Com suas imagens maravilhosas de corpos celestes distantes, o telescópio espacial James Webb vem chamando a atenção de todo o mundo.
Vivaldo José Breternitz (*)
Recentemente, o James Webb foi usado para uma brincadeira que divertiu a alguns e desagradou a outros: em 31 de julho, o cientista Étienne Klein, diretor de pesquisa da Commissariat à l’Énergie Atomique et aux Énergies Alternatives da França, compartilhou via Twitter uma imagem que ele afirmou ser da Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol e que não pode ser vista a olho nu, tendo sido descoberta apenas em 1915.
Em postagem aos seus mais de 91.000 seguidores, Klein disse que a imagem havia sido feita pelo James Webb; comentou que o telescópio estava revelando um mundo novo a cada dia, com imagens ricas em detalhes; milhares compartilharam a postagem.
Alguns dias depois, Klein informou que o que ele havia compartilhado era na verdade a foto de uma fatia de salame contra um fundo preto.
Klein se desculpou pela brincadeira e disse ao jornal francês Le Point que postou a imagem visando educar o público sobre a ameaça de notícias falsas, especialmente quando elas parecem vir de fontes confiáveis, como o James Webb.
No mesmo dia Klein postou uma imagem da galáxia Cartwheel feita pelo telescópio, desta vez garantindo aos seus seguidores que a foto era autêntica.
O fato mostra como aqueles que são meros “compartilhadores” são capazes de gerar lixo nas redes e também traz uma lição que serve a todos: na internet, desconfiar sempre é preciso.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.