Thiago Campaz (*)
O avanço da tecnologia tem impactado positivamente a estrutura empresarial e o funcionamento dos negócios de todos os setores.
Por conta disso, as corporações que estão implementando esse novo modelo já conseguem otimizar seus sistemas e entregar operações mais eficientes, capazes de manter o funcionamento do grande fluxo de informações. Uma das áreas que tem se desenvolvido bem ultimamente e vem tendo resultados positivos é a financeira.
Afinal, o mercado percebeu que o uso de soluções inovadoras permite ter um controle maior das contas da empresa e auxilia o empresário a entender o quanto é possível continuar investindo para qualificar o seu empreendimento, e assim ter uma gestão melhor das despesas. Essa melhora de processos se deve, principalmente, porque as soluções tecnológicas são as principais facilitadoras da centralização das informações, do maior controle das entradas e saídas, da redução dos gastos e erros, do aumento da transparência, agilidade e segurança nos processos.
Dentre as tecnologias conhecidas, as que mais têm sido empregadas em soluções para o setor financeiro são a inteligência artificial, machine learning, big data e computação em nuvem. Sendo que, o tipo mais comum de soluções adotadas pelas empresas, são os ERPs e as soluções específicas para processos pontuais. Apesar da perceptível evolução das ferramentas deste setor, ainda há muito o que evoluir nesse sentido.
O futuro é muito promissor, e outras soluções como gestão em nuvem, everything as a service – ascensão das techfins e fintechs, dark data e dark analytics, computação cognitiva e blockchain chegam para solucionar diferentes problemas e aumentar a segurança dos dados e processos digitais. Na prática, um dos pontos importantes para controlar e gerenciar os gastos em uma empresa é saber classificá-los.
Isto é essencial para gerar relatórios contábeis corretos, como o balanço patrimonial e a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), para tornar possível calcular o custo dos produtos e serviços e precificá-los de maneira adequada. Além disso, para evitar problemas e otimizar a gestão, é essencial acompanhar todas as movimentações financeiras, ficar atento ao fluxo de caixa, evitar que gastos pessoais e empresariais sejam mesclados e também ter uma política de despesas bem estruturada.
Diante disso, podemos afirmar que o setor como um todo vive em uma boa ascensão. E como prova observamos, inclusive, uma grande evolução das fintechs.
Segundo dados do FinTech Report 2020, feito pelo Distrito, só no ano passado tínhamos 742 startups financeiras no Brasil, sendo um aumento de 34% em relação a 2019. Esse crescimento é uma consequência de diversos fatores, onde os dois principais são as lacunas em nichos do mercado e o boom da digitalização.
Praticamente 100% das soluções fornecidas por elas são digitais, tornando o negócio totalmente escalável. Além da maior eficiência na solução de problemas, também é possível atrelar esse crescimento à preocupação com a segurança. Enquanto os bancos tradicionais passam a imagem de proteção por meio de cofres e infraestrutura, os sistemas financeiros digitais têm como prioridade atrelar a segurança à informação, seja por blockchain, criptomoedas, Paypal ou open banking.
De acordo com o relatório World Payments Report, realizado pelas consultorias Capgemini e BNP Paribas com executivos de instituições financeiras, 77,5% dos entrevistados identificaram melhoria em relatórios e análises; 69,9% apontaram avanços nos sistemas para Gestão Financeira Pessoal e nos programas antifraude e contra lavagem de dinheiro; e 64,8% destacaram as criptomoedas e seu potencial como outras facilidades que as fintechs já trouxeram ao setor.
Tudo isso é apenas uma pequena parcela do que está por vir. Ainda veremos o setor muito mais evoluído na questão da digitalização e aplicação das tecnologias financeiras. Para se ter uma perspectiva do que ocorrerá no Brasil dentro de alguns anos, basta olharmos como está ocorrendo o movimento em outros países, já que, normalmente, antes de chegarem por aqui, as tendências são lançadas e consolidadas em outras regiões.
E em outros países, o setor de tecnologia para gestão financeira já está em polvorosa, e por isso, a expectativa é que o Brasil siga os mesmos passos nos próximos anos.
(*) – É CEO e co-fundador do VExpenses (www.vexpenses.com.br).