Há cinco anos, em meados de 2016, foi lançado o Pokémon Go, que rapidamente se tornou uma febre.
Vivaldo José Breternitz (*)
Foi um dos primeiros jogos a aproveitar a realidade aumentada para permitir que seus jogadores, usando GPS e câmeras de seus smartphones, capturassem criaturas fictícias “espalhadas” pelo mundo real.
Milhões de jogadores procuravam por essa criaturas caminhando e até dirigindo olhando para as telas de seus smartphones, causando inúmeros acidentes, alguns muito graves; no entanto, até 2019 um bilhão de downloads do jogo já tinham sido feitos.
Ao levar seus jogadores a locais de reverência como o Cemitério Nacional de Arlington e o Museu de Auschwitz-Birkenau, além de locais sensíveis como leitos de ferrovias e quartéis de bombeiros, o Pokémon também recebeu muitas críticas.
Por exigir que os jogadores saíssem frequentemente de suas casas, a pandemia fez com que o interesse por ele diminuísse; além disso, a chegada ao mercado do Fortnite, um jogo que despertou a atenção dos jovens, também contribuiu para a queda da popularidade do Pokémon Go.
Recentemente, no entanto, ele parece estar voltando a chamar a atenção de jogadores de todas as idades, graças a uma nova versão chamada Pokémon Shining Diamond. Segundo dados recentes da empresa de análises Sensor Tower, o jogo continua entre os mais baixados do mundo; é o terceiro, com faturamento de mais de 1 bilhão de dólares.
Um fato acontecido recentemente mostra como o game tem admiradores em todas as faixas etárias e grupos profissionais: os professores Darren Pollock, da Eastern New Mexico University e Yun Hsiao, da The Australian National University, entusiastas do Pokémon, batizaram três espécies de insetos recém descobertas como Articuno, Zapdos e Moltres, pássaros que são personagens do jogo.
Vale lembrar que a empresa que criou o Pokémon, a Niantic, nascida no Google, vem trabalhando em outros jogos de realidade aumentada, inspirados em Harry Potter e nos Transformers.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.