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O Google já não é mais aquele

em Tecnologia
terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Os escritórios do Google já foram famosos como lugares mágicos e extravagantes, com escorregadores gigantes, massagistas 24 horas por dia, 7 dias por semana, uma grande variedade de comida e serviços de lavanderia grátis.

Vivaldo José Breternitz (*)

Hoje, na nova era de corte de custos do Google, alguns funcionários deixarão até de ter suas próprias mesas – o portal CNBC obteve um documento interno da Cloud Division da empresa, que declara: “A maioria dos Googlers agora compartilhará uma mesa com outro Googler”. A mudança resultará na desocupação de alguns prédios ocupados pela divisão, em cidades como Nova Iorque, São Francisco, Seattle e outras.

Após a pandemia e a onda de trabalho em casa, o Google quer os funcionários indo ao escritório duas vezes por semana e que os líderes de equipe “definam normas com suas equipes em relação ao compartilhamento de mesas, garantindo que pares de Googlers conversem sobre como irão ou não decorar o espaço e armazenar itens pessoais “. O Google também está incentivando o uso de salas de reunião..

A empresa chamou o plano de compartilhamento de mesas de “Cloud Office Evolution”, que combinaria “o melhor da colaboração pré-pandemia com a flexibilidade” e “em última análise, levará a um uso mais eficiente de nosso espaço”.

O Google vem cortando custos ativamente: no início do ano demitiu doze mil funcionários. Nos últimos sete meses, o Google matou o Google Stadia, a divisão Pixel Laptop, o Project Loon e a divisão de robôs Everyday Robots, além de ter fundido o Waze com o Google Maps.

Um quarto dos funcionários em tempo integral de todo o Google está na Cloud Division. Apesar disso, a empresa ocupa um distante terceiro lugar no mercado de provedores de serviços de nuvem, atrás da Amazon e da Microsoft; nunca gerou lucro e perdeu US$ 480 milhões no último trimestre de 2022.

Tudo isso gera dúvidas acerca do futuro da Cloud Division como um todo.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.