O FBI e a Comissão Federal de Comunicações do governo americano emitiram alertas acerca do perigo decorrente do uso de estações de carregamento públicas gratuitas, afirmando que hackers podem usar a conexão para instalar malware ou roubar dados dos celulares durante o processo de carregamento – essa prática é conhecida como “juice jacking”.
Vivaldo José Breternitz (*)
Esses órgãos recomendam aos usuários que usem seus próprios carregadores e cabos USB, conectando-as a uma tomada elétrica comum – não se deve conectar o dispositivo ao carregador público através de um cabo USB. Uma alternativa seria o uso de “power banks”, equipamentos portáteis que armazenam energia que pode ser tranferida via cabo USB para o dispositivo do usuário.
O escritório do FBI em Denver tuitou orientando o usuário a “evitar usar estações de recarga gratuitas em aeroportos, hotéis ou shopping centers”, pois “atores mal-intencionados descobriram maneiras de usar portas USB públicas para introduzir malware e software de monitoramento nos dispositivos” – essa orientação consta também do site do FBI.
O malware instalado por meio de uma estação de carregamento comprometida pode bloquear um dispositivo, roubar dados pessoais e senhas de seu usuário, transformar o aparelho em um “zumbi” a ser usado na mineração de criptomoedas etc. Os dados roubados podem ser utilizados pelos próprios hackers para a prática de fraudes ou serem vendidos a outros criminosos.
Nessa área, cautela nunca é demais – o “juice jacking” não é novo, mas parece estar ganhando força.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas