O mercado de trabalho tem passado por grandes transformações a partir do início da pandemia do COVID-19.
Vivaldo José Breternitz (*)
Depois do crescimento do home office, agora as empresas pressionam pelo retorno aos escritórios, a inteligência artificial generativa sacode o mercado, demissões em massa vem ocorrendo e a ameaça de uma crise econômica generalizada assusta a todos.
Diante desse cenário, o LinkedIn está prevendo que diminuirão as exigências de qualificações formais, que antes eram essenciais para contratações. Segundo o portal, ao invés de diplomas e experiência anterior, os empregadores estão mudando seu foco para o conjunto de conhecimentos dos candidatos, que por sua vez tem procurado se aperfeiçoar através de cursos on-line, não vinculados às instituições de ensino regulares.
Ainda segundo o Linkedin, cerca de 45% dos recrutadores tem valorizado mais o conjunto de conhecimentos que a qualificação formal, tendo em 2022 empresas como Apple, IBM, Google e Meta anunciado que contratariam candidatos sem diploma universitário, o que até há pouco tempo era inconcebível nos países desenvolvidos e até mesmo no Brasil.
Neste momento fica uma dúvida: as previsões do Linkedin se confirmarão ou um diploma, preferencialmente de uma universidade de bom nível, continuará sendo a principal ferramenta com a qual as pessoas poderão contar para encontrar um bom emprego?
Não temos certeza quanto à resposta, mas continuaremos a dizer aos nossos alunos que às vezes um diploma pode não ter grande utilidade, mas às vezes pode fazer uma falta enorme – por via das dúvidas, recomendamos que continuem vindo à escola…
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.