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Os robôs chegarão à construção civil?

em Tecnologia
quarta-feira, 01 de novembro de 2023

Enquanto alguns setores produtivos avançam rapidamente em direção a conceitos como de indústria 4.0, caracterizada pela utilização de tecnologias emergentes como inteligência artificial, robótica, Internet das Coisas (IoT), impressão 3D e realidade aumentada, a indústria da construção segue um ritmo muito mais lento.

Vivaldo José Breternitz (*)

Segundo Emilio Gimenez, sócio da BCI Consulting, empresa que atua em processos de transformação digital em vários setores, incluindo o de construção, isso acontece não em função de problemas tecnológicos, mas de processos, pois quase sempre as construtoras trabalham como fazem há décadas, tendo as mudanças que ocorreram acontecido em função da evolução dos materiais de construção e não dos processos de trabalho.

Observa-se também avanços nos processos de comercialização, especialmente de apartamentos, com a possibilidade de exibição ao cliente de visões do imóvel pronto, com o uso de ferramentas de realidade virtual.

Uma pesquisa global realizada pela consultoria Oxford Economics mostrou que 81% das empresas de construção pretendem introduzir ou aumentar o uso de robótica e automação nos próximos anos, principalmente aquelas que operam nos Estados Unidos, China e Índia.

Além disso, existe outro problema: predominam no setor pequenas e médias empresas, com baixa capacidade financeira para aquisição de robôs, máquinas caras, que geram retorno em prazo longo.

Dado esse cenário, é de se esperar que o setor de construção civil continue avançando muito lentamente em termos de utilização de robôs e similares. Isso é ruim, pois os ganhos trazidos por essas máquinas em função de redução de custos e aumento de qualidade demorarão a chegar aos consumidores.

Por outro lado, por ser o setor um dos que mais utiliza mão de obra pouco qualificada, é provável que o desemprego associado à automação demore a impactar o mercado de trabalho, o que é algo positivo.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.