A Meta, antigamente chamada Facebook, está planejando construir uma rede de cabos submarinos para seu uso exclusivo.
Vivaldo José Breternitz (*)
De acordo com o portal TechCrunch, a empresa pretende investir US$ 10 bilhões no projeto, criando uma nova rede de cabos de mais de 40 mil quilômetros ao redor do mundo, mas evitando “áreas de tensão geopolítica” onde cabos submarinos têm sido sabotados, como os mares Vermelho e do Sul da China, o estreito de Malaca e outras.
Embora a Meta já seja coproprietária de 16 outras redes já existentes, essa nova rede será totalmente de propriedade e controlada pela empresa, permitindo-lhe priorizar seus produtos e serviços. Isso deve colocar a Meta em linha com o Google, é o único dono de alguns cabos e sócio em outros 33.
Segundo o especialista em cabos submarinos Sunil Tagare, talvez sejam necessários entre 5 e 10 anos para que a rede esteja totalmente operacional – o portal TechCrunch diz que os planos estão em estágio inicial e que a Meta deve fornecer mais informações a respeito do projeto, como capacidade, rota pretendida e motivos pelos quais está construindo a rede privadamente no início de 2025.
Supõe-se que a rede ligará as costas leste e oeste dos Estados Unidos, com conexões para a Índia, África do Sul e Austrália. Além de poder controlar o tráfego de acordo com seus interesses, a Meta pretende evitar os problemas que têm sido causados por cortes de cabos que aconteceram em função de sabotagem, e que além de quedas no nível de serviço, dependem de uma frota de navios especializados no reparo dessas redes – há uma demanda muito grande pelos serviços desses navios.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].