Heberton Roger Carneiro (*) e Sthevo Batista (**)
Será que um é pouco, dois é bom, e três é demais? Para a tecnologia, não. A cada ano, empresas intensificam os investimentos em diversos recursos tecnológicos, visando maior eficiência, padronização dos processos e, principalmente, segurança.
No entanto, é crucial destacar que, embora eficazes, os sistemas também são suscetíveis a erros e falhas, o que reforça a necessidade de incluir, entre as ações protetivas adotadas pelas organizações, a cibersegurança e o backup. O termo cibersegurança, também conhecido como segurança cibernética, está no topo das prioridades das empresas.
De acordo com a pesquisa IDC Cyber Security Research Latin America 2023, ela se tornou prioridade de investimentos para 37,5% das empresas brasileiras. A busca por uma maior proteção de dados das organizações no Brasil intensifica-se cada vez mais. Segundo um relatório da Trend Micro, o país ocupa a segunda posição no ranking dos mais vulneráveis a ataques hackers em todo o mundo.
No entanto, enquanto as ações em prol da cibersegurança estão em alta, a preocupação com o backup ainda é insuficiente. Segundo o estudo Cloud Protection Trends Report 2023, da Veeam Software, atualmente, 98% das organizações possuem sua infraestrutura em nuvem como parte da sua proteção. Em contrapartida, aproximadamente 34% ainda não realizam backup dos compartilhamentos de arquivos em nuvem, e 15% não fazem backup de seus bancos de dados.
Essa lacuna pode ser atribuída, em parte, a um entendimento errôneo enraizado no nosso meio empresarial, no qual muitos consideram a utilização da nuvem como a única estratégia de segurança. Entretanto, por mais segura que seja a hospedagem em nuvem, ela não elimina fatores de risco, como erros humanos e invasões sistêmicas.
Nesse sentido, o backup configura-se como uma das melhores estratégias de segurança, oferecendo a garantia do armazenamento seguro das informações da organização. Analogamente, o sistema funciona como um seguro, fornecendo rapidamente aquilo que o usuário precisa para a retomar as operações sem danos. Contudo, é importante destacar que todo recurso e ferramenta, para ser eficaz, precisa ser treinado, adaptado e testado. O mesmo se aplica ao backup.
De nada adianta tê-lo, se não for atualizado e testado regularmente para comprovar sua eficácia. Além disso, é essencial enfatizar a importância da escolha da ferramenta correta para a cibersegurança. Existem diversas opções no mercado, mas nem todas atendem às necessidades da empresa. Portanto, contar com o apoio de profissionais experientes nessa área pode ser uma estratégia eficaz para mitigar esse risco.
À medida em que a transformação digital avança, é crucial que as empresas continuem investindo em medidas de segurança, incluindo o backup. Essa ação, não apenas garante maior proteção, mas também prepara a organização para lidar com situações adversas e promover maior escalabilidade, pois as informações e registros estarão armazenadas.
Em um mundo cada vez mais conectado e tecnológico, todo cuidado é pouco. Não podemos prever o que acontecerá, mas estar protegido e preparado, deixou de ser uma opção, e tornou-se um dever.
(*) – É diretor de cloud do Data Center da SPS Group; (**) – É diretor da SPS Tech (https://spsgroup.com.br/).