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Tecnologia 01/10/2015

em Tecnologia
quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O lado B de se montar uma startup

Imagine a seguinte situação: você está sozinho, em uma ilha deserta, sem maneira de fazer qualquer contato, sem lugar para se abrigar, dormir ou conseguir comida

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Luiz Alexandre Castanha (*)

Terá que pensar em como resolver os problemas sem nada em mãos, como no reality show norte-americano, Largados e Pelados, transmitido pela Discovery Channel. A série, que já está em sua terceira temporada, coloca os participantes no limite da sobrevivência e testa a habilidade de cada um, de conseguir ficar vinte e um dias sem nenhuma estrutura em algum lugar deserto e inabitado. Já pensou em como você reagiria a essa situação? Como lidar com o caos em um mundo com tantas facilidades e situações já solucionadas?

Pode parecer loucura, mas é assim que penso quando falo do mundo dos negócios. Quando uma pessoa quer abrir uma startup e conseguir fazer o negócio prosperar, precisa ter algumas habilidades e saber lidar com situações adversas, encontrando soluções quando tudo parece impossível, como na nossa situação hipotética.

O empreendedor tem que gostar de desconforto. Da ausência de comodidade, de aflição e mal estar. Afinal é preciso se incomodar com as situações para gerar mudanças, inovar e arriscar. Você gosta da ideia de se hospedar em hotéis luxuosos, conhecer praias paradisíacas e comer nos melhores restaurantes? Pois saiba que não é assim. Os donos de startup sabem e gostam de lidar com situações que geram desconforto e não têm medo disso. É preciso desenvolver a resiliência para lidar com estas situações.

Voltando à ilha deserta. Já pensou que para cozinhar a própria comida vai ter que conseguir fogo com apenas alguns gravetos? Que talvez as plantas se tornem roupas para proteger do frio e que você precise “caçar” sua comida? Aqui falamos de uma das principais características do empreendedor: ter visão. O empreendedor percebe as oportunidades que existem nas coisas mais banais e rotineiras do dia e a dia e da sociedade e consegue transformar simples ideias ou situações adversas em negócios efetivos. Fazer o que todos fazem é muito fácil, tem que fazer diferente e melhor.

E que tal formiga para o jantar? Não se assuste, é isso mesmo. Seu corpo precisa de proteína e a formiga passa a ser uma ótima opção. E convenhamos, isso não é lá o tipo de coisa que você aprende no colégio, nem na faculdade e nem nos melhores mestrados do mundo. O que te ensina esse tipo de coisa é a Escola da Vida. Em muitas situações, de nada vale falar cinco línguas e ter dez diplomas. A formiga não liga para o seu currículo, nem fala francês. Brincadeiras à parte, em uma startup, é fundamental explorar o potencial das situações mais adversas. Ou seja, saber lidar com circunstâncias que só a Escola da Vida nos proporciona.

O mercado é como a lei da sobrevivência: “só os fortes sobrevivem”. Por isso, em qualquer situação é preciso saber pensar rápido, agir da maneira certa, no momento exato. Mais do que isso: ter qualidade e agilidade em suas ações. No fim das contas, vence o mais rápido.

Não posso deixar de citar outro fator extremamente determinante para empreendedores de sucesso: ter paixão pelo que faz. Não importa se você é um médico, jornalista, eletricista ou empresário. Sem paixão você não vai chegar a lugar nenhum. Quem realmente gosta do que faz tem um diferencial único para o mercado de trabalho.

Para finalizar, nunca podemos desconsiderar que todo e qualquer feedback ou opinião influenciam no negócio, por mais absurdos que pareçam. O empreendedor precisa sabe ouvir sempre o cliente ou o colaborador e nunca despreza comentários, insights e críticas. Ele deve ter critério para avaliar se dá 100% de atenção, 10% ou até 1%, mas NUNCA pode desconsiderar o comentário e dar 0% de atenção. Entender de pessoas e relacionamentos, ter capacidade de ouvir, se expressar e criar empatia é essencial no desenvolvimento de negócios promissores.

Empreender não é uma tarefa fácil e exige muito mais do que uma boa formação acadêmica e recursos para investimento. Na verdade, por mais que tudo isso seja realmente importante, acaba sendo uma pequena parcela diante das características e habilidades que um bom empreendedor precisa ter para ser diferenciado e ter o tão sonhado sucesso.

(*) É administrador de Empresas com especialização em Gestão de Conhecimento e Storytelling aplicado a Educação, atua em cargos executivos na área de Educação há mais de 10 anos.


Ferramenta aliada da gestão profissional

Em inglês, o termo “Assessment” significa avaliação. Entretanto, no ambiente corporativo, essa expressão é, normalmente, relacionada à gestão profissional, usada para avaliar competências, conhecer com mais eficiência e critério os profissionais, buscando, inclusive, o autoconhecimento.
Segundo Madalena Feliciano, diretora de projetos da empresa Outliers Careers, esse processo consiste em uma avaliação aprofundada de uma só pessoa ou de um grupo de colaboradores, a partir da cultura, valores e ideais da empresa. “Por meio de ferramentas específicas, se torna possível oferecer soluções profissionais para avaliar o comportamento dos profissionais. Assim, é possível que a empresa desenvolva metas para selecionar, recrutar e avaliar as pessoas”, afirma.
A profissional, que também realiza processos de coaching através da Outliers Careers, pontua que as ferramentas também auxiliam a medir o clima organizacional da companhia. “Por meio do Assessment, é possível perceber se a empresa está fazendo o que realmente é preciso para melhorar seu ambiente, a ponto de tornar seus colaboradores mais motivados e produtivos. No âmbito individual, esse método também auxilia a criar planos de carreira, ajudando os profissionais a percebem seus pontos fortes e as áreas que merecem mais sua atenção, para que ele possa crescer profissionalmente”, esclarece.
Madalena explica que essa metodologia também é utilizada com o propósito de melhorar os processo diários, além de aperfeiçoar os relacionamentos interpessoais entre chefes e colaboradores. “Outra vantagem em investir em Assessment é a diminuição dos custos de contratação e demissão, já que se passa a conhecer melhor os colaboradores, seus desejos e metas”, explica.

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DevOps versus Metodologias Tradicionais

Arllen Lira (*)

Reduzir custos e aumentar o retorno sobre o investimento

As atuais práticas aliadas aos processos de desenvolvimento, manutenção e entrega de software, como o MPS BR (Melhoria de Processos do Software Brasileiro), o CMMI (Capability Maturity Model Integration) e a ITIL (Information Technology Infrastructure Library) chegaram a uma alta maturidade nos últimos anos, porém, observou-se que o engessamento destas práticas nos departamentos e times envolvidos no fluxo de concepção, validação e entrega de um produto de software criavam espaços vazios de espera em todo o processo ao separar desenvolvimento, Quality Assurance e operações de TI.
Em contrapartida, a mentalidade DevOps, originada da indústria moderna através do Lean Manufacturing, onera diretamente alguns tipos de desperdícios que se devem ser evitados para reduzir custos e aumentar o retorno sobre o investimento, pois propõe um maior fluxo e sinergia entre as partes envolvidas, sempre com o foco para agregar cada vez mais valor e ganho de velocidade no produto de um software desenvolvido.
Diversas comparações podem ser feitas entre a utilização do modelo tradicional e as melhorias obtidas ao se adotar a metodologia DevOps no processo de desenvolvimento. O primeiro entrega uma grande versão acabada de um produto de software ao invés de pequenas entregas granulares e rápidas e que podem responder facilmente aos impactos das mudanças, como prima a metodologia DevOps. Outro ponto do modelo tradicional é gerar a espera ocupada de um recurso até a finalização da tarefa de outro, como no caso do time de Quality Assurance, que fica em espera até que o time de desenvolvedores termine toda a implementação.
Para compararmos melhor os dois modelos, tradicional versus DevOps, vale listar os setes desperdícios que o modelo tradicional gera e que a mentalidade DevOps originada do Lean Manufacturing prevê que devem ser evitados.
1) Superprodução: um release muito grande, com muitas funcionalidades pode causar grande impacto na gestão de configuração, gestão de qualidade e garantia do pós-entrega. O risco de um problema ser resolvido levando-se mais tempo é maior e o esforço para mitiga-lo também.
2) Tempo de espera: entregas muito extensas geram mais tempo de espera. O recurso fica esperando o outro finalizar sua tarefa para iniciar a sua (espera ocupada).
3) Transporte: muitas funcionalidades novas sendo transportadas para o ambiente de produção do sistema aumenta a entropia do mesmo para absorver a mudança.
4) Excesso de processamento: para a saída para um grande release, o time faz o mesmo processo várias vezes para diferentes artefatos, de diferentes funcionalidades ou melhorias da mesma entrega.
5) Inventário: trazendo especificamente para a indústria de TI, o inventário mais afetado é o de material em processo WIP (Work In Progress), que são materiais, e, ou, componentes que já estão em fase de transformação para um produto acabado. É comum, por exemplo, ver um kanban cheio de itens em WIP em um release extenso. Isso aloca todos os recursos e gera um gargalo no desenvolvimento, fazendo com que as outras partes envolvidas na parte subsequente do processo fiquem em espera por muito tempo.
6) Movimento: imaginem várias funcionalidades em desenvolvimento movimentando-se de uma raia pra outra do processo e, algumas vezes, voltando do Quality Assurance para correções e ajustes. Dependendo do número de implementações, isso pode gerar um ambiente caótico na mesma entrega para o time todo.
7) Defeitos: Com uma entrega muito volumosa, aumentará também o possível número de defeitos que podem ser gerados após o lançamento e, cada defeito que avança em um projeto de software é dez vezes mais custoso para ser corrigido em outra etapa.

Para sanar os problemas levantados ao utilizar-se do modelo tradicional, a metodologia DevOps foca no Agile System Administration com pequenas entregas, timebox curto e constante no ciclo desenvolvimento, além de cerimônias regulares entre os envolvidos e trabalho incremental com ciclos iterativos.
Nesta metodologia, a máxima integração e comunicação entre os setores que fazem parte dos processos envolvidos no desenvolvimento e entrega de um produto de software podem ser alcançado com maestria através da automação de processos envolvidos.
Lembrem-se que a metodologia DevOps não é uma cartilha de regras que devem obrigatoriamente ser seguidas. Trata-se de um guarda-chuva de soluções em que o gestor e o time podem utilizar-se e incluí-las gradualmente em seus projetos a fim de obterem a máxima sinergia, velocidade e qualidade entre os times e os departamentos envolvidos na entrega de um produto de software.

(*) É analista de sistemas da GFT Brasil, companhia de Tecnologia da Informação especializada no setor financeiro.