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Tecnologia 04/05/2016

em Tecnologia
terça-feira, 03 de maio de 2016

Gestão de risco da imagem precisa de tecnologia

Há cerca de 10 anos recebi, por meio de colegas da comunicação, uma engenhosa matriz de risco de imagem que listava ambientes e fatores mais danosos para uma grande empresa

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Claudio Cardoso (*)

A ideia me pegou em cheio. De imediato, pensei: claro que já devíamos ter abandonado há tempos o foco na gestão de crises. E, como na área da saúde, já devíamos ter abraçado a causa da prevenção como um novo mantra.

Desde então, e de forma especial nos últimos quatro anos, tenho me dedicado ao desenvolvimento de uma plataforma de análise da qualidade de exposição de marcas na mídia, em tempo real, muito inspirada pelo paradigma da prevenção.

Passados tantos anos, continuo me surpreendendo com a reação de colegas – diria até, da grande maioria – quando comento sobre a ideia da gestão do risco de imagem. Já ouvi todo tipo de desaprovação: “a comunicação é uma arte, não uma ciência exata”, “isso só podia ser coisa de engenheiro” e, a mais contundente, “isso é ridículo: não podemos prever de onde sairá a próxima crise”.

Enquanto isso, os maiores jornais do mundo anunciam o fim da versão impressa. As mídias sociais se tornam imperativas. A velocidade e a avalanche de informações atingem níveis humanamente impossíveis de serem administradas. As marcas navegam em mares cada vez mais revoltos, voláteis, incertos.

Não me parece a melhor hora para menosprezar uma boa ajuda, muito menos essa da gestão de riscos, em que pese os conhecimentos bem fundamentados e já testados em atividades tão ou mais imprevisíveis do que a comunicação, como as finanças, a saúde ou a engenharia. Pelo contrário, desconfio que estejamos, tanto nós comunicadores, como as marcas das empresas, diante de desafios de proporções inéditas em termos de audiência e de intensidade da exposição.

A meticulosa (e muito trabalhosa) identificação de cada um dos inúmeros fatores de risco da imagem para cada negócio se soma à dificuldade de monitorar um a um dos conteúdos publicados. Adicionalmente, é preciso ler, ouvir e avaliar com grande rapidez e precisão o impacto de cada conteúdo, seja este proveniente de mídias convencionais, seja da internet, dos sites de notícias ou mídias sociais.

A conjunção desses dois elementos – (1) o mapeamento prévio das atividades e temas que representam risco para a imagem, e (2) alta velocidade e precisão no monitoramento e avaliação dos impactos sobre a marca de cada conteúdo publicado, um a um – tornaram inviáveis qualquer iniciativa que de enfrentar este novo contexto sem o amparo da tecnologia.

Arrisco prever que a nova fronteira das tecnologias de interpretação e classificação semântica, capazes de “ler e compreender” conteúdos, combinada aos buscadores de alta precisão, farão toda a diferença para assessores de comunicação e – principalmente – executivos de organizações nos próximos tempos.

Em especial, equipes de agências de comunicação e das assessorias de imprensa precisam agir (ou reagir) cada vez mais rapidamente, e com grande precisão, sobre conteúdos publicados com alto potencial de risco para a imagem dos seus clientes. Seja “influenciando os influenciadores” (e sendo influenciados de volta por eles), seja reagindo por meio de novos conteúdos capazes de mitigar impactos negativos e promover os positivos, pouco poderá ser feito sem tecnologias capazes de apoiar esta nova “atitude profissional” em tempo real.

A busca já é coisa do passado. Tudo indica que o próximo passo está na capacidade de interpretação de grandes volumes de informação e detecção, em tempo real, daquilo que mais afeta as marcas. Foi Bernard Shaw quem alertou, já em 1930: “o progresso é impossível sem mudança; aqueles incapazes de mudar suas mentes não poderão mudar nada”. Ele só não poderia prever a velocidade dessas mudanças – o que às vezes nos deixa sem fôlego.

(*) É pós-doutor em comunicação pela USP e criador da plataforma altaMedia.

Seis dicas para lucrar com memes negativos

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Há alguns meses viralizaram, na internet, diversos memes sobre a performance crítica da atriz Glória Pires em relação ao Oscar Academy Awards 2016. Seus comentários rasos fizeram sucesso durante a cobertura televisiva do evento, e na manhã seguinte só se falava dela de forma negativa. Ao invés de se abalar com as críticas, a atriz juntou o útil ao agradável, e lançou uma linha de camisetas com frases que disse na cobertura como “Não sou capaz de opinar”, lucrando bastante com a venda dos itens. Seu site foi obrigado a sair do ar por conta do alto volume de acessos.
Para uma pessoa pública, com carreira consolidada e facilmente reconhecida nas ruas, transformar o negativo em dinheiro, acaba sendo muito mais fácil do que pessoas comuns e anônimas conseguiriam nos dias de hoje, sendo obrigadas a contar com uma combinação de fatores, principalmente ligadas a sorte e fácil aceitação de público que vai ao seu encontro.
E é pensando desta forma, que o infoprodutor Bruno Nogueira Pinheiro, conhecido por formar profissionais liberais em empreendedores digitais, elenca algumas possibilidades de lucrar com memes negativos. “Um viral acontece por determinada causa (aspectos físicos, brigas, homossexualidade, etc) e é replicado por vídeos ou imagens no ambiente online”.
Veja abaixo:
1. Criação de um site – Para hospedar determinado conteúdo, um site ou blog é essencial para dar o primeiro passo. Atualmente, existem plataformas online gratuitas ou de baixo custo fáceis de encontrar.
2. Tenha uma lista de cadastros – É necessário conhecer o público que acessa o site. Desta forma, é primordial que se tenha uma lista de cadastros. Pode reparar como sites de e-commerce ou serviços pedem e-mail e dados pessoais logo quando acessa a página. Uma dica para incentivar que o usuário faça um mini cadastro é oferecendo algo para ele, como dicas gratuitas ou acesso a um meme inédito. Com esta lista será possível gerar e-mail marketing e manter os seguidores mais próximos das atualizações da página.
3. Defenda uma causa – Recentemente, uma jornalista de Minas Gerais tomou um susto quando viu o muro de sua casa pichado com a frase “Jéssica Gorda”. A sua resposta em uma rede social teve tanto impacto, com milhares de compartilhamentos, que hoje ela realiza debates sobre gordofobia e transforma pessoas que se identificam com sua história. “ Ao se tornar expert no assunto, você conquista autoridade em sua rede”, explica Pinheiro.
4. Seja um afiliado digital – É quando a pessoa “vende” produtos de anunciantes em sua página, seja por meio de banner, links, etc. O produto deve ir ao encontro da lista de pessoas que acompanham a página, ou seja, se o meme negativo é sobre “gordos”, é aconselhável estimular a página com anúncios de restaurantes saudáveis, academias, nutricionistas, entre outros. Cada clique no anúncio ou link é convertido em dinheiro. A plataforma Hotmart – www.hotmart.com – é uma sugestão para pesquisar parceiros e produtos que possam ser divulgados na página.
5. Produza conteúdos – Não é somente sendo um afiliado digital que a pessoa conseguirá ter dinheiro por conta do post negativo, que aliás, tem data para cair no esquecimento. “Ao defender a causa, é necessário que textos, materiais ou vídeos sejam produzidos para que o engajamento com o público que já conquistou por conta do meme aumente ainda mais, além de conquistar novos seguidores”.
6. Presença nas redes sociais – Divulgue os conteúdos produzidos em suas redes sociais e os direcione para o site/blog criado. Quanto mais acesso tiver a plataforma, mais chances de lucrar.

Uma abordagem realista à obtenção de redes flexíveis hoje e amanhã

Leon Adato (*)

Percebi que, enquanto setor, passamos muito tempo pensando no futuro

Isso é bom, mas não damos a devida importância ao presente nem ao passado – o que pode ser ruim, especialmente para os administradores de rede. Afinal, como diz o velho ditado: “Aqueles que não aprendem com a história estão fadados a repeti-la.”
Você se lembra da época em que a Internet começou a ser onipresente no espaço de trabalho? Não estávamos preparados para esse pico na capacidade e tivemos que dar um jeito de corrigir os problemas para acomodar o influxo de uso da rede. O mesmo ocorreu com o BYOD (Traga seu próprio dispositivo): quando as pessoas começaram a compartilhar recursos em uma avalanche de novos dispositivos, os problemas na redes ficaram expostos e precisaram ser solucionados para que o BYOD pudesse ser bem-sucedido.
E aqui estamos mais uma vez – novas tendências de impacto, como IPv6, Internet das coisas (IoT) e redes definidas por software (SDN) estão surgindo no horizonte. Para que não sejamos pegos desprevenidos e que nossas redes estejam preparadas para os desafios de hoje e do futuro, é importante criar um mapa prático da rede: um cronograma realista que mostre onde o foco deve se concentrar agora e como devemos nos preparar para o que vem depois.

Um mapa de rede prático
Hoje (agora): segurança, estabilização e IPv6
As questões mais prementes de hoje são segurança, estabilização e IPv6. É interessante observar que, em um alto nível, todas elas envolvem um levantamento da rede. Com relação à segurança, esse inventário permitirá a compreensão de vulnerabilidades que exigem correção, a fim de evitar problemas de segurança que continuarão a piorar nos próximos anos. O devido inventário da rede também ajuda a melhorar a estabilização, sem a necessidade de dedicar mais dinheiro, pessoal e tempo à rede. Por fim, à medida que as organizações passam pela inevitável mudança para IPv6, contar com esse inventário permitirá conhecer quais dispositivos estão habilitados para IPv6 e quais precisam ser atualizados, o que minimiza o impacto negativo na rede e nos usuários finais que dependem dela.

Amanhã (próximos 6-12 meses): TI híbrida e IT das sombras
No próximo ano, a maioria das empresas continuará migrando partes de sua infraestrutura para a nuvem, enquanto continua a manter alguns serviços essenciais nas instalações. Essa realidade, conhecida como TI híbrida, está criando uma nova linguagem que é preciso compreender antes da transição. Além disso, à medida que as oficinas de TI exploram ofertas semelhantes à nuvem, como a rápida implantação de máquinas virtuais, cada vez mais os usuários finais esperam uma experiência parecida com a do Microsoft Azure ou do Amazon Web Services. Isso significa expectativas mais altas com relação àquilo que a TI não pode fornecer por não dispor do tempo ou da largura de banda para dizer “sim”. Quando isso acontece, os departamentos internos costumam buscar especialistas na empresa que não são de TI que dizem “sim” (estamos falando da TI das sombras) e acabam introduzindo novas vulnerabilidades que precisam ser abordadas.

Além (próximos 2-3 anos): IoT e SDN
Com os bilhões de novos dispositivos que deverão se conectar à rede nos próximos anos, estamos à beira de outro cenário semelhante ao do BYOD (só que maior). Além disso, há muito a se fazer para preparar as redes antes que a adoção da IoT se dissemine. Como a IoT, o SDN surge no horizonte, mas não tão iminente quanto questões e tendências como IPv6 e TI híbrida. Ainda que preparar a infraestrutura para a rede virtualizada seja algo com que todos teremos que nos preocupar um dia, é melhor concentrar o foco no cronograma realista das tendências que precisam ser abordadas.

Ações realistas para a prontidão da rede
Não há uma solução milagrosa para lidar com todos os problemas e tendências da rede neste mapa, mas existem algumas ferramentas abrangentes e práticas recomendadas que podem ajudar:
• Automação: a automação é uma grande aliada. As redes já são complexas e, como já foi dito, ficarão mais complexas ainda. Ferramentas que ajudam a automatizar diversas rotinas de gerenciamento da rede podem aliviar bastante o trabalho e liberar tempo para que você possa se concentrar em tarefas que não podem ser automatizadas e se preparar para o futuro. Tomemos o gerenciamento de endereços IP como exemplo. Muitas organizações de TI ainda utilizam métodos arcaicos, como rastreamento manual com planilhas. Como pensar nos desafios da transição para o IPv6, quando ainda estamos presos ao gerenciamento manual de cada endereço da TI e dos conflitos de endereços, entre outros problemas relacionados?
• Monitoramento: o monitoramento é realmente essencial em todo o mapa, mas especialmente em relação à estabilização e à TI híbrida. O constante monitoramento da rede proporcionará uma visão completa do tráfego, plug-ins, mapas de calor sem fio etc., viabilizando a estabilização em meio à crescente complexidade. Assim como a nuvem híbrida, as ferramentas de monitoramento demonstram quais elementos da infraestrutura devem ser migrados, tanto do ponto de vista do custo quanto do fluxo de trabalho.
• Gerenciamento de configurações: outra ferramenta que costuma ser negligenciada na estabilização é o gerenciamento de configurações. Se você tiver uma ferramenta para fazer o backup de suas configurações regularmente, poderá comparar os backups recentes com os do passado para identificar mudanças na rede, localizar qualquer coisa injustificável e compreender melhor seu ambiente. Dessa forma, você também otimizará a rede, ficando de olho em questões de segurança e atendendo aos padrões de conformidade.
• Seja disciplinado: quando a questão é segurança, não existe uma única ferramenta que solucione todos os seus problemas – há várias delas. Em vez disso, pratique a disciplina e mantenha-a em todas as funções da rede. Proteja a rede, seja aplicado e garanta que os invasores não tenham a oportunidade de causar mais problemas.
• Pilote logo e pilote com frequência: a nuvem híbrida pode agregar alguns novos custos, mas envolva-se nessas discussões, quer deseje fazê-lo ou não. Além disso, pilote criteriosamente – pilote logo e pilote com frequência. Ao migrar para a nuvem, conte com uma equipe dedicada e disposta a fazer testes. Encontre pessoas que trabalham para obter resultados e uma TI híbrida.
• Conquiste a confiança: trate os usuários finais como colegas, não como clientes. A TI das sombras está acontecendo porque os departamentos internos acreditam que serão bloqueados pela TI. A melhor abordagem é ouvir honestamente as solicitações, avaliar a possibilidade de cumpri-las e explicar com clareza por que as demandas podem (ou não) ser atendidas, ou o que seria necessário para executar uma solicitação. Esteja disponível e seja honesto, mas o mais importante é ser confiável para que os usuários finais venham até você.
• Planeje o futuro: Como a IoT e o SDN estão em um futuro mais distante do que as outras tendências, ainda não temos todas as ferramentas, estratégias e processos adequados para facilitar possíveis questões (mas não se preocupe, eles virão). E, como sempre, você deve estar sempre bem-informado sobre as tendências para ser capaz de testá-las e se preparar. Embora provavelmente as formas finais da IoT e do SDN ainda não tenham sido estabelecidas, pelo menos você saberá o suficiente para começar.

Lidar com esses desafios desde já preparará você para o sucesso. Pensar no futuro e preparar-se para ele pode ser algo assustador, mas contar com ferramentas de automação e monitoramento estabelecidas e implementar práticas recomendadas ajudarão você a obter uma rede flexível. Prepare-se testando, expanda-se aprendendo e cresça com uma mente aberta que se reflita em sua empresa. Dessa forma, você estará posicionado para lidar de forma realista com os problemas da rede de hoje, amanhã e além.

(*) É gerente técnico da SolarWinds.