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Reconhecimento facial: ataque à privacidade e prejuízos a inocentes

em Tecnologia
terça-feira, 24 de maio de 2022

A Clearview AI é uma empresa americana que presta um serviço que permite que clientes, incluindo forças policiais, carreguem uma foto e vejam se ela corresponde a alguma das fotos que a Clearview AI tem em seu banco de dados.

Vivaldo José Breternitz (*)

A empresa não só permite a identificação dessas pessoas, mas também pode monitorar seu comportamento, oferecendo serviços desse tipo.

A empresa tem 20 bilhões de imagens, muitas delas obtidas nas redes sociais, sem autorização das pessoas retratadas; isso atraiu a atenção das autoridades britânicas, que acabaram determinando que a Clearview retire de sua base de dados as imagens de residentes no Reino Unido, além de pagar uma multa de 7,5 milhões de libras, cerca de 50 milhões de reais, por violar o direito das pessoas à privacidade.

A empresa também teve problemas nos Estados Unidos, tendo sido obrigada, no início deste mês, a deixar de oferecer seus serviços de reconhecimento facial para empresas e pessoas, como parte de um acordo com a American Civil Liberties Union.

Não se pode deixar de reconhecer que o reconhecimento facial pode ser muito útil para a sociedade como um todo; o que se espera é que ela continue a ser aperfeiçoada e usada apenas quando houver certeza de que não causará problemas, especialmente os relativos à privacidade e falsos positivos, que podem inclusive levar pessoas à prisão.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de IoT.