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Projeto Kuiper: Amazon anuncia fábrica de satélites

em Tecnologia
sexta-feira, 28 de outubro de 2022

A Amazon informou que os dois primeiros satélites de seu projeto Kuiper serão lançados no início de 2023.

Vivaldo José Breternitz (*)

O Kuiper pretende viabilizar a conexão à internet em locais sem acesso à infraestrutura convencional, com investimentos da ordem de US$ 10 bilhões e concorrendo com a Starlink de Elon Musk.

Mostrando a importância que está dando ao projeto, a Amazon anunciou na quinta-feira, 27, planos para criar uma fábrica que construirá seus satélites – os primeiros a serem lançados são protótipos construídos por terceiros.

A fábrica, com área de cerca de 16 mil metros quadrados, será instalada em Kirkland, no estado de Washington, e permitirá que a Amazon produza até quatro satélites por dia. Essa capacidade permitirá que a Amazon atinja sua meta de criar uma constelação de 3.236 satélites, capaz de para fornecer banda larga rápida a preços acessíveis a clientes de todo o mundo. Segundo compromisso assumido com o governo americano, metade desses satélites deverá estar operando até 2026.

A Amazon disse que para atingir sua meta é preciso que os satélites sejam construídos muito rapidamente, o que só pode ser conseguido com espaço de fabricação próprio e dedicado. Como a empresa projetou e desenvolveu os satélites internamente, a nova fábrica dará à empresa controle quase total sobre o processo como um todo, devendo facilitar a coordenação entre as equipes de projeto e desenvolvimento e as equipes de fabricação.

Os planos da Amazon demonstram o rápido crescimento da indústria espacial privada: em 1º de janeiro deste ano, havia 4.852 satélites em operação, ao quais se somarão os mais de 3 mil da Amazon e outros da Starlink e de outros players – isso deve agravar o problema do lixo espacial, hoje já presente a ponto de a International Space Station ter precisado se desviar de sua rota para não colidir com restos de um satélite soviético.

Vivemos um momento fascinante da corrida espacial, protagonizada agora não apenas pela presença de países como China, Estados Unidos e Rússia, mas também pela presença de empresas.

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.