dos medicamentos durante todo o processo, salvando essas informações no blockchain. A medida garante a proteção dos dados, a imutabilidade deles e, até mesmo, a segurança e a qualidade dos produtos, que não sofreram alterações durante o trajeto. O mesmo princípio, pode ser usado no supply chain e na agricultura. A tecnologia também deve crescer muito no segmento financeiro, onde surgiu juntamente com os bitcoins. Hoje, não existe uma instituição financeira que não use ou não esteja discutindo a adoção de blockchain. Outro aspecto que deve crescer bastante no próximo ano é a identidade digital e o blockchain será usado para garantir a segurança da informação e também que você é você mesmo. Fog computing Em 2018, vamos começar a usar o poder computacional das pontas. Isso agilizará a rotina de empresas e profissionais, pois não será mais necessário enviar todos os dados para uma nuvem, esperar ela processá-los e enviar a informação de volta para tomar decisões. Imagine a diferença dessa mudança de paradigma em um carro autônomo, em que a velocidade de decisão é fundamental para a segurança das pessoas. Ao usar o poder computacional das pontas, realiza-se o processo localmente e apenas o armazenamento do resultado na nuvem tradicional, combinando várias nuvens ao invés de centralizar tudo em uma só. E isso só acontecerá porque o poder computacional que temos hoje no nosso smartphone ou em um carro autônomo, por exemplo, são incríveis. Combinação de todas essas tecnologias Além dos benefícios oferecidos por cada uma dessas tecnologias individualmente aos negócios, a combinação de várias delas também impactará fortemente o dia a dia nas empresas e a nossa interação com elas. O carro autônomo, por exemplo, usará não só a fog computing, mas também a inteligência artificial para tomar decisões. Na saúde, veremos o uso de IA e de realidade aumentada para dar uma prévia de diagnósticos. Além disso, com os óculos HoloLens, da Microsoft, será possível escanear um paciente e depois interagir com ele por meio de realidade aumentada e inteligência artificial. Essas são algumas tendências que impactarão as empresas e os negócios em 2018 e precisamos estar atentos aos impactos que elas podem causar, não só no ambiente corporativo, para não perdermos competitividade, como também na interação com os clientes e nas experiências que oferecemos a eles. (*) É diretor do TOTVS Labs. | O que é necessário saber para ingressar em curso para ser um programador mobile?Se você está pensando em mudar de área e quer entrar para o mercado de desenvolvimento mobile Android ou iOS, uma dúvida é comum: que tipo de conhecimento prévio preciso ter antes de fazer a minha inscrição? Você não precisa já ter programado na vida para entrar em um bootcamp (curso imersivo rápido) e aproveitar ao máximo. Mas existem sim dois tipos de conhecimento que vão te ajudar muito: Lógica de Programação e Programação Orientada a Objeto. Se você não é da área, não precisa se assustar com esses nomes! Eles podem parecer algo complicado, mas na verdade requerem muito mais raciocínio do que conhecimento prévio. A Lógica de Programação trabalha com a forma como entendemos e raciocinamos na hora de escrever o código. É aquele momento no qual você entende que, fazendo essa ação, você consegue esse determinado resultado. Em poucas horas é possível dominar esse raciocínio e colocá-lo em prática. Já a Programação Orientada a Objetos é um paradigma, um padrão que pode ser aplicado a diferentes linguagens. Ela traz a ideia de representação de cada elemento da programação em termos de objeto ou classe, aproximando o sistema criado ao mundo real. Isso é importante para facilitar o entendimento e também criar algumas aplicações, como herança (quando um objeto “herda” as características de outro) e encapsulamento (quando escondemos algumas propriedades do objeto). A verdade é que essas representações são mais simples do que parecem e acabam se tornando automáticas ao longo da sua trajetória como desenvolvedor. Mas acredito que o principal para se dar bem em um bootcamp é gostar muito da plataforma que deseja aprender! Eu sei, essa é uma fala bem clichê, mas se você vai dedicar muitas horas para um mesmo assunto, ele realmente precisa ser algo interessante para você. Existem momentos nos quais você vai quebrar a cabeça para entender alguma etapa, ou localizar algum erro, então a jornada precisa sim ser muito divertida! Se o seu sonho é se tornar um desenvolvedor de aplicativos para iOS, precisa também gostar muito de Macs. Já ter familiaridade com a plataforma facilita muito, pois os apps feitos para iPhones e iPads só podem ser desenvolvidos em Swift, que roda apenas no sistema Mac OSX. (Existem alguns emuladores para PC, mas o resultado nunca é o mesmo.) Agora, se você já é familiarizado com o Android, pode preferir desenvolver apps para esta plataforma. Com seu modelo open source, é o sistema referência para quem quer começar a desenvolver aplicativos já que tem Java como linguagem essencial e agora o novo lançamento do Google a linguagem Kotlin. Além disso, o número de pessoas que utilizam Android também é consideravelmente maior quando comparamos com o número de usuários de iOS. Criatividade e sede de conhecimento também são fundamentais! Para um aplicativo fazer sucesso, ele precisa resolver um problema de uma maneira muito mais inteligente do modo como fazemos hoje. Ou então ele precisa trazer algo completamente novo, que encante os usuários. E para chegar nesse resultado é necessário muita pesquisa e uma boa dose de imaginação. Estar em constante aprendizagem é a melhor maneira para sempre conhecer o novo, aprender técnicas e estimular sua criatividade. Um bootcamp é uma experiência intensa, mas muito divertida. Você conhecerá pessoas com os mesmos interesses e juntos vão passar por momentos de muita descoberta. É o caminho mais curto para quem deseja entrar no mercado de desenvolvimento mobile e exige uma boa dose de dedicação, mas em um espaço de tempo menor. Mas antes que você ache complicado encarar essa empreitada, lembre-se de que todo desenvolvedor um dia precisou começar do zero os seus conhecimentos. Você também vai conseguir. (Fonte: Gustavo Torrente, S&M Manager da Quaddro – centro de treinamento focado no universo mobile, sendo seus carros-chefe cursos de desenvolvimento de aplicativos em sistemas iOS e Android). 4 tecnologias disruptivas que sua indústria precisa aderir para a transformação digitalJosé Rizzo (*) Hoje, tudo está ao passo de um touch; conversamos e nos conectamos com pessoas de qualquer lugar do mundo em instantes E, enquanto vivemos a era da conectividade na nossa vida pessoal, na indústria, o cenário é de revolução digital com adesão a tecnologias como inteligência artificial, internet das coisas, robotização e big data. Com essa revolução na forma de fazer negócios, se torna iminente a necessidade de inovar e investir em projetos que façam com que as organizações tornem os seus processos produtivos mais inteligentes, ágeis e econômicos para se destacar em relação a concorrência. Os investimentos em tecnologia se mantiveram estáveis em 2016, segundo informações da Fundação Getúlio Vargas (FGV) – o que parece bom considerando a conjuntura econômica e política do País. Entretanto, em comparação com outros mercados, o Brasil ainda “engatinha” quando falamos em transformação digital. Pensando nisso, compartilho aqui as quatro tecnologias disruptivas que a indústria precisa se atentar para realizar uma mudança estrutural no dia a dia e na maneira de fazer negócios. Robótica avançada O uso de robôs na indústria vem crescendo ano a ano. Dados da Federação Internacional de Robótica (IFR, em inglês) e da Associação Nacional de Robôs estimam que 1.800 robôs tenham sido comprados pela indústria no Brasil em 2016 e que em 2019 esse número será de 3.500 unidades. Mas, como adiantei, o País ainda tem muito a crescer neste setor – calcula-se que no mundo tenham sido comprados 290 mil robôs no ano passado e que 414 mil equipamentos sejam adquiridos até 2019. Vale destacar que os robôs não substituem a mão de obra humana. Eles trazem benefícios tanto para os colaboradores, que podem deixar as atividades repetitivas e até insalubres para assumir tarefas mais estratégicas; quanto para as empresas, pois aumentam a produtividade, já que podem executar as atividades 24 horas por dia, sete dias por semana. O mercado já possui modelos capazes de atuar lado a lado com o homem, que são os robôs colaborativos. E também não existe a necessidade de um alto investimento inicial, pois já são oferecidos pelo mercado os robôs como serviço – modalidade de aluguel com pagamento mensal. Inteligência artificial (IA) Esta tecnologia tem sido utilizada para analisar todas as informações geradas pelas companhias e identificar variáveis, mapeando oportunidades de otimizar processos, melhorar o desempenho e antever falhas. Por exemplo, se uma indústria conta com máquinas de diferentes fabricantes e uma determinada marca demandou um número de maior de reparos e manutenções, pode-se avaliar se a troca do equipamento por outra marca não traria mais benefícios. Estas conclusões podem ser obtidas por meio da IA – ajudando a reduzir custos em médio e longo prazo. Não é à toa que o Gartner estima que, até 2021, 40% dos novos aplicativos empresariais implementados pelos prestadores de serviços incluirão tecnologias de IA. Afinal, com a capacidade de prever cenários e antecipar ações, esta tecnologia garante maior eficiência, informações gerenciais mais precisas e redução de custos e tempo. Internet industrial das coisas (IIoT) Unindo a conectividade às indústrias, é possível controlar as operações de qualquer lugar do mundo – através de um simples celular – e gerar dados em real time para tomada de decisões melhores e mais rápidas. O uso de sensores para monitorar equipamentos e indicar com antecedência a necessidade de reparos é um exemplo da IIoT na prática: equipamentos conectados antecipam-se aos problemas, evitando os custos gerados por ações que precisam ser realizadas de última hora. Estudos da IDC Brasil apontam que a indústria será o setor que mais investirá nesta tecnologia em 2017. É claro que este conceito ainda é novo e possui alguns desafios, mas quem não explorar esta oportunidade vai acompanhar seus concorrentes se destacando e ficar para trás. Analytics Como uma tecnologia está associada a outra, os dados gerados pela IA e IIoT precisam ser analisados com eficiência para gerarem os benefícios esperados. Estas informações podem resultar em insights valiosos, que poderão ser utilizados para a tomada de decisões estratégicas e uma gestão mais eficiente, oferecendo a oportunidade de criar novas fontes de receita. Para os que ainda estão receosos, há uma maneira de obter retorno rápido e sentir segurança para investir nestas novas tecnologias: adotar uma delas em um determinado processo, analisar os resultados e depois expandir ou replicar. A indústria 4.0 é uma realidade e inovações se tornam primordiais para que as organizações brasileiras acompanhem as tendências mundiais e possam se tornar competitivas. (*) É CEO da Pollux – empresa de tecnologia industrial referência em inovação – e presidente-fundador da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII). |