A expressão” jamear” deriva do inglês “jamming”, e pode ser entendida como a interferência de forma deliberada em um sinal de rádio, radar ou similar. Essa interferência pode ser usada para bloquear a comunicação, corromper dados ou até mesmo assumir o controle de dispositivos remotamente.
Vivaldo José Breternitz (*)
O New York Times informou que os russos, não se sabe como, parecem ter adquirido a capacidade de jamear os serviços de telecomunicações das forças ucranianas que utilizam a tecnologia Starlink, interrompendo as comunicações em momentos críticos, o que representa uma grande ameaça para a Ucrânia, deixando esse país ainda mais vulnerável após mais de dois anos de guerra.
O New York Times disse também que a capacidade da Rússia de bloquear comunicações tem prejudicado a habilidade da Ucrânia de se comunicar, coletar informações e conduzir ataques com drones.
A Rússia vem tentando interromper as comunicações da Ucrânia desde o início da guerra, mas o serviço Starlink teria se mantido em operação, mas agora algo parece ter mudado: o ministro ucraniano Mykhailo Fedorov, disse ao The New York Times que o bloqueio russo parece usar “tecnologia nova e mais avançada”.
Suspeita-se que Elon Musk tenha determinado ações no sentido de prejudicar os ucranianos. Se isso for verdade, fica claro o poder que um só homem pode ter sobre o destino de uma guerra; Musk se manifestou no início deste ano contra o envio de mais ajuda americana para a Ucrânia.
Além disso, o Wall Street Journal disse existirem preocupações com relação à simpatia que Musk nutriria por Putin e sobre a possibilidade de que o X, antigo Twitter, do qual o empresário é proprietário, possa influir nas eleições americanas que se aproximam.
É mais um alerta em relação ao poder das big techs e seus chefes.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.