O Google tirou do ar, temporariamente, o Gemini, seu sistema de inteligência artificial que cria imagens.
Vivaldo José Breternitz (*)
A decisão, segundo a empresa, foi tomada após um grande número de usuários ter relatado que a ferramenta cometia erros quando solicitada a gerar imagens mostrando pessoas ligadas a fatos históricos.
A providência foi tomada dois dias depois de um usuário ter publicado no X (antigo Twitter) os resultados de um comando que dera ao Gemini pedindo que o chatbot gerasse a imagem de um soldado alemão de 1943, em pleno regime nazista. Como mostra o post do usuário, a inteligência artificial gerou quatro imagens de soldados: uma de um homem branco, uma de um homem negro e duas de mulheres asiáticas, todos fardados como os soldados da época; evidentemente apenas a do homem branco deveria ter sido gerada.
Segundo nota publicada no X, o Google disse estar ciente de que o Gemini oferece imprecisões em algumas imagens relativas a fatos históricos, razão pela qual resolveu “pausar a geração de imagens de pessoas”, enquanto trabalha para resolver o problema trazendo uma versão nova e melhorada. “Os contextos históricos são mais sutis e nos adaptaremos a eles”, disse Jack Krawczyk, executivo do Google.
A empresa começou a oferecer geração de imagens no início deste mês; este é mais um exemplo de que essas ferramentas ainda não são absolutamente confiáveis, e que muito cuidado deve ser tomado com sua utilização.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].
