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Negócios digitais: os “6Ds” cruciais para a inovação exponencial

em Tecnologia
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

O ritmo das mudanças impulsionado pelo crescimento desmedido da capacidade de processamento de computadores, associado às capacidades cada vez maiores com custos reduzidos de armazenamento e a conectividade extrema têm propiciado o surgimento de modelos de negócio exponencial.

Por estarmos em plena era da “lei dos retornos acelerados”, se um negócio pode ser digitalizado ou automatizado, ele será, pois a disrupção tem acontecido em ritmo desenfreado. Assim, empresas que participam de uma atividade ou negócio pautado em oferta tradicional e que saibam de movimentos de “digitalização” devem se preparar para a mudança que chegará a curto prazo. Segundo o CEO da EximiaCo, Elemar Júnior, as companhias precisam acompanhar o estágio de cada inovação. “A inovação digital disruptiva está acontecendo com mais frequência e rapidez, o que pode gerar tanto oportunidade como ameaça para as empresas. É importante se atualizar e prestar atenção aos movimentos do mercado”, sugere.

Para Elemar, que atua há mais de 20 anos no desenvolvimento de negócios digitais, uma das alternativas a ser seguida por empresas que pretendem rumar para a inovação exponencial é se atender aos “6Ds”. Confira a seguir.

1) Digitalização
Qualquer atividade ou processo que ganha uma versão digital passa a ser objeto de crescimento exponencial. Afinal, tem seu avanço associado ao ritmo de crescimento das capacidades computacionais de processamento, armazenamento e transmissão de dados.

Negócios digitais são sustentados em informações que são fáceis (e baratas) de manter e compartilhar. Além disso, são fáceis de integrar a outros negócios digitais gerando ganhos em cadeia ou formação de plataforma.

“Empresas como a Uber, AirBnB, Spotify, Netflix são bons exemplos de companhias famosas que nasceram da digitalização de atividades que existiam muito antes e que ganharam escala rapidamente”, diz.

“Software é mais barato de manter e tem custo de replicação mais baixo. Por isso, ao longo do tempo, o custo dos serviços digitais tende ao zero – o que exige uma revisão dos modelos de negócio”

2) Decepção
A consolidação de uma alternativa digital para um negócio ou processo não ocorre rapidamente, embora os prazos estejam cada vez mais curtos. É comum que ocorra algum ceticismo quanto a viabilidade de um negócio digital, principalmente nos primeiros momentos.

A impressão 3D, por exemplo, ainda não causou o impacto que esperávamos – e quando causar teremos uma reinvenção definitiva para a indústria, principalmente a logística. No passado, as câmeras digitais demoraram até se tornarem alternativas viáveis para as analógicas (a primeira câmera produzida tinha resolução de 0,01MP).

“A condição inicial do movimento de digitalização costuma ser pouco atrativo para o capitalista. Entretanto, é marco para um processo sem volta. As empresas podem optar por não se envolverem com o início da curva, afinal, podem ser demandados investimentos altos. Porém, a entrada retardatária pode ser fatal”, alerta.

3) Disrupção
Uma vez que o negócio ou tecnologia digital (exponencial) supera a descrença e se torna minimamente viável, a alternativa tradicional (linear), torna-o irrelevante.

“Se você pode assistir um filme por streaming, por que ir a uma locadora? Se pode ter acesso a música digital, por que comprar um CD? Se pode obter um livro digital instantaneamente, por que esperar um mês para receber uma nova encomenda vinda do mercado externo? Se pode chamar um carro por aplicativo, pagando pelo próprio app, por que chamar um táxi e pagar em dinheiro? Se pode resolver suas rotinas bancárias pela internet, por que ir a uma agência?”, compara.

4) Desmonetização
A evolução tecnológica torna a oferta de produtos naturalmente mais barata. Mesmo que os aparelhos celulares estejam mais caros, quando consideramos a quantidade de equipamentos substituídos por aplicativos, a comparação revela-se risível.
“Software é mais barato de manter e tem custo de replicação mais baixo. Por isso, ao longo do tempo, o custo dos serviços digitais tende ao zero – o que exige uma revisão dos modelos de negócio”, explica Júnior.

Outro ponto importante é que serviços essenciais, fornecidos por software, são sempre propensos a revisão. “A Apple, por exemplo, popularizou a venda da música digital e acabou por desmantelar o modelo tradicional da indústria fonográfica. Pouco tempo depois, a Spotify tornou a proposta da Apple novamente obsoleta”, contextualiza.

5) Desmaterialização
As pessoas estão, rapidamente, substituindo hardware por software. Rádios, câmeras, GPSs, entre outros, têm deixado de ser opções físicas e estão se convertendo em software nos bolsos.

“É curioso ainda encontrar pessoas comprando calculadoras HP 12C, já que existe uma opção oficial (em software), bem mais barata, disponível em qualquer loja de aplicativos”, comenta o executivo.

6) Democratização
Sem custo (direto), com acesso facilitado, a solução torna-se democrática. Ou seja, acessível a todos.

Até poucos anos atrás, tínhamos cuidado em preparar ambientes e selecionar fotos com cuidado. Atualmente, todo mundo tira foto de tudo, principalmente de pets e comida.

“No passado, comunicar com alguém distante era um processo lento e caro. Depois, SMS se tornou opção rápida – e cara. Hoje, todo mundo usa WhatsApp – até mesmo as pessoas de gerações mais antigas, que têm dificuldades para usar outros aplicativos”, conclui.