Ransomware é um tipo de software que impede o acesso aos dados armazenados nos computadores de uma empresa ou pessoa.
Vivaldo José Breternitz (*)
Aqueles que o utilizam cobram um resgate, usualmente em criptomoedas, para que o acesso possa ser restabelecido; a palavra “ransom”, em inglês, significa resgate. Caso este não seja pago, os dados são apagados ou então tornados públicos, causando danos aos seus proprietários.
O Departamento do Tesouro americano informou que em 2021 as instituições financeiras daquele país relataram ter pago cerca de US$ 1,2 bilhão como resgate de dados que foram sequestrados e que esses ataques, em sua maioria, foram praticados por grupos de criminosos de origem russa.
Os pagamentos mais que dobraram em relação a 2020, os ataques reportados foram 1.489, contra 487 do ano anterior.
O relatório do Departamento do Tesouro veio a público enquanto acontecia em Washington uma reunião em que representantes de mais de trinta países discutiam o assunto, mostrando ser o ransomware uma preocupação mundial, pois o ritmo e a sofisticação desses ataques estão aumentando mais rapidamente do que a capacidade dos governos de os impedir.
Buscando reunir dados que permitam traçar melhores estratégias para repelir ataques, o governo americano colocou em vigor no mês de março legislação exigindo que certos setores da economia relatem ao Departamento de Segurança Interna, em 72 horas, os ataques ocorridos; esse prazo cai para 24 horas se houver pagamento aos criminosos.
Em paralelo aos ataques que tem o objetivo de obter resgate, tem se observado também o crescimento do uso de um tipo de software chamado wiperware, que simplesmente apaga os dados; a palavra “wiper”, em inglês, significa limpador. Esse tipo de software normalmente é usado na guerra cibernética, buscando prejudicar serviços públicos e operações militares, embora vândalos também possam utilizá-lo.
Infelizmente, ataques desse tipo parecem que tendem a continuar crescendo, colocando toda a sociedade em perigo.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.