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Reuso de discos rígidos e gestão de riscos

em Tecnologia
sexta-feira, 30 de junho de 2023

Milhões de discos rígidos são retirados de uso anualmente, especialmente quando a garantia dada a eles pelos fabricantes expira, mesmo que estejam em perfeitas condições de funcionamento.

Vivaldo José Breternitz (*)

Cerca de 90% deles são destruídos e os demais passam por processos de revisão e recondicionamento e voltam ao mercado.

O Circular Drive Initiative (CDI), um consórcio de empresas de tecnologia voltadas a armazenamento de dados, vem promovendo a reutilização de dispositivos desse tipo, procurando reduzir custos para seus clientes e promover a preservação do meio ambiente.

Apenas a Seagate, uma das fundadoras do CDI, vendeu 1,16 milhões de HDDs e SSDs recondicionados no ano fiscal de 2022, evitando que mais de 540 toneladas de lixo eletrônico fossem enviadas a aterros sanitários.

A Seagate dá a esses equipamentos uma garantia que oscila entre cinco e sete anos, dependendo do modelo – os clientes para esses dispositivos geralmente são data centers menores e mineradores de criptomoedas.

O descarte de mídias deve ser feito com atenção à gestão de riscos, pois elas podem contar informações valiosas para terceiros – a maioria das grandes empresas trabalha com empresas especializadas, usualmente chamadas IT Asset Disposition (ITADs), para descartar corretamente dispositivos de armazenamento.

O processo de descarte permite que sejam salvas peças para reutilização e recicladas matérias primas utilizadas na fabricação dos discos, embora em determinadas situações, seja recomendada até mesmo a incineração do dispositivo.

Deve-se lembrar que o hardware de armazenamento não é o único tipo com o qual devemos nos preocupar; em abril passado a ESET, empresa de cibersegurança com sede na Eslováquia, pesquisando o assunto, adquiriu de forma aleatória vinte roteadores usados, tendo encontrado em mais da metade deles dados que poderiam facilitar ataques aos seus antigos proprietários.

Nos tempos em que vivemos, processos adequados de gestão de riscos ligados à tecnologia da informação são importantes para as organizações de todos os portes.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.