157 views 19 mins

Tecnologia 15/12/2017

em Tecnologia
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
Ex Machina temproario

Destacam entre as principais aplicações de Inteligência Artificial

Customizações na exata medida da demanda, alinhamento dos processos à realidade do público-alvo e comunicação eficaz são foco de projetos de alto retorno, sem a complexidade de tratar dados sensíveis ou em alto volume

Ex Machina temproario

Flavio Ditt (*)

O termo Inteligência Artificial (IA) abrange uma gama muito ampla de aplicações e muitas vezes se confunde com outras disciplinas, como automação de processos, bots transacionais, e até big data e analytics em alguns casos. Nas iniciativas e prospecções das organizações, duas vertentes têm se destacado. Uma delas se refere ao uso de dados para aplicações como apoio a decisão ou prevenção de fraudes. Esses projetos aproveitam muito da estrutura de BI a big data, mas têm como contrapartida a alta carga de dados, com todos os desafios adjacentes de integração e governança. A aplicação de IA que tem obtido mais visibilidade, todavia, é a nova geração de “assistentes virtuais”, capazes de interagir em linguagem natural com funcionários e clientes finais, e buscar responder como faria o empregado mais experiente e hábil da organização.

Além da capacidade de contextualizar e reconhecer padrões de linguagem natural, o que caracteriza a Inteligência Artificial é que o sistema se autocodifica por observação. Ou seja, as regras parametrizadas são modificadas ou estendidas de forma empírica. Nada que não façamos naturalmente e por isso a cada dia o funcionário fica melhor e mais rápido. A diferença é que cada acerto, uma vez aprendido pela IA, faz com que a melhoria passe a fazer parte da “inteligência da organização”.

Oportunidades de negócios com Inteligência Artificial – A experiência de selecionar e contratar produtos personalizados, por exemplo seguro ou investimentos, costuma deixar muito evidentes as limitações do atendimento automatizado. Opções de busca que levam a FAQs genéricos ou a uma lista de normativos em PDF fazem com que tudo que o cliente queira é um interlocutor que entenda o que ele precisa e monte o pacote adequado.

Contudo, o atendimento humano não lhe será muito mais satisfatório se o funcionário estiver instrumentalizado com as mesmas ferramentas, a menos que haja um colega veterano por perto. Em um primeiro momento, a Inteligência Artificial vai varrer essas informações documentadas de forma dispersa e transformar em uma informação relevante (em vez de lhe apontar os gráficos de umidade e velocidade do vento, diz se vai chover ou não). Com o tempo, em um processo normalmente supervisionado por humanos, o sistema vai recebendo novas perguntas e aumentando sua capacidade de responder a outras questões e outros interlocutores.

Como já se comprova nos primeiros projetos de IA, a tecnologia não esvazia o papel das interações humanas, menos ainda as substitui. Se, por um lado, a automação libera o funcionário de tarefas que agregam pouco valor, a Inteligência Artificial potencializa o que a pessoa faz de melhor. Em alguns projetos, vemos as aplicações inicialmente implementadas para apoio aos funcionários e estendidas ao público após uma fase de curadoria coletiva.

Nuvem e a questão dos dados – Seja pelo volume de dados ou das novas arquiteturas de processamento, a infraestrutura em nuvem tem sido um grande habilitador dos projetos de IA. As companhias ganham velocidade de implementação, e capacitação de seus motores de IA (cérebro) se utilizando de grandes plataformas na nuvem para ganhar conhecimento de forma mais rápida. Também evitam grandes investimentos de capital (Capex) no data center, o que esbarraria em incertezas sobre os padrões tecnológicos. A disponibilidade de IaaS e PaaS, por sua vez, tem permitido que startups de desenvolvimento explorem serviços nessa área, a partir da contratação on demand e conhecimento de grandes plataformas.

Mesmo nos projetos que não envolvam grandes cargas de dados, como o caso das aplicações de autoatendimento relacionado a produtos (pré-venda, suporte etc.), mais focadas na capacidade de contextualização do que em análises complexas, a modelagem e integração das fontes de consulta do sistema de IA ainda consomem boa parte do tempo nos projetos.

Nos últimos dois anos, a Inteligência Artificial saiu definitivamente do terreno da ficção científica e já se torna um componente básico de vários serviços do dia a dia, como gestão urbana, cybersegurança e, claro, na comunicação entre humanos e máquinas. O primeiro passo tende a ser nas áreas com necessidades e benefícios mais visíveis. Talvez assim, o bancário que tenta vender título de capitalização, por exemplo, ou a URA que fala de promoções que você já conhece consigam explicar o que você pergunta na hora de escolher o seguro ou financiamento pelo qual se interessa, e fazer um bom negócio para ambos os lados.

(*) É Diretor Executivo da Coddera.

Senior, GovBr, Seprosc e SESI lançam curso de formação inclusiva gratuito para pessoas com deficiência

Referência em tecnologia para gestão no Brasil, a Senior anuncia sua participação em um convênio formalizado pela GovBR, Seprosc (Sindicato das Empresas de Processamento de Dados, Software e Serviços Técnicos de Informática do Estado de Santa Catarina) e Sesi de Blumenau/SC, para capacitar pessoas com deficiência gratuitamente, visando sua inclusão nas empresas de tecnologia da região.
As aulas acontecem nas salas da UniSESI e contam com um programa diferenciado e exclusivo desenvolvido pelo Sesi em Santa Catarina e terão início em fevereiro de 2018. Serão 36 pessoas selecionadas para o curso, que dura três meses e conta com aulas duas vezes por semana, totalizando 8 horas semanais – que incluem o desenvolvimento de competências para o mercado de trabalho por meio de atividades teóricas e práticas.
Para se inscrever e participar do processo seletivo gratuitamente, é necessário ter 16 anos ou mais, ensino fundamental completo e interesse em tecnologia. O candidato deve entrar em contato pelo telefone (47) 3231-5228, e-mail [email protected] ou formulário https://goo.gl/forms/wIFI4yCyzECU4wNO2.

RPA Assistido: o poder do uso dessa ferramenta nos desktops

nicerobotica temproario

No mundo dos negócios, as premissas básicas para uma empresa se manter competitiva no mercado são: qualidade, alta produtividade e redução de custos. Para atender a esses três pontos, o setor de tecnologia aposta na Automação Robótica de Processos (do inglês, Robotic Process Automation – RPA). A ferramenta é um “software inteligente” que realiza atividades repetitivas de maneira rápida, eficiente e precisa. Geralmente, essa tecnologia é direcionada para executar o trabalho em uma área virtual ou em um servidor de back-office, de forma automática, 24 horas por dia e sem envolver funcionários humanos.
No entanto, o modelo de RPA também pode ser usado nos desktops de funcionários, configurando o chamado RPA Assistido (Processos de Automação Robótica Assistido).
O RPA que funciona em uma área de trabalho virtual ou em um servidor separado é classificado como RPA sem supervisão. As organizações podem adotar esse modelo, o RPA Assistido ou ambos para gerarem melhorias na produtividade e qualidade de suas operações.
Se um funcionário utiliza o RPA Assistido para realizar uma tarefa, ela será concluída mais rapidamente e com menos erros. O Assistente de Processo fornece orientação e assistentes de automação que sobrepõem as aplicações usadas no trabalho. Conforme o colaborador atinge uma fase específica do processo, o robô pode continuar a tarefa para ele. Isso permite recuperar e inserir dados de outro sistema para levar o trabalho do funcionário para outro nível.
Além disso, o RPA Assistido pode validar dados inseridos manualmente por uma pessoa ou verificar a sequência seguida para garantir que todo o processo atenda às políticas ou diretrizes da organização.
A implantação do robô de software ainda possibilita aos colaboradores concentrar parte do seu tempo em atividades que exigem tomadas de decisão, criatividade ou empatia humanas. Os avanços tecnológicos surgem para facilitar as tarefas, orientando as pessoas para que, dentro de um processo, elas aprendam como fazer certas transações – ou notificando-as sobre mudanças do processo sem exigir treinamento contínuo.
Quando implementadas adequadamente, os funcionários não veem a automação e a robotização como ameaças, mas sim como ferramentas de colaboração mútua para o desenvolvimento de determinadas atividades. Gerentes passam a supervisionar uma força de trabalho humana e robótica combinada, impulsionando os pontos fortes de cada uma para realizar o trabalho de modo mais inteligente. O RPA Assistido pode melhorar a produtividade, precisão geral do grupo e dar liberdade para os gestores participarem de mais treinamentos e tomadas de decisão.
Para os negócios, o RPA Assistido interfere diretamente na experiência do cliente. Quando o trabalho é concluído com mais rapidez e sem erros, os funcionários se sentem mais capacitados e direcionam suas habilidades para tarefas que demandam mais estratégia, entregando ao consumidor um serviço ou produto de maior valor. Conforme a organização se desenvolve para fornecer ferramentas que facilitam o dia a dia, os colaboradores se tornam mais engajados e geram melhores resultados.

(Fonte: Valéria Fachetti, Gerente Sênior de Marketing para América Latina e Caribe).

O futuro dos brasileiros é o blockchain

Mateus Azevedo (*)

“A visão do Governo sobre a economia: se se move, tribute. Se continua se movendo, regule. Se parar de se mover, subsidie”. Uma das citações que eu mais gosto do Ronald Reagan, ex-presidente americano, diz muito do nosso Estado hoje

O Brasil acaba de cair mais duas posições no ranking mundial de prosperidade pelo seu ambiente desfavorável de fazer negócio, graças à regulamentação e às regras desnecessárias impostas, o que impedem o desenvolvimento de todos. Isso me fez refletir: como é possível termos chegado nesse nível de degradação estando localizados em uma das partes mais ricas do mundo e com uma população tão adaptável, criativa e inovadora como a nossa?
Fui buscar então, a origem do motivo e cheguei à Revolução Industrial. O que ocorreu foi que com o surgimento de novas máquinas e automação da produção, nasceram empresas com maior produtividade, derrubando os preços de forma nunca vista antes. Tal eficiência gerou preocupação nas grandes corporações que, para se protegerem, tiveram a ideia de comprar essas novas empresas e impedir a competição, mantendo suas altas margens. Infelizmente para eles, sempre que mantinham margens elevadas, atraiam novos competidores, com máquinas mais modernas e preços mais baixos, inviabilizando a estratégia de comprar todos os concorrentes.
A outra ideia para evitar perdas de mercado foi a criação de cartéis, em que os fornecedores se juntavam para combinar um volume de venda e preços dos produtos, garantindo uma boa margem para todos. Esse modelo também se mostrou ineficiente, uma vez que sempre um dos participantes do acordo, por interesse próprio, vendia de forma “escondida” seus produtos a preços menores para alguns clientes. Obviamente, não conseguiam conter a informação e todos ficavam sabendo.
O resultado disso era uma rivalidade ainda maior e uma concorrência ainda mais acentuada do que antes da formação do grupo. Pior, o problema persistia. Sem opção sua última cartada foi apelar para o Governo, alegando que os novos concorrentes estariam baratos, pois os produtos eram piores e portanto, prejudiciais à população. Assim, em nome de uma proteção e garantia de melhores produtos a saída era regulamentação para os setores.
Essas acabavam gerando regras impeditivas para players menores surgirem e menos interessante para os players maiores, criando uma reserva de mercado, mantendo o preço elevado e desestimulando a geração de novos empregos. Não é exatamente isso o que vivemos até hoje? De certo modo, sim. Quando o Estado exige mais de 10 alvarás, e uma infraestrutura robusta para qualquer pequena indústria se estabelecer, ou regras e taxas para impedir inovações como a Netflix, por exemplo, está dando continuidade a esse formato que surgiu no passado. Mas, felizmente (e finalmente!), as tecnologias estão surgindo para quebrar essa lógica. A principal delas é o blockchain
O blockchain é uma tecnologia que visa a descentralização como estrutura para melhora na segurança. Simplificando, ele é uma cadeia de blocos, e cada bloco tem três partes: um código único (Hash), o Hash do bloco anterior e a informação desejada. Qualquer mudança no bloco muda seu Hash e toda informação é pública e mantida por todos, de modo a criar consenso e confiança na comunicação direta entre duas partes (Peer 2 Peer), ou seja, sem o intermédio de terceiros e sem a intervenção do Estado.
A previsão é que nos próximos anos várias iniciativas (empresas) ou comunidades vão surgir usando o blockchain. Imagine que venha uma lei proibindo os aplicativos de carona, mas que uma solução baseada em blockchain surja. Como é descentralizada, não tem como o Estado coagir essa estrutura. Motoristas e passageiros interessados vão se cadastrar na plataforma e pagar diretamente uns para os outros. Mesmo que alguém tente regular isso ou punir a iniciativa, não irá conseguir.
Sendo a favor ou achando que essa nova estrutura será uma ameaça, a evolução dessa nova tecnologia é inevitável. Cabe a nós aprendermos como funciona para sairmos na frente e aproveitar as melhores oportunidades.

(*) É Sócio da BlueLab.