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Tecnologia 05/01/2016

em Tecnologia
segunda-feira, 04 de janeiro de 2016

O Fim da Privacidade e os Desastres Pós-Modernos

É preciso encontrar novos meios de preservação da intimidade individual e do sigilo de dados na sociedade superconectada

seguranca-digital temporario

Rodrigo Fragola (*)

Ao final dos anos 80, o teórico “pós-moderno” Paul Virilo assinalou que toda invenção tecnológica acarreta o surgimento de uma nova forma de desastre. Com o advento do balão de passageiros, vieram as tragédias aéreas; o aquecimento a gás propiciou o surgimento da asfixia doméstica; o atropelamento começou com as carroças.

No universo da cultura digital, a radicalidade dos sinistros decorrentes de novas tecnologias atinge patamares insanos. E aí não falamos só de efeitos desastrosos pontuais, como o vírus que embaralha textos no computador ou o banditismo cibernético. O maior e mais profundo dos desastres da era cibernética é, na opinião de muitos, a destruição da privacidade. Uma tragédia que prejudica os indivíduos e oferece perigo a empresas e governos.

Hoje, bilhões de pessoas estão expostas pela hiperconexão e pelo compartilhamento da existência social em aplicações de relacionamento. Aplicações que, obviamente, embutem algum modelo de negócio baseado exatamente na inferência sobre dados (ou cacos de dados) que estas pessoas lançam ao navegar na rede.

Exemplos deste novo desastre não faltam no dia a dia. O cartão de fidelidade que usamos no supermercado permite ao comerciante saber que todo dia 10 o cliente X adquire uma garrafa de uísque Y. Juntando este dado a outros, é possível deduzir que quem compra esta marca de uísque pode também adquirir um apartamento de praia.

Em seu livro “O Poder do Hábito”, o jornalista norte-americano Charles Duhig relata o episódio em que o pai de uma adolescente procurou a empresa megavarejista “Target” para reclamar que seu departamento de marketing direto estava enviando conteúdos impróprios para sua filha menor de idade. Mensagens ligadas à maternidade e ofertas de produtos para bebês.

O gerente da loja se apressou a procurar o tal pai para contornar a queixa. Precisaria, para tanto, explicar que um sistema robótico de algoritmos, ligado ao big data da empresa, cruzava milhares de indícios desconexos e signos não estruturados para inferir o nível de propensão à gravidez de mulheres no mundo virtual.

O gerente iria contar ao pai que este modelo de big data já havia provado, na Target, um índice de assertividade beirando os 90%. As massas de informação disforme acionadas pelo tal “analytics”, iria argumentar o rapaz da loja, incluíam desde os ingênuos “likes” que a filha daquele senhor havia distribuído nas redes sociais, até seus mapas de navegação, suas preferências de compra, suas perguntas ao Google.

Mas ao ser procurado pelo gerente, o pai, já bem mais resignado, ao invés de ouvir as desculpas da Target foi logo, ele mesmo, se desculpando. É que, após ter reclamado à empresa, acabara de descobrir que a jovem filha de fato estava… grávida!

Muito mais radical que o “Grande Irmão”, profetizado pelo clássico de George Orwell de 1948, o fenômeno deste novo monstro que a tecnologia chama de “grandes dados”, tem a capacidade até de projetar, para cada um de nós, um novo tipo de futuro potencial.

Um futuro artificial, estatisticamente provável, e expresso através das inferências dos novos sistemas analíticos capazes de definir nossas “propensões futuras” e passar a direcionar o nosso enquadramento a elas.

Por outro lado, ninguém irá abrir mão da nova sociedade e seria ridículo esperar um retrocesso em função de antigos valores, com a individualidade “sagrada”. Mas reconhecer a fatalidade do fim da privacidade – tal como a conhecíamos até muito recentemente – não significa nos resignar a sermos vigiados e monitorados à nossa revelia e sem qualquer resistência possível.

Perdemos a velha e boa privacidade da sociedade analógica, das grandes multidões de pessoas anônimas, e agora precisamos inventar outra forma de privacidade, compatível com o novo modelo de tecnologia ubíqua e pervasiva e em que todos estão submersos.

Por mais difícil que seja conseguir alguma vida exclusivamente pessoal na rede, devemos rejeitar a ideia de um mundo sem direito à intimidade, assim como o setor aéreo rejeita abrir mão de uma remota possibilidade de sobrevivência diante dos seus mais terríveis desastres.

A cada voo comercial, em qualquer ponto do no planeta, a horda de passageiros é submetida a uma aula, sempre repetida e monótona, sobre como usar as máscaras de despressurização e os assentos que flutuam, em caso de mergulho da aeronave nas águas revoltas do oceano. O acidente é para lá de fatal e a solução ofertada é fraquíssima. Mas acima de tudo está o conceito, a ideia de uma contingência indispensável e lastreada na crença de que sempre haverá uma esperança se estivermos devidamente prevenidos.

O caso da privacidade cibernética e da integridade dos dados exige da indústria de TI um paradigma de perseverança semelhante. É desafio do setor de segurança da informação não apenas criar as criptografias (os algoritmos de barreira que, teoricamente, devem evitar a queda livre do “avião da privacidade” pelo simples fato de ele estar suspenso no ar). Precisamos também fomentar condutas que tenham a intimidade e o sigilo como premissas vitais, e que sejam repetitivas e reproduzidas por todos.

Fomentar condutas, quer dizer, fazer que nossos sistemas “impeçam” o usuário de espalhar seus dados (ou os dados empresariais que eles acessam) de forma indiscriminada e ingênua. Induzi-lo, através de requerimentos de software, ao comportamento digital responsável.

E ao lado dessa tecnologia impositiva, é nosso papel projetar estratégias abrangentes para todo o ciclo da segurança. O que inclui indicar às empresas que o funcionário deve assinar termos de adesão se comprometendo a algo equivalente a “atar cintos” e a “não fumar” quando navegando na rede da companhia.

Resulta de tudo isto que combater na luta pela privacidade exige, em alguma medida, o ato paradoxal de se monitorar os hábitos de navegação das pessoas e disciplinar o modo como os indivíduos (e aqui falamos mais especialmente dos internautas empresariais) se relacionam com as redes.

Conscientizar funcionários de que seus passos são acompanhados por um sistema lícito de controle que quase tudo vê é, por incrível que pareça, uma medida essencial para se mitigar a exposição involuntária de informações pessoais que possam ser empregadas contra a intimidade destas próprias pessoas ou contra o sigilo e integridade dos dados corporativos.

(*) É Vice-Presidente de Segurança do Sinfor (Sindicato da Indústria de Informação do Distrito Federal), Diretor Adjunto de Defesa da Assespro-DF e Presidente da Aker Security Solutions.

 

Cinco dicas de design para criar um aplicativo atraente

O aplicativo mobile perfeito surge de uma delicada combinação entre engenharia e design, com o objetivo final sendo a experiência marcante que levará à uma grande adoção. Achou a metáfora esquisita? Bom, basicamente, tornar o seu mobile app bonito é um fator crucial na hora de convencer usuários a adotá-lo. Então o que você precisa levar em conta ao colaborar com um designer no desenvolvimento de um visual e sensação para o seu app?
Primeiramente, é importante pensar em design desde o começo. Programadores com frequência se concentram demais nas mecânicas de uso, ignorando o formato até chegar a uma etapa muito avançada do processo de desenvolvimento. A chave para um app atraente é envolver o designer desde a hora na qual os programadores decidirem sobre o storyboard – ele focará nos elementos que levarão o aplicativo além do bom funcionamento e até a beleza.
Enfim, quais devem ser as preocupações de um designer?
1. Atente a detalhes
Pense em aplicativos bem sucedidos: o que eles têm em comum? É provável que todos possuam uma tipografia agradável, layout arejado e imagens de alta resolução. Nunca subestime o poder dos detalhes: usuários valorizam beleza tanto quanto uma navegação impecável. Nessa era de telas de retina, é importante acolher as imagens de alta resolução (você sempre poderá compactá-las depois).
2. Incorpore a sua marca
Isso pode soar óbvio, mas você quer a consolidação da marca e design em todos os fatores, desde o logo até o site do seu app. Cores devem ser selecionadas com cautela e é preferível usar um logo no cabeçalho do seu app, em vez de texto, para enfatizar a marca e estimular o reconhecimento dela. Quando Facebook comprou Instagram, por exemplo,foi mantido o ícone da câmera no Instagram, hoje mundialmente reconhecível, mas as funcionalidades do fundo do aplicativo mudaram para o tom de azul do Facebook, mantendo o reconhecimento da marca em ambas companhias. O ideal é que a marca sejatão fácil de identificar ao ponto de uma pessoa enxergar uma cor ou um logo e logo pensar no seu app.
3. Lembre que um dispositivo mobile não é um mini-computador
Um erro comum nos tempos áureos daconstrução de apps era encarar smart phones como computadores minúsculos, e não como dispositivos completamente novos, com funções inéditas e expectativas diferentes por parte do usuário. É tentador refletir as mesmas funcionalidades da versão web do seu app, especialmente se ele começou a partir de uma aplicação para website, mas essa abordagem está errada. Ao inventar um design para mobile, você precisa pensar nos gestos como parte da funcionalidade – algo que não recebe nem de longe tanta dedicação quando falamos de web apps.
4. Crie o design de acordo com a plataforma e o telefone
Ah, lembra quando você só precisava conceber para iPhone? Bem, hoje existem vários dispositivos e plataformas. Para modelar seu app, você terá de trabalhar tanto com Android quanto com iOS, e não fará mal considerar a plataforma Windows, já que o relativamente novo Windows phone anda ganhando popularidade. Por um lado, alguns elementos podem se manter iguais entre todas as plataformas, como os splash screens. Por outro, certas utilidades precisam ser cuidadas de maneira diferente. Além disso, como os telefones variam em tamanho, o design precisa se adaptar a cada dimensão. Um jeito inteligente de fazer isso é tendo três conjuntos de gráficos: alta densidade, média densidade e baixa densidade. Você não vai se arrepender.
5. Customize para o seu usuário
Normalmente, é o engenheiro quem se preocupa com a experiência do usuário, mas designers (e o dono da companhia!) devem mantê-lo em mente também. Pense no contexto em que um usuário interage com o aplicativo: ele funcionará sob uma forte luz solar? Aparecem muitas palavras em branco contra fundos pretos, dificultando a visualição para quem tem problemas de vista? A fonte dá certo em várias linguagens? É importante lembrar de todos esses aspectos enquanto se está desenvolvendo design para app. Um ótimo jeito de testar isso é, claro, entregando o dispositivo para o parente menos familiarizado com tecnologia que você conhece e perguntar o que ele achou – isso renderá boas sugestões.
Design para mobile app é algo desafiador, mas que oferece grandes recompensas para as empresas que o fazem do jeito certo.

3 dicas para criar seu negócio online sem se endividar

Alan Pakes (*)

Você acredita que só será plenamente feliz no trabalho quando tiver seu próprio negócio? Talvez empreender não signifique apenas ter uma boa fonte de renda e independência financeira. Significa também correr atrás dos sonhos, ter realização profissional. Mas o que segurou você de trilhar esse caminho até agora?

Pode ter sido a falta de dinheiro para investir, um mercado consumidor pequeno, concorrência muito alta, etc. Hoje em dia, no entanto, a internet traz a oportunidade de você começar um negócio online do zero, com pouco dinheiro e sem fazer dívidas astronômicas, que é justamente o que assusta a maioria das pessoas que desejam empreender.
Ainda que um negócio online não demande grandes quantias para iniciar e fazer muito sucesso, obviamente que a jornada árdua pela qual todos os empreendedores precisam passar é a mesma. Mas, claro, se você tem o empreendedorismo na veia, deve saber que um negócio online ou não depende muito mais da inteligência, perseverança e dedicação do que de grandes somas de dinheiro.
Mas, claro, se você sabe muito pouco sobre como criar um negócio online, preparei 3 dicas que vão te ajudar a andar no caminho certo e, melhor ainda, não se endividar.

1. Mantenha seu emprego atual
Parece estranho dizer isso, mas, se você está planejando começar qualquer negócio, principalmente um online, pode usar o seu tempo livre para começar a desenvolver seus produtos e fazer seu planejamento.
Não precisa sair do seu emprego atual para fazer isso, principalmente se você tem contas fixas a pagar, como carro, aluguel e contas fixas. Claro, você terá de trabalhar muito mais e terá bem menos tempo para dedicar ao lazer e à sua família, mas essa é uma situação temporária.
Assim que o seu negócio começar a decolar, você pode começar a se desligar gradualmente do seu emprego. Se possível, pode fazer a transição de funcionário de tempo integral para consultor, ou trabalhar apenas meio período. Claro, em determinado momento, quando as coisas estiverem realmente sólidas, você terá de sair da empresa onde trabalha para se dedicar inteiramente ao seu negócio, mas essa é uma mudança gradual.
Além disso, se você tem o salário garantido no fim do mês, pode cobrir alguns custos iniciais, que por mais que não sejam muitos e que você não precise pagar na hora, não deixam de ser custos.
O bacana de começar um negócio online é que você pode usar a versão “trial”, durante um certo período, da maior parte dos softwares de que precisa. Então, se conseguir extrair o melhor dessas ferramentas, você já conseguirá fazer algum dinheiro antes mesmo de precisar aderir à versão paga, o que irá cobrir boa parte ou até mesmo todos os custos que terá com ferramentas no início.
Claro, as coisas na internet não são de graça, mas manter o seu negócio online demanda um custo consideravelmente menor e, consequentemente, um lucro muito mais rápido e maior.

2. Teste suas ideias
Nada melhor do que ter segurança do que se está fazendo. Em qualquer tipo de negócio, o planejamento, a pesquisa e a preparação são de vital importância e podem ser a diferença entre o sucesso e o fracasso.
Então, antes de mais nada, é essencial testar suas ideias para ter certeza de que elas são, de fato, viáveis. Uma dica é fazer uma pesquisa de opinião com seus potenciais clientes e saber o que eles esperam do produto que você está desenvolvendo, o quanto estariam dispostas a pagar por ele etc.
Caso você esteja desenvolvendo um infoproduto, como um ebook, um treinamento ou vídeo aulas, você também pode enviar a introdução ou o primeiro capítulo para pessoas que se interessariam pelo seu produto e pedir um feedback.
Tenha cuidado, porém, com as pessoas que são intimamente ligadas à você, como amigos próximos, cônjuge, pais, irmãos etc. Caso vá enviar essa amostra para eles, certifique-se de que eles não saibam, pelo menos no início de que se trata do seu produto. Isso porque a avaliação deles pode acabar ficando um pouco tendenciosa e você pode acabar deixando passar alguns erros.

3. Divulgue!
A melhor forma de ser conhecido é divulgando o seu negócio. Se você não for encontrado, as pessoas jamais comprarão o seu produto, pois não lhe conhecem. Isso, claro, significa um lucro menor e uma grande probabilidade de não cobrir os custos iniciais.
Claro, você não precisa ter grandes quantias para anunciar na TV. A vantagem do negócio digital é que você pode investir muito pouco e ter um bom retorno com campanhas nas redes sociais. Crie uma conta no Facebook, no Twitter e onde mais você quiser e crie conteúdo de qualidade para divulgar lá.
Você também pode criar um blog e publicar conteúdo original e de qualidade com assuntos relacionados ao seu produto e usar as redes sociais para divulgá-los.
Não se esqueça, claro, de investir em SEO e usar as ferramentas que o Google disponibiliza para encontrar as palavras-chave de acordo com o que o seu público pesquisa.

(*) É organizador do livro “Negócios digitais – Aprenda a usar o real poder da internet nos seus negócios”, empreendedor, expert em Marketing Digital e fundador do CONAED (Congresso Nacional de Empreendedorismo Digital)
(www.conaed.com.br).