179 views 20 mins

Tecnologia 03/09/2015

em Tecnologia
quarta-feira, 02 de setembro de 2015

Timing: ele pode matar sua inovação

Nos últimos anos, tive contato com diversos projetos que envolviam inovação. Boas ideias, capitaneados por profissionais capacitados que acabam conseguindo investimento para fazer o negócio crescer. Porém, cada vez mais, me dou conta de que, receber um investimento, não é sinônimo de sucesso. O empreendedor precisa – entre outros fatores – estar atento ao timing

 

Wagner Marcelo (*)

Muitas vezes o público não está preparado para a inovação desenvolvida. Além disso, se o produto ou serviço depender de acordos com outras empresas, elas podem não aderir por existir conflitos de interesses com modelos de negócios já estabelecidos.

Vamos tomar como exemplo o Tablet. Todos o conhecem pelas mãos da Apple, mas nem todo mundo sabe que, na verdade, foi a Microsoft quem lançou a primeira versão do produto em 2002.

Steve Jobs lançou o Ipad apenas em 2010, oito anos depois da concorrência. Mas, por que o projeto da Microsoft não emplacou?

Vamos aqui listar apenas três das diversas respostas possíveis para essa pergunta. Eles ainda eram pesados, a duração da bateria era curta e o sistema operacional não era adaptado ao novo formato.

Nesse processo de amadurecimento da tecnologia e do mercado, podemos ver projetos morrendo na mão de uma empresa, enquanto renascem como fênix na mão de outra. E é preciso encarar isso como processo natural da evolução tecnológica.

Em contrapartida, o que parece ser uma derrota em inovação, pode significar conhecimento adquirido que pode ser utilizado em novos projetos e, quem sabe, ser relançado com ajustes após a aderência do produto ou serviço no mercado.
Se um empreendedor desenvolveu um produto ou serviço inovador e ele não decolou, talvez seja culpa do timing. Claro que existem infinitas variáveis neste processo, mas, às vezes, a falta de timing pode ser a grande vilã.

É preciso encarar isso como um fracasso momentâneo. Avaliar o cenário e tentar entender o que aconteceu, sem deixar que o orgulho fale mais alto. Se chegar a conclusão de que o projeto era realmente ruim, é preciso enterrá-lo sem dó.

Acredito que o conhecimento adquirido, as rotinas desenvolvidas e os contatos feitos ao longo do processo de estruturação da sua ideia darão uma ótima bagagem para que o empreendedor alce novos voos.

Quanto mais experiente estiver, mais se cercará de pessoas tão inovadoras e talentosas quanto ele e mais rápido será o processo de tirar projetos do papel.

Com voos cada vez mais altos ele também deve estar mais preparado psicologicamente para novas quedas que podem eventualmente acontecer. Mas, não tentar, quais são as chances de algo dar certo?

O mais importante de tudo isso é que o empreendedor terá histórias para contar e ninguém vai poder dizer que não correu atrás de seus sonhos.

(*) É Coordenador do grupo de Startups na PUC-SP. Sócio Diretor da Intellecta – Centro de estudos avançados e Membro do comitê de investimento e inovação da FIESP/CJE. www.intellecta.com.br.


Prorrogado o prazo para responder à Pesquisa ABES sobre Saas

O prazo para as empresas de software responderem à pesquisa da ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software) sobre a oferta de serviços de software em Cloud Computing foi prorrogado até o dia 18 de setembro. O objetivo da análise é avaliar o nível de maturidade das companhias brasileiras que oferecem software como serviço (Saas). A pesquisa está disponível, por meio deste link pt.surveymonkey.com/s/comitesaasc.
Toda a empresa participante do estudo será convidada para o evento de divulgação quando conhecerão em primeira mão os resultados. Esta é uma iniciativa do Comitê de Saas (Software as a Service) criado, recentemente, pela ABES com o intuito de identificar as melhores práticas, fomentar a inovação e orientar as empresas interessadas em migrar suas soluções para o modelo de comercialização de software como serviço (SaaS).
“Com base nos resultados do estudo, a entidade pretende obter um panorama do SaaS (software como serviço) entre as empresas do setor de software e poderá identificar quais são os pontos que as companhias precisam investir para apropriar os seus serviços ou deslanchar o negócio”, explica Carlos Sacco, diretor de Marketing da ABES.
O coordenador do Comitê, Lauro de Lauro, CEO da Dualtec, explica que poderão participar da pesquisa empresas associadas e não-associadas da entidade. “Queremos realizar uma análise sobre o estágio deste novo modelo de negócio no setor de software brasileiro, de forma a identificarmos suas necessidades e conhecermos seu desempenho. Com o transcorrer dos trabalhos e estudos, um dos objetivos do Comitê é a criação de uma certificação brasileira que demonstre a maturidade das empresas de software frente ao SaaS, que traduza a qualidade e excelência dos serviços”, afirma Lauro.
A pesquisa quantitativa terá questões sobre a infraestrutura das companhias que oferecem serviços na nuvem; sobre a maturidade dos produtos ofertados; questões contratuais, aspectos jurídicos e financeiros do negócio.
Proprietários ou responsáveis técnicos das empresas de TI de todos os portes poderão participar da pesquisa. O estudo será avaliado pelos membros do comitê, formado por profissionais com vasta experiência no setor de TIC.

 

TabPhone 800
A DL, fabricante nacional de eletrônicos, amplia sua linha de tablets e lança o TabPhone 800. A novidade possui processador Intel® Atom™ X3 Quad Core de última geração, garantindo maior velocidade durante a execução de várias tarefas simultâneas. Aliado ao alto poder de processamento, o gadget roda com o sistema operacional Android 5.0, possui 1GB de memória RAM e 8GB de memória interna. O produto estará disponível na cor prata nas principais redes varejistas do país em setembro com preço sugerido de R$ 499,90.
Fruto de sua parceria com a Intel, o TabPhone 800 possui função smartphone, ou seja, é possível fazer e receber chamadas como um telefone convencional, além de acessar a internet via conexão de dados ou Wi-Fi (IEEE802.11 b/g/ e N). Possui entrada para um chip no padrão micro SIM CARD.
O gadget possui tela capacitiva de alta sensibilidade de 8 polegadas, câmera traseira e frontal. Conta ainda com suporte para cartão de memória microSD de até 32GB, bluetooth 4.0, entrada micro USB para computadores e pendrive.
O aparelho já vem embarcado com dezenas de aplicativos e conta com a opção de baixar e instalar mais de 1 milhão de outros jogos e apps por meio da loja virtual Google Play (www.dl.com.br).

Nova versão do McAfee Mobile Security (MMS)

305868-mcafee-mobile-security temporario

A Intel Security lança nova versão do seu aplicativo de segurança para dispositivos móveis a fim de atender a crescente necessidade dos usuários por uma segurança mais abrangente e pela otimização do desempenho de tablets e smartphones.
A nova versão do produto inclui ferramentas de desempenho que permitirão aos usuários tirar o máximo proveito dos seus dispositivos conectados com maior velocidade e reforço de bateria. A novidade também estende medidas de segurança para os smartwatches com sistema operacional Android. O aplicativo permite gerenciar as funcionalidades de segurança através dos relógios inteligentes para que os usuários evitem perdas dos dispositivos, se mantenham protegidos contra as ameaças móveis mais recentes e aumentem o desempenho dos seus aparelhos.
Thiago Hyppolito, engenheiro de sistemas da Intel Security, explica que as pessoas devem entender que os dispositivos móveis são computadores que armazenam inúmeros dados pessoais e que precisam de proteção adequada. “Os dados dos usuários estão cada vez mais expostos devido ao grande número de dispositivos e aplicativos usados. A praticidade de se ter todos os dispositivos conectados acaba aumentando a vulnerabilidade dos dados e expondo o usuário a diversas ameaças e riscos como o acesso de outras pessoas aos seus dados pessoais, o que podem causar problemas como roubo de identidade e fraudes, entre outros”.
O aplicativo conta com avançada detecção e remoção de malwares, além de proteção para navegação web e para redes wi-fi. As ferramentas de privacidade incluem a possibilidade de criação de diferentes perfis nos dispositivos, a inclusão de senhas para acesso a e-mails e aplicativos e filtro para chamadas e SMS. Para melhorar o desempenho o usuário conta com otimização da bateria, controle do uso de dados, limpeza de memória e armazenamento.
Caso o aparelho seja perdido ou roubado o usuário consegue deletar os dados remotamente, soar alarme no dispositivo, bloquear e rastrear o aparelho, além de contar com backup e a ferramenta CaptureCam, que tira foto de quem tentar desbloquear o aparelho e a envia com a localização do mesmo para o e-mail do dono do aparelho.
O McAfee Mobile Security está disponível gratuitamente e pode ser baixado na Google Play Store.

Ashley Madison: estamos realmente prontos para a Internet das Coisas?

Dane Avanzi (*)

“A tecnologia não é dócil”. Assim dizia Joseph Alois Schumpeter, tido por muitos como o profeta da inovação e um dos mais proeminentes economistas do século XX

Qualquer semelhança não é mera coincidência com o que ocorre hoje no ecossistema da tecnologia da informação, comunicação e internet. O caso do vazamento de informações íntimas de milhões de usuários do site de relacionamentos amorosos Ashley Madison, trás a tona a realidade nua e crua sobre o quanto o ambiente da internet é inseguro no que tange a informações viscerais – inclusive da vida financeira dos envolvidos.
Em meio à insegurança, hoje comprovadamente instalada no ambiente da internet, somente uma certeza nos ocorre: não será o primeiro nem o último ataque. Ano passado aconteceram vários ataques à Sony, que teve milhões de usuários da plataforma de jogos virtuais PlayStation, hackeados, inclusive seus números de cartões de crédito. O caso Ashley Madison já teve, e ainda pode ter, consequências drásticas aos usuários do site, tendo sido noticiados dois suicídios no Canadá semana passada.
A questão é complexa e tem desdobramentos que vão além da própria internet enquanto indústria. Do ponto de vista jurídico, por exemplo, cabe aqui salientar que a maioria das democracias do mundo, consideram o direito à liberdade e à privacidade como princípios basilares no tocante às garantias individuais de seus cidadãos. Nesse contexto, toda e qualquer tecnologia que se proponha a prestar um serviço, seja lá do que for, deve ter em mente a necessidade de garantir o maior grau de segurança possível a seus usuários. Fato que não ocorreu nesse caso. Inclusive há rumores de que o site tinha inúmeros perfis falsos de mulheres (95%), segundo o site Gizmodo. Se for verdade, um estelionato internáutico coletivo!
Segundo estatísticas da UIT – União Internacional de telecomunicações, agência especializada da ONU para telecomunicações, baseada em dados fornecidos pela Symantec, empresa global especializada em cybersecurity, a cada segundo 18 internautas sofrem algum tipo de ataque criminoso, resultando em 1,5 milhão de vítimas afetadas em regiões diferentes do planeta. Considerando esta dentre tantas outras fragilidades, inclusive de governos manterem a salvo de hackers assuntos de Estado, pergunto: estamos preparados para o próximo estágio da internet, ora divulgado pela indústria de tecnologia da informação e comunicação como Iot Internet of things, ou simplemente Internet das Coisas?
Penso que não. Ao que parece, começamos a construir um arranha céus do topo para baixo, não nos preocupando com as fundações, o que é muito perigoso. Afora isso, outra questão vem à mente das pessoas, pensando em Internet das Coisas: qual segurança vamos ter no hipotético mundo dos “Jetsons”, ora desenhado por grandes “players” da indústria tecnológica no que tange a segurança de bens corpóreos e incorpóreos, bem como a garantia de direitos individuais, como o direito a liberdade e a privacidade?
As empresas continuarão visando somente lucro sem se preocupar com seus clientes? As relações humanas se confundirão com as relações de consumo reduzindo-se a grosseiros cálculos pessoais de custo e benefício? Infelizmente a resposta pode não ser boa. Em verdade, hoje, grande parte de nossa privacidade já está gravemente deteriorada por mecanismos de buscas que literalmente sabem tudo sobre você: lugares que esteve, preferências de produtos, seu endereço, sua profissão, dentre tantas outras informações. Só não está mapeado quem nunca se conectou e não possui um smartphone ou conta no Google, Microsoft ou Facebook.
Tanto quanto nós (talvez até mais), Schumpeter viveu num período bastante conturbado e repleto de inovações. Nascido em 1883, viveu até 1950. Presenciou a invenção do rádio, da eletricidade, do telefone, do avião, do automóvel, a disseminação de linhas de telégrafos e das máquinas a vapor mundo afora, a depressão financeira de 1929, a primeira e segunda grandes guerras mundiais. Foi professor, banqueiro, advogado, economista e sobretudo, um apaixonado cientista das relações entre a economia, a história e a sociologia. Não foi um mero intelectual teórico, vivenciou a economia de sua época em diversos momentos de sua vida.
Ponderado, reconhecia todos os benefícios advindos do capitalismo e acreditava que os males causados pelos desconfortos das inovações compensavam seus benefícios em tantas outras áreas sociais. No entanto, chamava o capitalismo, no contexto atual aqui representado pelos grandes “players” do ecossistema da internet, de “rolo compressor” e via as inovações como uma forma de “destruição criativa”, base da criação e destruição de mercados, que numa visão macroeconômica ora engendra, ora encerra ciclos econômicos.
Assevere-se aqui que os conflitos entre taxistas e Uber, operadoras de telefonia móvel e WhattsApp, são meros embates e desdobramentos dessa força denominada “destruição criativa”. Certamente, estaria atônito e intrigado com o mundo de hoje se estivesse aqui entre nós. Diferente de outros grandes economistas, como Adam Smith ou John Maynard Keynes, não criou nenhuma teoria, mas deixou em seu legado a reflexão de que nada detém a força primitiva, cega e amoral que, consciente ou inconscientemente, muitas vezes motiva e impulsiona a economia, as empresas e os seres humanos.

(*) É advogado, empresário e presidente da Aerbras – Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil.