Partidários de Donald Trump estão passando a utilizar redes sociais alternativas em substituição ao Facebook e ao Twitter
Vivaldo J. Breternitz (*)
Isso está acontecendo porque, ao contrário dessas duas redes sociais convencionais, as alternativas não apontam ou censuram postagens com afirmações infundadas ou enganosas sobre a eleição presidencial. As mais populares entre os apoiadores de Trump são Parler, Rumble e MeWe, que estão vendo crescer muito o número de downloads dos aplicativos que permitem o acesso a elas.
O aplicativo da Parler, fundada em 2018, está entre os mais baixados nos Estados Unidos nos últimos dias; em uma semana, como destaca o Wall Street Journal. o número de downloads dobrou para 10 milhões.
A Rumble também está crescendo: neste mês, a expectativa é de que entre 75 e 90 milhões de usuários assistam a vídeos em sua plataforma, ante 60 milhões no mês passado. Mesma tendência para o MeWe, que se apresenta como “anti-Facebook” que se tornou amplamente utilizada também por adeptos de teorias da conspiração.
Além dessas, vem crescendo a Gab, rede social que oferece serviços de microblogging, similares ao Twitter. Expoentes da extrema direita, neonazistas e supremacistas brancos estão entre os grandes usuários da Gab.
Outra plataforma que vem crescendo é a Newsmax Media, que afirmou que mais de 3 milhões de pessoas acompanharam a cobertura da noite das eleições e que seu aplicativo está entre os dez mais baixados nos Estados Unidos.
A empresa possui uma emissora de TV a cabo que, segundo rumores, poderá ser adquirida pelos aliados de Trump para ser usada como uma alternativa de direita à Fox News, que, curiosamente, sempre foi apresentada como uma rede de direita – seria a direita da direita…
(*) É doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.