André W. Breternitz (*) Vivaldo J. Breternitz (**)
Em tempos que os veículos elétricos parecem ser uma tendência irreversível, é oportuno discutir um ponto que deve ser objeto de atenção daqueles que possuem ou pretendem adquirir um veículo desse tipo.
Esse ponto é o custo de substituição da bateria, que todos sabem é bastante elevado; no final de 2021, um finlandês, proprietário de um Tesla Model S, usou 30 quilos de dinamite para explodir o próprio carro, após descobrir que precisaria desembolsar 20 mil euros (aproximadamente R$ 110 mil) para trocar as baterias do veículo – a notícia correu o mundo.
Para discutir o assunto, vamos tomar como exemplo um dos carros elétricos mais populares, o Volkswagen e-Golf, que já não está mais em produção. Sabemos que com o uso continuado de qualquer bateria, suas células passam por um processo de degradação e precisam ser substituídas; no caso do e-Golf modelo 2017 ou 2018, essa troca custa cerca de US$ 24 mil, algo como R$ 110 mil.
A garantia desses veículos cobre a substituição da bateria, por um período de até oito anos, mas uma substituição completa não é a única solução: recondicionar a bateria ou substituir apenas suas células defeituosas pode ser bem mais barato. Além disso, especialistas recomendam alguns cuidados, como não deixar a bateria descarregar completamente e usar carregadores rápidos apenas quando não houver alternativa.
Mas há boas notícias acerca dos elétricos: suas baterias, em média, durarão mais que os veículos que alimentam – é algo que acontece com os motores dos carros convencionais: sua durabilidade aumentou a ponto de hoje existirem pouquíssimas empresas de retífica de motores; no passado, a expectativa de durabilidade de um motor de Fusca era próxima dos cem mil quilômetros.
Além disso, os preços das baterias vêm caindo, o que tornará menores os custos de substituição e de venda de carros novos.
De qualquer forma, ainda não se deve comprar um carro elétrico por impulso – refletir é necessário.
(*) André W. Breternitz, Especialista em Gestão de Seguros e Previdência pelo Mackenzie, é funcionário do Banco do Brasil.
(**) Vivaldo J. Breternitz, Doutor em Ciências pela USP, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.